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EDUCAÇÃO INFANTIL – ORALIDADE E ESCRITA

Por:   •  15/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.119 Palavras (13 Páginas)  •  593 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A educação infantil ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita constitui-se em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação expressão além de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Esta ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever. Aprender uma língua não é somente aprender palavras, mas também os seus significados culturais e com eles os modos pelos quais as pessoas do seu meio sociocultural entendem, interpretam e representam a realidade.

A aprendizagem da linguagem oral e escrita é elemento importante para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais já que o trabalho com a linguagem constitui um dos eixos básicos na educação infantil dada a sua importância para a formação do sujeito para a interação com as outras pessoas, para a orientação das ações das crianças, para a instrução de muitos conhecimentos e para o desenvolvimento do pensamento.

2. INÍCIO DA COMUNICAÇÃO: LINGUAGEM ORAL

Muito cedo os bebês emitem sons articulados que lhes dão prazer e que revelam seu esforço para comunicar-se com os outros. Quando observamos um bebê em um berçário, escutamos muitos sons de choro, de riso, sons vogais e consonantais, fileiras de sílabas como "di, di, di", e até imitações de palavras. Estes sons são o meio de comunicação oral dos bebês. Verificamos também que os bebês prestam muita atenção às conversas dos adultos e a outros sons do ambiente, sendo assim, os adultos ou as crianças mais velhas interpretam essa linguagem peculiar dando sentido à comunicação dos bebês, pois a construção da linguagem oral implica na verbalização e na negociação de sentidos estabelecidos entre pessoas que buscam comunicar-se. Por exemplo, ao falar como os bebês, os adultos, principalmente, tendem a utilizar uma linguagem simples, breve e repetitiva, o qual facilita o desenvolvimento da linguagem e da comunicação.

Nesse processo, as crianças se apropriam gradativamente das características da linguagem oral, utilizando-as em suas vocalizações e tentativas de comunicação.

As brincadeiras e interações que se estabelecem entre os bebês e os adultos incorporam as vocalizações rítmicas, isto é, a linguagem simples dos bebês, breve e repetitiva, revelando o papel comunicativo, expressivo e social que a fala desempenha desde cedo.

Um bebê de quatro meses que emite certa variedade de sons enquanto está sozinho, poderá repetir as interações com adultos ou com outras crianças como forma de estabelecer uma comunicação.

É interessante observar também, que os bebês são capazes de entender a linguagem bem antes de poder falar, ou seja, logo após o nascimento eles já fazem distinção entre vozes conhecidas e desconhecidas, vozes amigas e hostis, e no final do primeiro ano ao ouvir sons com as sílabas "Pa" e "Ba", conseguem estabelecer diferenças entre eles.

2.1 A FALA NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA DE UMA CRIANÇA:

A fala no primeiro ano de vida é dividida em duas fases, Pré-linguística e Linguística.

A fala Pré-linguística passa pelas seguintes etapas:

Choro: a princípio o choro do bebê é igual em todas as ocasiões, conhecido como choro indiferenciado, e, aos poucos, diversos padrões de choro podem ser observados, estes são os choros diferenciados.

Gorjeio ou Arrulho: Inicia-se por volta do segundo mês e é constituído principalmente por sons vogais.

Balbucio: Começa aproximadamente entre três e quatro meses e é constituído pela união de sons vogais e consoantes.

Ecolalia: Começa a ocorrer entre nove e dez meses e consiste na imitação consciente dos sons do adulto.

Jargão expressivo: Constitui-se de fileiras de sons que soam como frases, pois tem ritmo e pausas, mas não são compreensíveis.

Já a fala Linguística se inicia no início do segundo ano quando a criança pronuncia a mesma combinação de sons para se referir a uma pessoa, um objeto, um animal, ou um acontecimento. Por exemplo, quando a criança diz "Apo!" ao ver água no copo, na torneira, no banheiro e assim por diante, podemos afirmar que a criança já está falando por meio de palavras.

Normalmente, com um ano e meio de idade, a criança já tem um vocabulário composto por 50 palavras, no entanto, ainda apresenta características da fala pré-linguística e não revela frustração se não for compreendido. Na fase inicial da fala linguística, a criança costuma dizer uma única palavra atribuindo a ela, no entanto, o valor de frase, por exemplo, quando a criança diz "ua!" apontando para a porta de casa, expressa um pensamento completo "Eu quero ir para a rua". Estas palavras com valor de frases se chamam Holófrases.

Além da linguagem falada, a comunicação acontece por meio de gestos, de sinais, e da linguagem corporal. A criança aprende a verbalizar por meio da apropriação da fala do outro.

Aprender a falar, portanto, não consiste apenas em memorizar sons e palavras. A aprendizagem da fala pela criança não se dá de forma desarticulada com a reflexão. O pensamento, a explicitação de seus atos, sentimentos, sensações e desejos.

Muitos fenômenos relacionados com o discurso e a fala, como os sons expressivos, as alterações de volume, ritmo, ou o funcionamento dialógico das conversas nas situações de comunicação, são utilizados pelas crianças mesmo antes que saibam falar. Isso significa que, mesmo antes de se expressarem pela linguagem oral, elas podem se fazer compreender e compreender os outros, pois a competência linguística abrange tanto a capacidade para compreender a linguagem, quanto a capacidade para se fazer entender.

Com um ano e meio a criança desenvolve a habilidade de combinar palavras, construindo inicialmente as conhecidas frases de duas palavras "Eite cabô!", ou seja "O leite acabou".

Entre quatro e cinco anos, as crianças já produzem sentenças que tem uma média de cinco palavras e incluem todas as classes gramaticais como substantivos, adjetivos, artigos, numerais, advérbios, preposições conjunções e interjeições.

Entre cinco e seis anos, as sentenças continuam

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