A Psicologia ou as Psicologias
Por: PatiRSM • 5/4/2018 • Trabalho acadêmico • 1.707 Palavras (7 Páginas) • 435 Visualizações
Capítulo: 1
A Psicologia ou as Psicologias
Ciência e Senso Comum
O texto diz que a psicologia no senso comum e como ciência tem suas diferenças, pois usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários sentidos. Por exemplo, quando falamos de vendedores e suas maneiras de realizar as vendas (o seu poder de persuasão), ou quando uma moça usa seu poder de sedução para conquistar um rapaz, podemos dizer que estão usando da “psicologia”.
No entanto, essa psicologia usada no cotidiano é denominada psicologia do senso comum, pois as pessoas tem um domínio pequeno e superficial do conhecimento da psicologia cientifica, o que lhes faz compreender e explicar situações de seu cotidiano de um ponto de vista psicológico.
Senso Comum: Conhecimento da Realidade
É por meio dos acontecimentos da vida do cotidiano que as coisas acontecem que sentimos a realidade, exemplo: neste momento estou lendo um livro, logo mais estou em outro local fazendo outra coisa, assim, é no cotidiano que tudo flui.
Já a ciência é uma atividade eminentemente reflexiva, que procura elucidar e alterar esse cotidiano, por meio de seu estudo sistemático.
Pode-se dizer, que quando fazemos ciência estamos baseados na realidade do cotidiano mas afastados dela para refletir para conhecer além de suas aparências, pois o cotidiano e o conhecimento cientifico da realidade aproximam-se e se afastam. Quando aproximam-se é porque a ciência refere-se ao real e afastam-se porque a ciência abstrai a realidade para compreendê-la melhor.
Todos os tipos de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano são chamados de senso comum.
Senso Comum: Uma Visão-de-Mundo
O senso comum apropria-se de uma maneira singular dos conhecimentos que são produzidos por outros setores da produção do saber humano, pois ele mistura e recicla os saberes mais especializados e os reduz a um tipo de teoria simplificada, assim produzindo uma visão de mundo.
Exemplo: quando utilizamos termos como “rapaz complexado”, “ficar neurótico”, pois estes termos são definidos pela Psicologia científica, não tendo um entendimento do conceito científico, mas, esses são exemplos da apropriação que o senso comum faz da ciência.
Áreas do Conhecimento
O conhecimento humano pode ser construído por diferentes formas, sendo que esse tipo de conhecimento (intuitivo, senso comum) não seria suficiente para as exigências do desenvolvimento da humanidade, exemplo: os gregos por volta do século 4 a.c precisavam entender outros tipos de conhecimento (matemático) para resolver seus problemas agrícolas, arquitetônicos, navais, etc. A este tipo de conhecimento podemos chamar de ciência.
Então, podemos também formar o conhecimento humano por meio da religião, filosofia, arte, ciência e senso comum.
A Psicologia Científica
A tarefa de definirmos a Psicologia como ciência é um tanto complicada, de forma que precisamos primeiramente identificar as características do conhecimento científico e as reais diferenças entre a Psicologia de Senso Comum e a Psicologia Científica, para chegar nesse entendimento.
A Psicologia de Senso Comum advém de um conhecimento adquirido, intuitivo, espontâneo, de experiências entre tentativas de acertos e erros. É um conhecimento de cunho geral, herdado e não estudado, observado ou comprovado. O próprio termo intuitivo já define como algo espontâneo, que não exige um raciocínio ou uma análise de um acontecimento, características essas essenciais ao conhecimento científico, que tem por objetivo comprovar ou não uma teoria a cerca desse fato. O conhecimento científico tem por base o fato, a realidade como um objeto de estudo. A partir disso, obtém o conhecimento de maneira objetiva, isenta de emoção, de forma sistemática e controlada e que permite a verificação de sua validade. Assim o conhecimento pode ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido, possibilitando a sua continuidade, quando um novo conhecimento é produzido a partir de algo já desenvolvido anteriormente.
Em suma, enquanto a Psicologia de senso comum não exige uma reflexão ou um estudo a respeito de um fato ou acontecimento, a Psicologia Científica foca neste, um objeto de estudo, utilizando de uma linguagem rigorosa, com métodos e técnicas específicas, analisando-o de forma programada e sistemática, afim de comprovar ou não, a sua veracidade.
Assim, sabendo que um conhecimento para ser considerado científico requer um objeto específico de estudo, é necessário identificarmos então, qual o objeto específico da Psicologia; e é nesse sentido que nos defrontamos com uma problemática presente: a diversidade de objetos da Psicologia.
Essa diversidade é explicada primeiramente pelo fato de a Psicologia ter se constituído como área do conhecimento científico só muito recentemente. Esse fato é importante, já que a ciência se caracteriza pela exatidão de sua construção teórica, e quando uma ciência é relativamente nova, ela não teve tempo ainda de apresentar teorias acabadas e definitivas, que permitam determinar com maior precisão seu objeto de estudo.
Um outro motivo é o fato de o cientista (pesquisador em si) confundir-se com o objeto estudado, dado ao fato de, por ser o homem o objeto de estudo da Psicologia, o pesquisador está inserido na categoria a ser estudada. Por trazer consigo uma concepção própria de homem, acaba por contaminar inevitavelmente a sua pesquisa em Psicologia. Além disso, temos o fato de haver uma variedade de concepções acerca de homem, justificada por uma diversidade de fenômenos psicológicos, não acessíveis ao mesmo nível de observação, e portanto, não sujeitos aos mesmos padrões de descrição, medida, controle e interpretação.
Na realidade, este é um problema enfrentado por todas as ciências humanas, muito discutido pelos cientistas de cada área e até agora sem perspectiva de solução. Conforme a definição de homem adotada, teremos uma concepção de objeto que combine com ela. Como atualmente há uma riqueza de valores sociais que permitem várias concepções de homem, podemos entender que a Psicologia estuda os “diversos homens” concebidos pelo conjunto social.
Esta situação nos leva a questionar a caracterização da Psicologia como ciência e a refletir que no momento não existe uma psicologia, mas Ciências Psicológicas embrionárias e em desenvolvimento.
...