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A escola e a construção da autonomia moral

Por:   •  9/3/2016  •  Artigo  •  5.421 Palavras (22 Páginas)  •  420 Visualizações

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A escola e a construção da autonomia moral

Autonomia é um poder que não se conquista senão de dentro e que não se exerce senão no seio da cooperação”. (JEAN PIAGET)

“A conquista da autonomia moral é desejável para que todo ser humano possa avaliar as regras de seu grupo e decidir se elas estão de acordo com os principios de justiça que promovem a dignidade inviolável da humanidade, a liberdade, a solidariedade e a igualdade”.  (LAWRENCE KOHLBERG)

O desenvolvimento da autonomia e de relações mais justas... Uma das metas dos Projetos Político Pedagógicos das escolas. = Insegurança de muitos docentes em realizar intervenções educativas adequadas = Falta efetividade da vivência no cotidiano escolar.

Estrutura do texto  de Vinha: A escola e a construção da autonomia moral

  1. Desenvolvimento Moral:

Formação moral: interação nos vários ambientes sociais e nas experiências com pessoas e situações,

Fases: anomia (0-03), heteronomia (03-07), autonomia (08 em diante), Autonomia = coordenar os diferentes  fatores e perspectivas de uma situação para decidir agir da melhor maneira para todos;  

Dimensões da Autonomia: cognitiva (capacidade de descentrar-se e pensar por hipóteses, raciocinar, julgar) e afetiva (querer agir bem).  Representações de si (imagens de como me vejo e como quero ser visto), valores centrais e periféricos, integração dos valores,

Escola deve se questionar sobre sua prática na formação moral (conteúdo dos elogios e das críticas, modelos valorizados, a qualidade moral do meio social)

2. Educação Moral: objetivos e conteúdos (crítica ao relativismo moral, e afirmação de valores mais universalizáveis como respeito mútuo, justiça, diálogo, solidariedade)

3. Como trabalhar a educação moral: 3 modelos (valores absolutos, valores relativos, construção racional e autônoma de valores)

4. A escola e a moralidade (visão positiva dos conflitos)

5. Papel da escola e da família

6.Educação Moral numa perspectiva construtivista: pistas de atuação

7. Formação dos professores

  • Os valores não são ensinados diretamente (transmissão verbal, sermões, histórias). Será durante a convivência com seus pares, com as situações escolares, experimentando, agindo...
  • Para Piaget, a questão da moralidade não reside somente nas normas, principalmente no porquê de as seguirmos. Duas pessoas não furtam: por medo de ser pega outra porque os objetos não lhe pertencem.
  • O valor de uma ação não está na mera obrigação às regras determinadas, mas no princípio inerente a cada ação.

Desenvolvimento Moral da Criança em Piaget

Nascimento - Ausência total de regras

Heteronomia

  •  3-4 anos aprox.
  • Regulação por fatores externos
  • Respeito à regra por medo ou respeito à autoridade
  • Respeito unilateral (da criança para o adulto)
  • Pessoas heterônomas são mais influenciáveis pelos diversos contextos
  • Centrado no “eu”

Autonomia

  • A partir dos 8 anos em média tem a possibilidade de desenvolver sua autonomia.
  • Regulação por fatores internos
  • Respeito mútuo (regra e justiça, direitos e deveres tornam-se os mesmos para ambos)
  • Coordena diferentes perspectivas

MORAL AUTONOMA: valores interiorizados, pessoa governa a si, responsável pelos atos, ao decidir leva em conta o outro, justifica o que faz a partir de si. Segue certas regras por acreditar que isso é o melhor para si e para os outros.

MORAL HETERONOMA: moral externa, pessoa governada pelos outros, segue normas por recompensa,

No adulto coexistem essas duas tendências afetivas, a autônoma e heterônoma, que determinam seus julgamentos e ações, havendo maior predominância de uma ou outra.

Sujeito heterônomo: fonte de obediência é exterior. Ele se sente obrigado a obedecer às autoridades. Na heteronomia, a obediência ao princípio ou regra é circunstancial, os valores são pouco conservados, pois a regulação é exterior, dependendo de fatores tais como pressões, as condições vividas, a origem das ordens, circunstancias. Em alguns contextos, a pessoa segue valores, em outros não mais segue...

AUTONOMIA

  • “ [...] implica em coordenar os diferentes fatores e perspectivas numa situação para decidir agir da melhor maneira para todos os envolvidos
  • Código de ética interno, obrigando-se a considerar os outros além de si.
  • Integração dos valores – conservação
  • Valores morais devem ocupam lugar mais central

“O cerne da autonomia é que as crianças tornem-se capazes de tomar decisões por si próprias. Mas não se deve confundir a autonomia com a liberdade completa, pois não é a mesma coisa. A autonomia leva em consideração os fatos relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. Não pode haver moralidade quando se considera somente o próprio ponto de vista, seja, quando se olha o próprio umbigo.

Mas, quando uma pessoa leva em consideração os pontos de vista das outras, não está mais livre para mentir, quebrar promessas e ser leviano” (Marcelo Moura e Ana Eleonora S. Assis. Etica na Educação Infantil.

Dimensao Cognitiva e Dimensão Afetiva: imprescindiveis para a autonomia

Além do suporte intelectual e do conhecimento como condições necessárias, para que haja a ação é preciso que este conhecimento se torne valor (principio revestido de afeto) para o sujeito.

  • SABER FAZER: a dimensão intelectual – disposições intelectuais que permitem decidir o que fazer, como fazer, quando fazer.
  • QUERER FAZER: a dimensão afetiva – energética da ação,  privilégio à construção do auto-respeito, vontade de agir.

Para agir bem e corretamente, é preciso pensar bem – SABER FAZER

Sejam quais forem os fundamentos e conteúdos escolhidos para o agir moral, A RAZÃO sempre está presente. Ser moralmente responsável por uma decisão ou juízo implica ter liberdade de escolha, a qual implica fazer uso da inteligência, ser capaz de pensar, refletir e tomar consciência.

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