DIMINUIR AS DIFERENÇAS E PROMOVER A CIDADANIA: PERSPECTIVAS POSSÍVEIS PARA A GESTÃO ESCOLAR
Por: Shirlei Brito • 16/11/2015 • Monografia • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 359 Visualizações
DIMINUIR AS DIFERENÇAS E PROMOVER A CIDADANIA: PERSPECTIVAS POSSÍVEIS PARA A GESTÃO ESCOLAR
Santana, Shirlei
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo discutir sobre a gestão escolar no que tange ao apoio à cidadania e o combate às diferenças no espaço escolar, tecendo algumas considerações sobre o papel da gestão. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a revisão bibliográfica pautada em obras de autores que tratam da temática apresentada. Sendo assim, investigou-se a seguinte questão: como a gestão escolar pode promover a cidadania e, como consequência, diminuir as diferenças no espaço escolar? O que fazer, então, para que as diferenças possam coexistir neste espaço? Finalmente, recomendam-se algumas ações para a gestão escolar, no sentido de promover a cidadania no espaço escolar e, como consequência, diminuir as diferenças nesse ambiente. O resultado a que se chega, por meio da revisão bibliográfica é que lidar com as diferenças e promover a cidadania no espaço escolar são perspectivas possíveis para a gestão escolar.
Palavras-chave: Papel da Gestão. Diferenças na Escola. Promoção da Cidadania.
- INTRODUÇÃO
A Gestão Escolar é a principal responsável por todas as atividades na escola e é ela quem cria o clima para a aprendizagem e é formada pelo diretor, vice-diretor e coordenadores. São estes profissionais que acompanham toda a ação educativa no cotidiano escolar, cabendo a eles solucionar os problemas que surgem neste ambiente.
Um dos desafios presentes nas escolas brasileiras na atualidade é relacionado às diferenças e a formação cidadã, pois para lidar com esses fatores a gestão escolar precisa reconhecer que os alunos possuem direitos que são assegurados por Lei (BRASIL, 1998); trazem suas diferenças (sentimentos, crenças, pensamentos e práticas próprios) para a escola.
Daí a importância da gestão saber lidar com estes fatores, isto é, aprender a lidar com a heterogeneidade, pois a escola do futuro será a escola dos “diferentes” e da diversidade, o que pede uma gestão escolar apropriada, a partir da visão do futuro (CHRISPINO & CHRISPINO, 2002). Pelo exposto, uma gestão que realize sua práxis, a partir da realidade existente, dentro de uma lógica de igualdade, fundamentando sua prática e suas escolhas pedagógicas.
O que se pretende neste artigo é refletir acerca da seguinte questão: como a gestão escolar pode promover a cidadania e, como consequência, diminuir as diferenças no espaço escolar? O que fazer, então, para que as diferenças possam coexistir neste espaço? A metodologia valeu-se de revisão bibliográfica que para Lakatos e Marconi (2001, p. 43-44):
trata-se do levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas em imprensa escrita (documentos eletrônicos). Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações.
Assim, este estudo está pautado nas obras de teóricos como Penin & Vieira (2002), Rios (1993), Maclaren (1997), entre outros.
2. GESTÃO ESCOLAR: ROMPENDO COM A HOMOGEINEIDADE NO ESPAÇO ESCOLAR E PROMOVENDO A CIDADANIA
A educação atual exige da Gestão Escolar novos modos de fazer e pensar a educação, pois como acrescenta Penin & Vieira (2002, In: VIEIRA, 2002), “sempre que a sociedade defronta-se com mudanças significativas em suas bases sociais e tecnológicas, novas atribuições são exigidas à escola”. (p. 13).
A Gestão Escolar é a responsável por todas as atividades na escola e é ela quem cria o clima para a aprendizagem. Todavia, “para atuar em um novo modelo de escola é necessário também compreender sua função” (RIOS, 1993, p. 38). Pelo exposto, a gestão deve compreender o processo educacional e possuir um novo olhar quanto à construção do Projeto Político Pedagógico.
A escola atual é um espaço permeado pela heterogeneidade, pois ela, a heterogeneidade, é uma questão pedagógica (SILVA, 2000). Para Gomes (2000, p. 4) “a questão da diferença aponta a diversidade como algo complexo que exige estabelecer padrões de respeito, de ética e de garantia dos direitos sociais”. Ainda para a autora, significa “avançar na construção de práticas educativas que contemplem o uno e o múltiplo; significa romper com a ideia de homogeneidade e de uniformização que ainda impera no campo educacional”.
Pelo exposto a Gestão Escolar deve construir projetos que promovam a cidadania e minimizem as diferenças presentes na escola, rompendo com a dicotomia entre teoria e prática. Para tanto, deve articular novas ideias que possibilite a todos nesse espaço a lidarem com a heterogeneidade, por meio da história de vida dos alunos (MACLAREN, 1997), bem como “[...] desenvolver nas alunas e alunos os procedimentos e destrezas imprescindíveis para sua atuação responsável, crítica, democrática e solidária na sociedade” (SANTOMÉ, 1995, 175).
Para tanto, se faz necessário:
repensar a escola como um espaço democrático de troca e produção de conhecimento que é o grande desafio que os profissionais da educação, especificamente o Gestor Escolar, deverão enfrentar neste novo contexto
educacional [...]. (ALONSO, 1988, p. 11).
Isto posto, a gestão escolar deve transformar a escola em um ambiente agradável, que minimize as diferenças, pois
[...] não pode haver na escola um clima de individualismo e de não envolvimento, pois esses comprometem o andamento do planejamento participativo e que ao invés da construção desse clima deva existir sim, um ambiente de acolhida, aceitação mútua e interesses um pelo outro. (DALMÁS, 1994, p. 47).
Assim, deve viabilizar uma aprendizagem construída a partir da participação ativa dos alunos diante das mudanças do meio em que estão inseridos, ligada à formação para a cidadania, isto é, em favor da autonomia do ser (FREIRE, 2002), elaborando projetos que eduque para a cidadania, pois “educar para cidadania significa prover os indivíduos de instrumentos para a plena realização desta participação motivada e competente, desta simbiose entre interesses pessoais e sociais” (MACHADO apud SOUZA, p.5). No entanto, isso só se efetivará “(...) num ambiente escolar em que todos possam conviver como sujeitos, com direitos e deveres percebidos a partir da discussão aberta de todas as questões que afetam a vida de todos na escola”. (PARO, 1996, p.113).
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