Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Por: Suellen Leite • 9/3/2022 • Trabalho acadêmico • 1.119 Palavras (5 Páginas) • 140 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO[pic 1]
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Avaliação a Distância (AD1) – 2021.2
Disciplina: Alfabetização I
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Matrícula: | Polo: |
Coordenador: Luiz Antonio Gomes Senna
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FICHAMENTO DE TEXTO ACADÊMICO
Apresente os seguintes dados referentes ao texto lido
1. Autor e título do artigo em forma de citação bibliográfica.
2. Objetivo geral do artigo (um único objetivo que sintetize a finalidade do texto como um todo).
3. Principais seções ou blocos de informação que constituem o texto.
4. Ideias principais de cada seção ou bloco de informação.
Educação & Realidade, v. 42, n. 1, p. 199-213 SOUZA, Ilma Regina Castro Saramago de; BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Ainda Não Sei Ler e Escrever: alunos indígenas e o suposto fracasso escolar. Porto Alegre, jan./mar. 2017. |
O processo de escrita e leitura de discentes indígenas precisa ser problematizado em relação ao fracasso escolar. O objetivo do artigo é discutir o fracasso escolar na leitura e escrita de alunos indígenas Guarani, Kaiowá e Terena. Baseia-se no panorama sociopolítico dos Estudos Culturais e dos Estudos do Letramento. Introdução Estudos Culturais ganham espaço acadêmico progressivamente, tornando-se objeto de debate na contemporaneidade, marcando um discurso de caráter social e comprometimento com a ação política de minorias. A expressão fracasso escolar era utilizada e só fazia sentido para escolas não indígenas. No entanto, atualmente, a expressão estendeu-se para escolas indígenas. A cultura indígena é marcada pela oralidade, mas a partir da colonização, ler e escrever tornaram-se elementos imprescindíveis. O aluno quando não consegue alcançar tais competências tem em si um sentimento de fracasso e afirma: Ainda não sei ler e escrever. Os movimentos sociais históricos resultaram em providências governamentais com intuito de valorizar e respeitar educacionalmente. Embora haja conquistas, a efetivação é bastante deficiente, pois a escola indígena continua pautada como uma escola não indígena. Contexto Histórico dos Povos Guarani, Kaiowá e Terena O povo Guarani foi marcado por massacre, abusos, opressão e violências. Para Chamorro (2008), a origem deste povo se deu com a chegada dos Guaranis ao Rio da Prata por volta de 1300 d.C. Os indígenas fabricavam arco e flechas, armadilhas, lanças, instrumentos de caça e pesca, artesanatos. Viviam na selva e eram especialistas na colonização da mata. Esse domínio foi interrompido com a chegada dos portugueses e espanhóis. As relações estrangeiras com os indígenas não foram amistosas, os estrangeiros abusavam. Quando as mulheres indígenas engravidavam de colonizadores, davam fim aos descendentes abortando ou provocando a morte logo após o nascimento. Em alguns casos, essas mulheres suicidavam. Na obra Canto de Morte Kaiowá, a realidade dos indígenas quanto ao suicídio foi analisada. Quanto aos Terena, viviam em um local conhecido como Chaco Paraguaio. Portugueses e espanhóis disputavam território, os Terena migraram para outras localidades. Um marco histórico foi a Guerra do Paraguai. Atualmente os Terena, Guarani e Kaiowá vivem pelo estado do Mato Grosso do Sul, a maior parte espalhada pelas reservas demarcadas pelo estado. Educação Indígena e o Direito à Educação para o Indígena Os indígenas se reuniam no pátio da aldeia para ensinar e aprender. O aprendizado era sem tempo determinado, sem avaliação ou horário estipulado. A escola tradicional transformou-se a partir da colonização, onde o interesse era civilizar os indígenas. Com a Constituição Federal Brasileira de 1988, a educação indígena ganhou garantias de valores, tradições e culturas próprias. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional sugere ensino da língua materna nos processos de aprendizagem. Os movimentos dos professores indígenas ampliaram as discussões e novas conquistas, entretanto, alfabetismo, alfabetização, analfabetismo e outros temas precisam ser estudados refletindo no contexto escolar desse povo. Alfabetismo, Alfabetização, Analfabetismo e Letramento: contextualização e conceitos O alfabetismo é voltado para representações e os significados estabelecidos pela cultura ocidental. São resultados de estudos das observações e das práticas do observador, que ligado a interpretações e análises produzem teorias. O alfabetismo estava associado ao racionalismo. O alfabetismo e analfabetismo ganharam visibilidade ao longo da história. O analfabetismo se generalizou em prejuízo do termo alfabetismo. O analfabetismo tornou-se uma metáfora com efeito discursivo e produtivo. Entende-se que o progresso econômico e social está associado ao nível de alfabetização. A alfabetização, alfabetismo e letramento são práticas criadas a partir de discursos e representações. O conceito de alfabetização possui muitas facetas, é contínuo, nunca interrompido. Apresenta pelo menos dois pontos de vista. Um referente ao domínio mecânico da língua escrita e o outro à apreensão e à compreensão de significados por meio da língua escrita. A ampliação do conceito de letramento somente será possível quando os estudiosos não considerarem universais os efeitos das práticas do uso da escrita. O letramento traz efeitos em outras práticas sócio-cognitivas, melhorando a condição econômica e social, tornando cidadãos melhores diante da ausência do iletramento. Para Street (2003), a ideologia está ligada as práticas sociais, tanto no mercado de trabalho quanto na educação. O modelo ideológico é contestado, o que caracteriza como ideológico pois está atrelado a certas visões do mundo e um desejo de que determinada visão de letramento não venha a marginalizar outrem. Novos Olhares Os Estudos Culturais permitem um novo olhar para educação. Os conceitos e teorias são produzidos e circula em espaços como família, escola, trabalho e religião, e recebem novos significados de acordo com o interesse de cada grupo. A leitura e escrita passaram a dar conta de anseios e perspectivas de pais e alunos. Ao observar o impacto da escola na vida dos Guarani e Kaiowá, observa-se preocupação dos pais quanto ao futuro escolar de seus filhos, porque acreditam que ler e escrever garantem aos seus descendentes serem homens de bem e também adquirirem um bom emprego. As preocupações comuns a escola, aos pais e aos professores são o que o Street considera como modelo do letramento, pressupondo que exista apenas uma maneira de utilizar a escrita e que o resultado dela é o caminho para o progresso e sucesso. Os Estudos do Letramento colocam em dúvida os elementos que são considerados determinantes para qualificar as pessoas como escolarizadas/alfabetizadas, isso em função dos sujeitos não alfabetizados ou pouco escolarizados. Algumas Considerações Finais O povo Guarani, Kaiowá e Terena passaram por muitas mudanças desde a colonização, transformação educacional. A educação formal entrou no lugar da educação tradicional. A leitura e escrita se tornaram indispensáveis para esta comunidades e quando não se era alcançado, tornava-se sinônimo de fracasso. A alfabetização do aluno indígena está orientada no conhecimento do código da escrita e conhecimento intercultural. |
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