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A crise educacional brasileira - Anísio Teixeira

Por:   •  11/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.645 Palavras (7 Páginas)  •  782 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE EDUCAÇÃO, LETRAS E SAÚDE

CURSO DE PEDAGOGIA

A crise educacional brasileira – Anísio Teixeira

A emergência de uma nova formação

O autor faz uma crítica ao modelo educacional hegemônico do período. Sendo que não cabia mais à educação livresca, que capacitava apenas a elite dominante, e que para maioria tornava-se inútil.

Fazia-se necessário formar o cidadão para um novo modelo de sociedade, cujo desenvolvimento estava amparado pela ciência e tecnologia, ocasionando uma demanda por uma formação diferenciada e sem precedentes.

O objetivo era prepara o homem comum para o trabalho e ofício.

Para o autor, o Brasil tinha um déficit de 100 anos se comparado aos países desenvolvidos.

Ampliava-se a necessidade de uma formação, não propriamente intelectual, mas com certas técnicas intelectuais primárias, como a leitura, escrita e a aritmética. Ou seja, uma formação prática para uma sociedade complexa e com o trabalho extremamente dividido.

A escola e o novo método

Para Teixeira, a escola deveria ser uma miniatura da sociedade, na qual o aluno viva e aprenda as relações da sociedade, suas dificuldades em que posteriormente irá se inserir.

O método deve ser novo, ativo, vital e progressivo. Este método está sendo testado em outros países e que há uma onda reformista de nível mundial. Em nível de Mundo, as pessoas estão exigindo escola para todos, educação em níveis quantitativos por conta de uma pressão intensa.

Problemática da transplantação

O autor aponta o defeito original, mais profundo e permanente no esforço empírico de transplantação dos padrões europeus para o Brasil. O que segundo ele, ocasionou uma educação em dois planos: um oficial (fictício) e o real (com suas particularidades e originalidades).

Tal divisão originou-se de acordos tácitos entre a classe dominante em detrimento do povo analfabeto e deseducado.

Aponta certo desenvolvimento pesquisado nas duas décadas anteriores à referida obra.

Segundo ele, a educação não deve apenas ajustar-se, mas complementar as outras instituições: família, trabalho e cultura.

Após a abolição e a república, a sociedade entra num período de mudanças e que a escola precisa acompanhar.

Até certo período a educação era para os filhos da elite, que dispunham de tempo livre. A educação mínima ofertada para as classes populares, na civilização industrial moderna torna-se compulsória (obrigatória).

Os profissionais eram formados em uma filosofia que primava pelo desenvolvimento da mente, o que segundo ele afastou da escola a valorização pela eficiência, prática e utilitária porque essa visão é tida como pouco produtiva. Ele defende que a formação citada anteriormente, não era uma formação da pseu-formação do espírito, mas algo de concreto e objetivo: um treinamento especial para uma ocupação especial.

Baseado em modelos educacionais de países desenvolvidos é apontado como uma alternativa de equalização do acesso aos alunos sem recursos financeiros, tanto para matrícula como para frequência nas escolas alternativas.

O autor coloca que sempre tivemos um sistema dual, mas que por meio das bolsas de estudo que os países democráticos oferecem, assim abre possibilidade do ingresso dos capazes mas sem recursos.

Por conta do Estado não investir nas escolas secundárias preparatórias para o ensino superior, abriu-se um caminho de expansão escolar descompassada em todo o país: escola para treino da mente e escola para treinos da mão.

Já na época, o autor aponta o perecimento do sistema público de escolas, em contra partida o desenvolvimento da escola secundária, essa sim o verdadeiro caminho para todos os caminhos.

A disparidade educacional no período se fez possível graças a uma legislação infeliz e ambígua, que privilegiava o ensino particular concedido pelo estado, apesar de sua pedagogia obsoleta, rígida, uniforme e legalmente instituída, ao passo que a educação pública mantida pelo Estado, com uma pedagogia moderna, primária e pós-primaria. Mas que por conta do alto custo, já apresentava nítida degradação.

Nos moldes apresentados à escola era ineficiente, pois não formava nem para intelectualidade nem para o trabalho. Sua estrutura era de estudos disparatados e inconsequentes.

Mesmo assim, houve pressão por parte dos alunos que culminou na Lei Nº 1.821 de 12/03/1953, que passou a reconhecer todos os cursos de nível médio como degraus diretos para o ensino superior.

Em sua contextualização, o autor coloca a revolta contra a uniformidade e rigidez do currículo, contra os programas impostos, contra os livros didáticos, fracos e pobres, mas oficialmente aprovados. Como resultado, de um puro formalismo, temos a escola com o máximo de quatro horas diárias, funcionando em dois ou três turnos, do nível primário, secundário ao superior. Segundo o autor, servindo mal a qualquer um deles.

Quanto ao professor, este segue apressado, assoberbado, tendo de trabalhar em uma ou mais escolas.

Quanto à escola, cabe inculcar alguns conhecimentos teóricos, noções simples e práticas, sem formar hábitos, disciplina, atitudes, técnicas e habilidades. Não molda caráter, não estimula ideais ou aspirações, não educa para trabalhar, conviver, não transmite noções políticas e prática da cidadania. A escola é o ambiente em que se decora para reproduzir em provas e exames. Portanto, a escola é insuficiente tanto em quantidade quanto em qualidade, isso é resultado do seu método defeituoso de aprendizagem.

Após estas críticas o autor apresenta segundo sua visão, um método que de conta dos aspectos quantitativos e qualitativos da educação. A saber, os dez passos a serem percorridos:

• Descentralizar o administrativo do ensino;

• Mobilização de recursos financeiros para educação via legislação, nas esferas federal, estadual e municipal, administrados por conselhos com autonomia financeira, administrativa e técnica. Com a finalidade de adaptar as escolas às condições econômicas de cada localidade.

• Um sistema educacional contíqnuo, cuja base é obrigatória, com ensino médio variado e flexível

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