Educação infantil em tempos de pandemia

UNIVERSIDADE PAULISTA

HÉVILA KAILANY LEMOS NERES

EDUCAÇÃO INFANTIL EM TEMPOS DE PANDEMIA DO COVID-19

Relatório de aula.

SÃO PAULO

2021

HÉVILA KAILANY LEMOS NERES

EDUCAÇÃO INFANTIL EM TEMPOS DE PANDEMIA DO COVID-19

Relatório de aula.

Relatório de aula apresentado a Universidade Paulista como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de bacharel em Pedagogia.

Orientador(a): Ana Salles

SÃO PAULO

2021

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO        4

DESENVOLVIMENTO        5

CONCLUSÃO        8

        

INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o COVID-19 é uma doença respiratória causada pelo coronavírus da síndrome respiratória agude grave 2 (SARS-COV-2) que surgiu em meados de dezembro de 2019 na China. Pelo seu alto grau de transmissão, a organização classificou o surto como pandemia em janeiro de 2020. Com o avanço da doença, medidas de saúde e sanitárias foram tomadas em todos os setores da sociedade como distanciamento social, uso de máscara, lockdowns. No estado de São Paulo, foi adotado um plano de restrições chamado “Plano SP”, no qual ficavam definidas os estabelecimentos que poderiam funcionar e suas regras.

Um dos setores mais atingidos por essas regras foi o sistema de educação pois, mesmo sendo um setor essencial, teve seu fechamento decretado. Para suprir a necessidade de educação nos níveis infantil, fundamental, médio e superior, as instituições de ensino se viram num dilema: qual seria a melhor forma de continuar levando o ensino para os alunos? As soluções foram diversas, sendo a mais adotada o ensino remoto através de plataformas digitais como Teams, Google Classroom, Zoom, etc. Mesmo após mais de um ano de pandemia declarada no Brasil, buscam-se soluções para aprimorar o ensino remoto dentro da realidade do sistema nacional de educação para que, mesmo em distanciamento, o objetivo da educação seja alcançado e discute-se a melhor forma para a transição do ensino a distância para o presencial.

Isto posto, este relatório busca a compreensão do problema central, suas ramificações e possíveis soluções com base em uma videoconferência ministrada no Youtube pela gerente de serviços educacionais da Moderna Damaris Silva, com participação da doutora em linguística aplicada e formadora de educadores Maria Regina Passos e da presidente da seccional paulista da UNDIME e dirigente municipal de educação de Mairiporã-SP Márcia Bernardes.

DESENVOLVIMENTO

A pandemia do COVID-19 trouxe uma nova realidade para todos os setores da sociedade mundial. No setor educacional, o coronavírus foi responsável pelo fechamento de escolas e da adoção do ensino remoto como método de ensino provisório. Dentro desse contexto, governo, instituições e profissionais da educação infantil viram a necessidade de adaptação a nova realidade através de políticas públicas e novos métodos de levar um pouco da experiencia que a escola presencial tem no desenvolvimento das crianças.

Uma das medidas para aprimoramento da educação infantil veio antes da pandemia. Em 2018, o MEC fez uma revisão do BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o qual fez alterações importantes dentro do currículo nacional como a adição dos “seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento”; das “10 competências gerais do BNCC”, e o governo paulista em conjunto com profissionais da educação atuou na revisão do PPP (Projeto Político Pedagógico) que, de acordo com a Dr. Maria Regina, contribuiriam para uma melhora considerável na assimilação e desenvolvimento das crianças no ensino infantil. Ao início da pandemia, buscou-se no conselho nacional de educação e no MEC, discussões de como seria feita a educação remota e os impactos desse modelo sem a vivencia e socialização das crianças. Uma das medidas foi através de medida provisória autorizando a não obrigação de cumprimento da carga horaria proposta pela revisão da BNCC. Além disso, discutiu-se a criação de novo material de apoio aos professores para educação infantil para ajudar a adaptação a essa nova realidade pandêmica. Com o cenário pandêmico, a doutora cita que as dificuldades trazidas pela adoção do ensino remoto impossibilitaram a realização plena do novo currículo proposto pelo MEC por diversos fatores.

Um desses fatores é ausência de profissionais que conseguem adaptar e aplicar o novo currículo a realidade remota. Isso se deve a compreensão insuficiente do novo método de educação e é potencializado por vulnerabilidades sociais como a pobreza. Segundo Maria Regina, a compreensão do currículo é fundamental para o desenvolvimento de novas práticas para a educação remota e, aliado com uma nova forma de relacionamento com a família e/ou responsáveis pela criança, alcançar a efetividade desejada no desenvolvimento infantil. Isto posto, ela conclui que a resolução deste problema na realidade pandêmica passa pela formação e gestão dos profissionais da educação e na adaptação do currículo para este momento.

Isto posto, Márcia Bernardes traz a conversa a realidade enfrentada pelos profissionais que estão exercendo o ensino remoto. Um dos principais problemas que acabam impactando na execução da metodologia de ensino remoto é a não adoção ou deficiência dos pais ou tutores em levar a experiencia educacional e os fundamentos do currículo para a criança.  Dentro de discussões dentro da UNDIME, ela argumenta, complementando a fala da Dr. Maria Regina, que a compreensão do currículo e o compartilhamento de experiencias geram novas estratégias a serem adotadas pelos profissionais da educação para aproximar os objetivos de aprendizagem dos pais, tutores e das crianças. Uma frase marcante durante sua fala resume qual o comportamento dos gestores e professores para alcançar o objetivo educacional: “se gestores e professores não internalizarem "os porquês" das práticas, a mudança efetiva não acontece.”