A Psicomotricidade
Por: KAREN MARTINS • 17/5/2016 • Resenha • 3.687 Palavras (15 Páginas) • 612 Visualizações
FACULDADE MUNICIPAL DE PALHOÇA
PSICOMOTRICIDADE E OS JOGOS LÚDICOS - PROJETO CINCO MARIAS
KAREN MARTINS
LETICIA FONSECA
MARCELA DA ROCHA
MARCIA C. R. DE ANDRADE
(PÓS - PSICOPEDAGOGIA 01)
PALHOÇA
2013
PSICOMOTRICIDADE E OS JOGOS LÚDICOS - PROJETO CINCO MARIAS
APRESENTAÇÃO
Os jogos lúdicos permitem a realização de várias atividades empíricas para favorecer a cognição das crianças e auxiliá-las no processo psicomotor preparando a criança através de atividades motoras antes de expô-la as atividades de alfabetização.
Friedman (2000) considera que os jogos lúdicos são a origem da construção do conhecimento e a apropriação do mesmo, desenvolvimento da cultura e da constituição da criança como sujeito humano, aspecto fundamental do processo de formação. Os jogos aumentam a capacidade de recriar o cotidiano e a realidade na escola.
A escola quase não se utiliza de jogos lúdicos pois, participa de um modelo tradicional de ensino que valoriza mais os conteúdos do que as maneiras de aprendizagens construtivas com brincadeiras e brinquedos no espaço escolar. Na visão tradicional os jogos são vistos apenas como atividades recreativas.
O objetivo desse estudo é a inserção dos jogos lúdicos como recurso pedagógico, e correlacioná-los com conteúdos tradicionais tendo como foco desenvolver a psicomotricidade em todos os seus aspectos, cognitivo, afetivo e motor.
Este brinquedo, “Cinco Marias”, é de fácil confecção, para jogá-lo são necessários cinco saquinhos ou pedrinhas pequenas e de tamanhos semelhantes, pode ser jogado no chão, em uma mesa ou qualquer outra superfície plana.
O Jogo das “Cinco Marias” é basicamente um jogo de coordenação motora e raciocínio rápido, consiste em lançar os saquinhos ou pedrinhas para o alto e apanhar outras “do chão”, há variações de regras e etapas, mas são comuns o número de peças (cinco) e os lançamentos para o alto.
Percebe-se a utilidade deste brinquedo no ensino didático-pedagógico, possibilitando a interdisciplinaridade, envolvimento dos alunos, respeito mútuo, a interação social, desenvolver habilidades motoras fina e viso motoras, dentre outras possibilidades a serem exploradas.
CINCO MARIAS
É um jogo infantil conhecido por vários nomes em nosso país: “cinco marias”, “jogo das pedrinhas”, “nente”, “belisca”, “capitão liso”, “xibiu”, “epotatá” (em tupi, quer dizer “mão na pedra”), “jogo dos ossos”, “onente”, “bato”, “arriós”, “telhos”, “chocos” e “nécara”. Muito mais antigo do que se imagina, já era conhecido pelos gregos, romanos e egípcios.
Na Grécia, o jogo era chamado de “ossinhos”. Os Gregos e os Romanos provavelmente tiveram conhecimento desse jogo com os egípcios, que inicialmente utilizavam ossinhos para prever o futuro.
Todavia, não poderia ser qualquer tamanho de osso, precisavam então de ossos pequenos, provenientes da perna ou pata do carneiro. Certamente houve uma evolução e os jogos começaram a reproduzir-se em marfim, gesso e pedrinhas. Atualmente foram substituídos por plástico ou saquinhos de tecido com enchimento de areia ou grãos de arroz.
Porém, há muita história acerca dos “ossinhos”, como mencionado anteriormente, tinha um caráter sagrado: adivinhar o futuro, depois foi utilizado para jogos de azar até chegar a ser um jogo que se testa a destreza dos participantes. Os gregos indiscutivelmente eram seus adeptos mais apaixonados, vejamos:
[...] Homero, na Ilíada, conta, por intermédio da sombra de Pátroclo, que Aquiles matou o filho de Anfidamas depois de ter discutido com ele durante uma partida de “ossinhos”. E Plutarco conta que o general ateniense Alcibíades, ainda criança e brincando no meio da rua, pediu a um condutor de carro que parasse a fim de poder apanhar os “ossinhos” que iam ser esmagados. Perante a recusa, a criança não hesitou em deitar-se atravessado no caminho, ordenando ao condutor que passasse sobre o seu corpo. O homem, aterrado, parou os cavalos. Em Rodes, um tal Hegesiloco e amigos designavam como aposta das suas partidas de “ossinhos” a mulher de um dos seus concidadãos. O vencido comprometia-se deste modo, fossem quais fossem os riscos, a raptar a esposa indicada e a pô-la nas mãos do vencedor. (BRANDÃO, Livro dos jogos e das brincadeiras, 1997)
Neste jogo, portanto, percebe-se então o seu valor histórico, a importante interação que há entre os participantes e toda a habilidade motora desenvolvida.
As velhas doutrinas da disciplina rígida e formal toleravam o jogo, desconfiando, porém do seu valor educativo. O progresso da psicologia nestes últimos cinqüenta anos vem mostrando, no entanto, que a motivação do jogo pode transferir-se para a motivação do trabalho e considerável é a importância do jogo pelos benefícios que proporciona à saúde física e mental da criança, do adolescente e do adulto. (MIRANDA, 200 jogos infantis,p 60)
Neste estudo será considerada a relação entre os jogos lúdicos, desenvolvimento cognitivo e psicomotor, visando assim a possibilidade em um contexto onde o processo de ensino e aprendizagem se torne prazeroso e integrador de todo o indivíduo.
A brincadeira faz parte da natureza da criança é a partir de processos empíricos e de brincadeiras que elas se apropriam do conhecimento proposto pelo educador. Com relação ao desenvolvimento psicomotor, Rondon e Figueiredo sugere que seu desenvolvimento obedece a estruturação de equivalente a três processos básicos denominados:
→ Conduta motora de base: que corresponde equilíbrio, coordenação dinâmico geral, respiração e coordenação motora fina;
→ Conduta neuro-motoras: esquema corporal, controle psicomotor, lateralidade;
→ Condutas perceptivo-motoras: Orientação corporal, espacial e temporal;
Acrescentando à tudo isto, percebe-se que a importância histórica de se resgatar jogos tradicionais como o jogo das“ Cinco Marias” que representa e esteve presente desde a Grécia antiga que é o berço, a origem da nossa civilização e que possibilita uma contribuição histórica e cultural muito grande ao desenvolvimento do ser.
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