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Educação Inclusiva - A lei e o dia a dia na escola

Por:   •  7/1/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.413 Palavras (6 Páginas)  •  303 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

TAMARA GUIMARÃES BARBOSA, 2013418

PORTFÓLIO

UTA DIVERSIDADE

MÓDULO A – FASE I

VOLTA REDONDA

2018

Educação inclusiva – A lei e o dia a dia na escola

A lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência, n° 13146 de seis de Julho de 2015, veio com o objetivo de garantir a inclusão e cidadania das pessoas com deficiência. O capítulo IV desta lei se trata do direito à educação e diz: “Parágrafo único. É dever do estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.” (BRASIL, 2015).

Durante a pesquisa de campo, foi visto que no decorrer dos anos, as escolas e professores vêm se adequando e se adaptando para receber pessoas com qualquer tipo de deficiência, visando cumprir a lei e assim atender e garantir o direito dessas pessoas que são minoria e vêm sofrendo com discriminação e exclusão social durante anos.

Na antiguidade e na idade média cada povo tinha sua maneira de lidar com as deficiências alheias, geralmente a decisão do que se fazer quando nasciam crianças diferentes era do pai ou do governo, não existindo um pensamento de expectativas sobre as limitações e muito menos oportunidades a serem oferecidas com condições diferenciadas para o trabalho ou para a convivência em sociedade.

Segundo Gugel (2010), “no Egito Antigo, evidências arqueológicas mostram que as pessoas com deficiência ocupavam seu lugar na sociedade e desenvolviam suas atividades juntamente com os outros.” Por outro lado, não se sabe em que condições essas atividades eram realizadas, e tendo o conhecimento que possuímos hoje, sabemos que igualdade não é o mesmo que justiça. Em outras civilizações estudadas houve muitos casos de pessoas negligenciadas e condenadas ao abandono.

Atualmente vemos muitas pessoas com diversos tipos de deficiências e diferentes limitações podendo frequentar uma escola regular e convivendo com outras crianças. Claro que isso foi de grande importância para alguns, porém o que eu vi em campo, foi também a falta de preparo e suporte aos professores, que por vezes enfrentam uma sala cheia sem uma capacitação adequada e sozinhos precisam dar conta de atender as necessidades especiais dos alunos de inclusão. Na maioria dos casos o aluno com deficiência necessita de uma matriz curricular diferenciada e uma atenção maior do professor. O questionamento aqui deve ser o seguinte: Será que esses casos específicos estão sendo avaliados com a devida importância?

 Vejo que esse aluno para se sentir inserido na escola e com os seus direitos garantidos necessita desse acompanhamento mais específico para que haja um verdadeiro aproveitamento das matérias e rotinas do ambiente escolar.

A lei diz claramente que é dever, em primeiro lugar do estado, gerir condições apropriadas para que o aluno possa se sentir de fato incluído no ambiente escolar, tanto na parte física desse ambiente quanto no desenrolar das aulas. No estado do Rio de Janeiro as prefeituras têm feito concursos públicos para contratar profissionais que acompanham as pessoas deficientes em sala de aula, pois não podemos fechar os olhos para alguns pontos primordiais quando se trata de educação.

Algumas crianças e adolescentes com deficiência mental e síndromes como o autismo, por exemplo, estão na escola regular sem um acompanhamento adequado e não possuem a mesma facilidade de acompanhar a turma no decorrer das matérias apresentadas, ou mesmo não conseguem se adaptar a agitação de uma turma regular que contém geralmente de trinta a quarenta alunos, o que também representa grande dificuldade para um professor desempenhar o ensino com qualidade. E deixo registrado que estou me referindo às escolas públicas, nas quais foram feitas as pesquisas de campo.

A inserção de pessoas com deficiência em salas de aula é de extrema importância para esse jovem, que tem direito as mesmas oportunidades que todos. A criação desta lei foi de grande avanço e sem dúvidas uma conquista excepcional. Visto que a vida desta, sendo ela especial ou não, necessita desse contato com grupos sociais diversos, em escolas, parques, igrejas e outros, para que esse indivíduo possa se desenvolver plenamente em sua totalidade e conquistar também sua autonomia e melhoramento de sua autoestima.

No Brasil temos diversos exemplos de conquistas de autonomia e gostaria de citar uma pessoa que foi a primeira professora com Síndrome de Down no Brasil e sofreu muitas críticas e preconceitos, sendo hoje escritora de livros infantis e homenageada de diversas formas. Débora Seabra chegou a ser agredida durante o magistério, fez greve para ser respeitada e hoje atua em um colégio particular em Natal-RN.Ela lançou um livro infantil chamado “Débora conta histórias” em 2010.  

É esse o principal objetivo da lei de educação inclusiva, potencializar esses indivíduos e deixar que se desenvolvam como um todo, que mostrem o seu potencial. Débora Araújo foi à primeira no Brasil a romper e enfrentar a barreira do preconceito e devemos acreditar que o querer é poder sim, a sua força de vontade e determinação a fez conquistar seus objetivos. Então, me preocupa pensar quantas pessoas autistas, com Síndrome de Down ou outras doenças, foram desacreditadas dos seus sonhos ainda na infância e lançadas ao anonimato devido ao preconceito. São pessoas com uma capacidade enorme intelectual e é necessário um investimento do estado em recursos para elas serem desenvolvidas e estimuladas ainda na infância como toda criança.

Existem diversos estudos que comprovam a eficácia de se inserir crianças com algum tipo de deficiência em um ambiente onde a maioria não possui limitações. É importante para toda criança o convívio com outras da mesma idade para que se possa desenvolver a consciência social, empatia, percepção de mundo entre outros. E principalmente o respeito às diferenças, ao novo, ao que muitas vezes não é visto dentro de casa. Quando se conhece o diferente ele passa a ser comum em seu meio. Não há espaços para piadas e bullying quando se entende o porquê da diferença.

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