A Relevância do Brincar no Desenvolvimento Pleno da Criança
Por: neu-ponte • 17/4/2015 • Artigo • 3.974 Palavras (16 Páginas) • 436 Visualizações
A RELEVÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO PLENO DA CRIANÇA
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Resumo
O presente artigo tem como objetivo investigar a relevância do brincar no desenvolvimento pleno da criança. Deste modo, será abordado as principais concepções de infância vista nos diferentes períodos históricos, destacando a figura do professor como mediador no processo ensino-aprendizagem, assim como, a importância da escolar no contexto lúdico juntamente com o cuidar e ainda, os vários benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil.
Palavras-Chave: Brincar. Desenvolvimento. Infância. Aprendizagem. Educação Infantil.
INTRODUÇÃO
Entre os principais temas ministrados pelos professores em sala de aula no transcorrer do curso de Pedagogia, um dos assuntos que mais chamaram atenção, foram àqueles relacionados à educação infantil e consequentemente o brincar se destaca.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil-RCNEI[2]: “A brincadeira favorece a auto-estima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa”. Desse modo, percebe-se que o brincar além de ser de suma importância para a criança, é um vasto tema a ser explorado.
O brincar não deve ser visto apenas como um mero entretenimento infantil. As instituições de ensino têm o dever de proporcionar as crianças brinquedos, materiais e espaços suficientes para que a mesma venha exercer seus diretos previstos em lei de explorarem esse transformador e mágico mundo lúdico, inserindo também as brincadeiras como fonte de aprendizado.
A motivação pela escolha do tema caracterizou-se pela percepção da pouca utilização nas instituições de ensino infantil de experiências oferecidas através de atividades lúdicas, não aproveitando assim, o vasto potencial que a criança possui de aprender, simplesmente no ato de brincar: criando, montando e desmontando, imaginando e simbolizando, interagindo e se socializando com o mundo exterior, e deste modo se desenvolvendo em sua plenitude.
A partir desta prerrogativa e por perceber que em vários momentos o brincar não tem sido utilizado adequadamente e regularmente pelos profissionais da educação, cabe uma reflexão sobre a inserção das brincadeiras no cotidiano das instituições de educação infantil: Como deve-se fazer para que o brincar faça realmente parte do cotidiano das crianças e cumpra suas funções pedagógicas?
Este artigo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, em que foi reunido diferentes autores e referenciais com suas respectivas citações, comentando assim o presente tema.
Nestes comentários, abordou-se primeiramente a evolução da infância, que aos poucos a criança foi conquistando seus espaços e direitos. Nota-se que a evolução faz parte deste contexto, pois o adulto nada mais é que uma criança evoluída do mesmo modo que o brincar foi se tornando reconhecido como uma das principais atividades infantis ao longo do tempo.
Nos capítulos seguintes comentou-se sobre a importância do brincar tanto no desenvolvimento quanto no reconhecimento do mesmo como fonte de ensino-aprendizagem. Além disso, destacaremos a figura do professor como principal agente desse processo, fazendo com que as brincadeiras sejam bem conduzidas e ao mesmo tempo prazerosas, não esquecendo, é claro, dos devidos cuidados que se deve ter com as crianças, além de um espaço amplo e adequado.
Dessa maneira, esta pesquisa bibliográfica se dispõe como uma forma de colaboração e reflexão para os profissionais da educação, assim como, para todos aqueles que vêem no brincar uma maravilhosa fonte de desenvolvimento pleno infantil.
2. CONTEXTO HISTÓRICO DA INFÂNCIA
A concepção de criança atualmente nem sempre foi a mesma durante todo o período da História da humanidade. Da mesma maneira que ocorre transformações na estrutura social, também mudou o conceito de infância. As crianças já foram tidas como seres iguais aos adultos. Áries[3] relata que:
No Evangeliàrio da Sainte-Chapelle do século XIII, no momento da multiplicação do pães, Cristo e um apóstolo ladeiam um homenzinho que bate em sua cintura: sem dúvida, a criança que trazia os peixes.No mundo das fórmulas românticas e até o fim do século XIII, não existem crianças caracterizadas por uma expressão particular, e sim homens de tamanho reduzido. Essa recusa em aceitar na arte a morfologia infantil é encontrada, aliás, na maioria das civilizações arcaicas.
Para entender o conceito de infância atual, é necessário compreender o longo processo que passou a infância em seu contexto histórico e cultural até chegar ao que é. Na Idade Média a criança era vista como adulto em miniatura, a infância terminava para criança ao ser desmamada, o que acontecia por volta dos seis aos sete anos.
A criança executava as mesmas atividades dos mais velhos, sem ter um tratamento especial. A infância, nesse período, era vista como um estado de transição para a vida adulta. Ainda no período medieval a criança passava a ser vista como fonte de distração e relaxamento para os adultos, contudo ela ainda era vista como um elemento sem muita importância.
Na Idade Moderna séculos XVI à XVIII, com o estabelecimento de uma nova ordem política, social e econômica, ou seja, nos contextos da revolução industrial, do iluminismo e da constituição dos estados laicos, ocorreram transformações que influenciaram a organização da estrutura familiar e, consequentemente a vida das crianças. Com novas viabilizações da estrutura social, econômica e familiar, a criança começa a ser pensada como um ser despreparado para sociedade.
A paparicação foi considerada algo prejudicial, pois tornava as crianças mimadas e mal-educadas. Surge então a necessidade de escolarizar as crianças, preparando-as para o futuro. A criança deixou de ser divertida e agradável e tornou-se educável.
Atualmente é possível constatar uma nova percepção da infância, entretanto, nem sempre foi deste modo.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil[4] - RCNEI, “a concepção de criança é uma noção historicamente construída e consequentemente vem mudando ao longo dos tempos, não se apresentando de forma homogênea nem mesmo no interior de uma mesma sociedade e época”.
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