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Ensino de Matemática no Brasil

Por:   •  22/7/2015  •  Resenha  •  1.486 Palavras (6 Páginas)  •  433 Visualizações

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O texto apresenta as principais transformações que houve no ensino brasileiro, focando na matemática, ao longo da história da mesma. Mostrando-nos quando o ensino era quase que exclusivamente dominado pelos jesuítas, as reformas e movimentos que houve no decorrer dos anos e algumas discussões sobre a Matemática moderna.

O ensino brasileiro iniciou-se com as escolas dirigidas por jesuítas, durante esse período, as escolas secundárias seguiram a tradição clássico-humanista, ou seja, defendia-se uma educação baseada apenas nas humanidades clássicas, cujas disciplinas excluíam qualquer tipo de ciências, incluindo a matemática. Onde, poderiam estudar Matemática, era no Ensino Superior, no entanto, poucas pessoas estudavam matemática.  Com o passar do tempo, ainda com as escolas sendo dirigidas quase que exclusivamente por jesuítas, alguns mestres começaram a incentivar o estudo da Matemática e um exemplo disso, foi o Colégio de Roma, onde o padre Christopher Clavius mostrou-se grande defensor das matemáticas.

No entanto, apenas em meados dos séculos XVIII, as matemáticas começaram a ser consideradas como um dos “melhores elementos culturas”, mas ainda assim, temos poucas informações de como era o ensino da Matemática nessas escolas jesuítas.

Com a expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, o ensino brasileiro em geral desmoronou, restaram-se apenas alguns centros de educação, ainda sendo dirigidos por alguns religiosos. A partir de 1772, criaram as “aulas régias”, onde consistia em aulas avulsas, dirigidas por professores incapazes de ensinar qualquer que fosse a matéria, sendo assim, o ensino brasileiro, passou por um período de retrocesso.  Apesar disso, foi por meio dessas aulas régias que os conteúdos escolares começaram a ser modificados, introduziram a Matemática nelas, só que dividida nas três grandes áreas: Aritmética, Álgebra e Geometria.

Entretanto, os estudantes resistiram à introdução de tais matérias, o governador do estado de São Paulo, publicou um edital ordenando que todos os estudantes e pessoas conhecidamente curiosas se alistassem na aula que se havia de abrir para o ensino de geometria. Quem infringisse o determinado pelo edital, seria punido. Ainda assim, na primeira metade do século XIX, as aulas avulsas das disciplinas matemáticas existiam em um numero bastante reduzido e que, além disso, eram pouco frequentadas.

Durante todo o período colonial e imperial, além das aulas avulsas existiam os seminários e colégios mantidos por ordens religiosas. O objetivo dessas escolas era a preparação dos alunos para o ingresso nas Academias Militares e Escolas Superiores.

O ensino secundário estava em um estado lastimável, os professores escolhiam seus horários de aula e os conteúdos que ensinaria, e os alunos matriculavam-se e retiravam-se das aulas quando bem entendessem isso, levou os ministros do Império, a partir de 1833, a propor modificações. A modificação mais frequente foi começar a fiscalizar as aulas avulsas. Em 1837, criou a primeira escola secundária pública da cidade do Rio de Janeiro, o colégio Pedro II, esse foi o primeiro passo na direção de mudanças no ensino secundário brasileiro.

Nessa escola, foi apresentado um plano gradual e integral de estudos para o secundário, no qual os alunos eram promovidos por série, e não mais por disciplinas, e obtinham, ao final do curso, um título de bacharel em Letras, que lhes garantia a matrícula em qualquer escola superior, sem a necessidade de prestar exames. As matemáticas – aritmética, geometria e álgebra – tiveram, assim, seu lugar garantido e apareceram em todas as oito séries do curso.

Já na República, em 1890, todo o sistema educacional brasileiro passou por uma profunda reforma, que ficou conhecida por Reforma Benjamin Constant. Representou, assim, uma ruptura com o tradicional.  Era uma tentativa de introduzir uma formação científica – nos moldes positivistas – em substituição à formação literária existente, não que houve a retirada das disciplinas tradicionais e sim o acréscimo das disciplinas ditas científicas.

Na proposta apresentada por Benjamin Constant, reservava sete anos para o secundário, além de um eixo central muito pesado, envolvendo as matemáticas, Física geral, Química geral, Biologia, Sociologia e Moral e Noções de Direito pátrio e de Economia política, ainda existiam: Português, Latim, Francês, Inglês ou Alemão, Grego, Geografia política e econômica, especialmente do Brasil, Zoologia, Botânica, Meteorologia, Mineralogia, Geologia, História universal, História da Brasil e da literatura nacional, Desenho, Música e Ginástica.

Não houve nenhuma reforma significativa até 1930, que chegou produzir alguma mudança no ensino secundário brasileiro. Mas começou a surgir escolas de ensino técnico, para suprir as necessidades da agricultura e da indústria, que inicialmente não passaram de instituições dispersas, no entanto, a expansão da indústria nacional, o desenvolvimento da agricultura, a influência de outros países como os Estados Unidos e a Europa produziu no Brasil um movimento de renovação social, cultural e educacional, que ficou conhecido como Movimento da Escola Nova.

Apesar de o termo Movimento da Escola nova englobar uma variedade de correntes pedagógicas modernas, é inegável que algumas ideias básicas eram aceitas por todos. Inicialmente, esse movimento, não atingiu as escolas secundárias, que permaneceram ligadas aos princípios tradicionais.

A primeira tentativa de estruturar todo o curso secundário nacional e de introduzir nele os princípios modernizadores da educação foi dada com a reforma que Francisco Campos apresentou. Foi por meio dessa reforma que ficou estabelecido que o currículo fosse seriado, a frequência obrigatória, dois ciclos, um fundamental e outro complementar, e a exigência de habilitação neles para o ingresso no ensino superior. Nela, as disciplinas matemáticas apareciam englobadas sob o título de Matemática, nas cinco séries que compunham o curso fundamental, com três aulas por semana em cada série, e, no curso complementar, apenas aos candidatos a matrícula nos cursos de Medicina, Farmácia e Odontologia; com quatro aulas por semana, em apenas uma das duas séries que compunham o curso; e, para os candidatos aos cursos de Engenharia e Arquitetura, nas duas séries do curso, sendo seis aulas por semana em cada série.

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