Análise do Livro Didático

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ – CERES

CAMPUS DE CAICÓ

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL

PROFESSORA: ELEN KARLA SOUSA DA SILVA

Joseane Alves Vasconcelos

Rosana Lopes Dos Santos

INTRODUÇÃO

Este trabalho é fruto de um estudo realizado no âmbito da componente curricular “Língua Portuguesa no Ensino Fundamental” do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Campus Caicó, cujo objetivo consiste em analisar um livro didático de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental para os anos iniciais, com foco na formação do leitor, a fim de perceber se o mesmo aborda conteúdos de forma relevante para a aprendizagem dos alunos e se estes estão, de fato, em concordância com as exigências da atual edição do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Tal programa é desenvolvido pelo MEC e tem como finalidade “coordenar esforços e organizar as redes públicas no sentido de garantir às crianças do país o direito de se alfabetizarem ao longo dos três primeiros anos de escolarização” (BRASIL, 2015, p.9).

De acordo com o PNLD (2015) para os anos iniciais do Ensino Fundamental, a escola deve oferecer condições básicas necessárias para que o aluno apresente progressões em seus estudos e, consequentemente sua permanência na escola. Nesse contexto, tratando-se especificamente do Ensino da Língua Portuguesa no Ensino Fundamental, esta tem como objetivos:

• o processo de apropriação e de desenvolvimento, pelo aluno, da linguagem escrita e da linguagem oral (especialmente das formas da linguagem oral que circulam em espaços públicos e formais de comunicação) em situações as mais complexas e variadas possível; • a fruição estética e a apreciação crítica da produção literária associada à língua portuguesa, em especial a da literatura brasileira; • o desenvolvimento de atitudes, competências e habilidades envolvidas na compreensão da variação linguística e no convívio com a diversidade dialetal, de forma a evitar o preconceito e a valorizar as diferentes possibilidades de expressão linguística; • o domínio das variedades urbanas de prestígio do país, especialmente em sua modalidade escrita monitorada, mas também nas situações orais públicas e formais em que seu uso é socialmente requerido; • A prática de análise e de reflexão sobre a língua e a linguagem, na medida em que se fizer necessária ao desenvolvimento da linguagem oral e escrita, em compreensão e produção de textos (BRASIL, 2015, p.11).

Diante do exposto, tem-se que a leitura e a escrita assumem papel essencial na formação do aluno, como leitor, portanto tais questões devem ser bem abordadas no livro didático, a fim de possibilitá-lo ao final do Ensino Fundamental I às seguintes condições:

O (re) conhecimento das funções sociais da escrita; o domínio dos códigos e convenções constitutivos do sistema alfabético de escrita; o desenvolvimento de competências e habilidades básicas envolvidas na leitura e na produção de textos (BRASIL, 2015, p.10).

Entretanto, para que tais condições sejam possibilitadas aos alunos, é necessário que as coleções de livros didáticos organizem-se de tal modo que os conteúdos trabalhados atendam a alguns princípios e critérios estabelecidos no processo de avaliação do PNLD, para este seja aprovado. Para tanto, tais princípios são:

• o desenvolvimento da linguagem oral e a apropriação e desenvolvimento da linguagem escrita, especialmente no que diz respeito a demandas básicas oriundas seja de situações e instâncias públicas e formais de uso da língua, seja do próprio processo de ensino-aprendizagem escolar; • o pleno acesso ao mundo da escrita e, portanto, às práticas de letramento associadas a diferentes formas de participação social e ao exercício da cidadania (BRASIL, 2015, p.13).

Quanto aos critérios estabelecidos pelo PNLD, estes são os seguintes:

• explicitar clara e corretamente as concepções de língua/linguagem e de ensino-aprendizagem que adota, assim como os princípios teórico-metodológicos assumidos e os objetivos da proposta didático-pedagógica; • manter-se coerente com os princípios e objetivos dessa proposta, respeitando os preceitos que lhe dão identidade e que permitem não só identificá-la, mas compreender seu alcance e operá-la de forma adequada; • descrever com precisão e funcionalidade, do ponto de vista dos usuários visados, a organização geral da proposta; • explicitar e justificar, no caso de recorrer a mais de um modelo didático-metodológico, o arranjo proposto, indicando claramente a articulação entre seus componentes; isso é necessário no caso dos livros destinados à alfabetização, cujos objetos de ensino-aprendizagem, relacionados ao letramento e à alfabetização, demandam, por sua natureza diversa, tratamentos didáticos específicos; • desenvolver as capacidades inerentes à leitura e à produção da escrita, à compreensão e produção de textos orais e à reflexão sobre a língua e a linguagem (BRASIL, 2015, p.15).

Em relação ao tratamento didático dos conteúdos, os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN da língua portuguesa ressalta que esta “pode ser abordada a partir de duas questões nucleares: o fato de a língua ser um veículo de representações, concepções e valores socioculturais e o seu caráter de instrumento de intervenção social” (BRASIL, 1997, p.36). Para tanto, devem-se abranger temas transversais, ou seja, englobar questões como Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Orientação Sexual, sendo estas de suma importância por se tratarem de questões que fazem parte da vida social do ser humano.

Além disso, faz-se importante destacar que os livros didáticos da língua portuguesa devem ter uma atenção especial no que diz respeito aos conteúdos referentes ao letramento, à leitura, à escrita, à oralidade e à produção de textos, com foco no planejamento, escrita, correção e reescrita dos textos, na tentativa de formar bons alunos leitores.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais:

O trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes e, consequentemente, a formação de escritores26, pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura, espaço de construção da intertextualidade e fonte de referências modelizadoras. A leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a escrita: o que escrever. Por outro, contribui para a constituição de modelos: como escrever (BRASIL, 1997, p.40).