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ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E O USO DA TECNOLOGIA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Por:   •  27/11/2017  •  Artigo  •  4.649 Palavras (19 Páginas)  •  1.034 Visualizações

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ALFABETIZAÇÃO,  LETRAMENTO E O USO DA TECNOLOGIA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

RESUMO

Este trabalho propõe uma reflexão sobre como se dá o processo da aquisição da leitura e da escrita e sobre como o uso da tecnologia pode auxiliar as práticas educativas.  Sabe-se que a aprendizagem da criança pauta-se inicialmente na leitura e que a escrita é uma consequência desta. Torna-se relevante pesquisar assuntos referentes ao processo de alfabetização, pois assim é possível que se encontrem elementos que possibilitem a compreensão de como se dá esse processo. Alfabetização e letramento são indissociáveis, a alfabetização a aquisição da leitura e da escrita, o letramento envolve essa aquisição nas práticas sociais. De cunho bibliográfico, este trabalho dentro de seu bojo traz contribuições de estudiosos, como Paulo Freire, Ana Teberosky, Emilia Ferreiro, Santaella, Kenski, que discorrem sobre o processo de alfabetização, letramento e sobre a relevância do uso das tecnologias dentro desse processo. O presente trabalho possibilita a compreensão que por meio do uso das tecnologías dentro do processo de alfabetização, a criança pode ampliar seu mundo letrado rico em significados.

Palavras - Chaves: Alfabetização. Letramento.Tecnologia.

 

Introdução

         O presente artigo traz concepções sobre alfabetização, letramento e relevância do uso das tecnologias no processo de alfabetização.

          Abordar o tema alfabetização, letramento e uso da tecnologia no processo de alfabetização podem contribuir positivamente na formação das crianças numa fase tão crucial na formação e construção do aspecto cognitivo do educando,ponto este trabalho traz em seu contexto teorias e práticas que podem auxiliar futuramente em ações educativas, levando ao entendimento de como o processo de alfabetização é conduzido.

           De cunho bibliográfico este artigo traz em seu bojo contribuições relevantes de estudiosos sobre o tema proposto.

          Tem como objetivos compreender os processos de alfabetização e letramento e estimular o olhar sobre o uso das tecnologias nas práticas educativas.

Leitura de mundo

Para Paulo Freire, “A leitura de mundo procede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 1984, p. 22).

A capacidade de decifrar o escrito é não condição para a leitura independente como um grande valor social. Aprendemos a ler a partir do nosso contexto pessoal. O leitor pré-existe à descoberta do significado das escritas; foi-se configurando no decorrer das experiências de vida, desde as mais elementares e individuais às oriundas do intercâmbio de seu mundo pessoal e o universo social e cultural circundante.

O homem lê como em geral vive, num processo permanente de interação entre sensações, emoções e pensamentos.

É através da própria história de vida, do seu cotidiano, resolvendo questões, descobrindo, tentando, fazendo inferências, pensando e representando que o sujeito epistemológico (o sujeito que aprende) chega ao conhecimento, apreendendo-o.

Aprendemos a ler lendo. Ou seria vivendo?Fazemos leitura o tempo todo, desde o nascimento. “Lemos” o ambiente, os objetos, as pessoas, os acontecimentos, os signos. Tudo que faz sentido para nós. Estabelecemos uma ligação efetiva entre nós e os objetos.

A aprendizagem da leitura é algo mágico, senão enquanto ato, enquanto processo de descoberta de um universo desconhecido e maravilhoso.

A leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido. E este diálogo é referenciado por um tempo e um espaço, uma situação; desenvolvido de acordo com os desafios e as respostas que o objeto apresenta, em função de expectativas e necessidades, do prazer das descobertas e do reconhecimento de vivências do leitor.

Num primeiro momento o que conta é a nossa resposta física ao que nos cerca, a impressão em nossos sentidos. A visão, tato, a audição, o olfato e o gosto podem ser apontados como os referenciais mais elementares do ato de ler.

Essa leitura sensacional começa, pois muito cedo e nos acompanha por toda vida. Embora a aparente gratuidade de seu aspecto lúdico, o jogo com e das imagens e cores, dos materiais, dos sons, dos cheiros, e dos gostos incita o prazer, a busca do que agrada e a descoberta e a rejeição do desagradável aos sentidos. E através dessa leitura vamo-nos revelando também para nós mesmos.

Quando uma “leitura” nos faz ficar alegres ou deprimidos, desperta a curiosidade, estimula a fantasia, provoca descobertas, lembranças, esta é a leitura emocional.

No terreno das emoções as coisas ficam ininteligíveis, escapam ao controle do leitor, que se vê envolvido por verdadeiras armadilhas trançadas no seu inconsciente.

A leitura emocional vem ao encontro de desejos, ameniza ou ressalta frustrações diante da realidade. Leva-nos há outros tempos e lugares, imaginários ou não, massa que naquelas circunstâncias respondem a uma necessidade, provoca intensa satisfação ou ao contrário, desencadeia angústia, levando a depressão.

Tudo se passa num processo de identificação: sentir o que sentiria caso estivéssemos na situação; é um processo de participação afetiva numa realidade alheia, fora de nós.

Quando o leitor debruça sobre o texto pretendendo vê-lo isolado do contexto sem envolvimento pessoal, orientando-se por certas normas preestabelecidas, está realizando uma “leitura” racional.

Esta leitura limita a noção de leitura ao texto escrito, pressupondo educação formal e certo grau de cultura ou mesmo erudição do leitor. Esta é a concepção intelectual.

Sensação, emoção e razão: são inter-relacionados, senão simultâneos, mesmo sendo um ou outro privilegiado. É a história, a experiência e as circunstâncias de vida de cada leitor no ato de ler, bem como as respostas e questões apresentadas pelo objeto lido, no decorrer do processo, que podem evidenciar certo nível de leitura.

Segundo Martins (2006), tudo que lemos, à exceção da natureza, é fruto de uma visão de mundo, de um sistema de ideias e técnicas de produção, caracterizando um comprometimento de autor com o que produz e, por certo, com seus possíveis leitores.

A leitura como prática social é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objeto, a uma necessidade pessoal.

Sendo a leitura um ato complexo, que realizamos a todo o momento de nossas vidas, onde compreendemos o mundo e o ressignificamos, é preciso ressaltar que assim o fazemos por meio de estratégias que nos possibilitam avaliar e fazer uso das informações que obtemos com as leituras realizadas.

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