Escola da Ponte : Uma Educação Com Liberdade
Por: Ana Carolina Darif • 27/5/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 2.022 Palavras (9 Páginas) • 225 Visualizações
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 A ESCOLA DA PONTE 4
2.1 PROJETO ÂNCORA 5
3 CONCLUSÃO 7
REFERÊNCIAS 9
- INTRODUÇÃO
Com uma proposta de ensino que foge do tradicional modelo do século XIX, a Escola da Ponte que é coordenada por José Pacheco em Portugal havia 28 anos em 2014, possui um sistema que não segue o convencional, com séries divididas por idade, nível de conteúdo obrigatório, professores responsáveis lecionando e adolescentes sentados sendo doutrinados. Os alunos nesta escola definem suas áreas de interesse e desenvolvem projetos de pesquisa em grupo ou individuais, escolhem um professor que os oriente em sua busca por conhecimento.
Todos os anos os jovens criam suas regras de convivência a ser seguidas, seus próprios planejamentos e os seguem, para a comunidade escolar e as famílias os resultados dessa maneira de estudo têm se mostrado promissores. Atualmente o sistema permanece viável devido às oportunidades às quais os educadores se permitem abrir, e o apoio de familiares e educandos a este novo sistema idealizado pelo ambicioso José Pacheco (MARANGON, 2004).
O professor Zé, como gosta de ser chamado (MARANGON, 2014), em suas investigações a respeito da pratica educacional costumava questionar a educação tradicional, tendo um sonho de mudanças, que necessitava de engajamento para mudança de “concepção educacional do corpo docente” (MARANGON, 2014). Desta forma baseou sua perspectiva em três grandes valores que serviriam como pilares para o ensino dentro dessa nova concepção educacional: responsabilidade, liberdade e solidariedade.
Dentro deste estudo bibliográfico será possível perceber como a Escola da Ponte surgiu, se desenvolveu, sua maneira de organização e como foi planejada e o sentimento que esta provoca em seus educandos devido à sua concepção educacional não convencional. A Escola da Ponte também possui inúmeras vantagens frente ao sistema de ensino tradicional no quesito inclusão de alunos com necessidades especiais, que criam seu próprio espaço dentro da instituição, em seu próprio tempo e com suas limitações. José Pacheco não só idealizou a Escola da Ponte, como adentrou o Brasil com o Projeto Âncora para reinventar nos tempos atuais o papel do professor como resposta aos desafios da educação brasileira, das limitações do corpo discente, analfabetismo e dificuldades da sala-de-aula no Brasil.
- A ESCOLA DA PONTE
Por idealização de José Pacheco, a Escola da Ponte é uma escola municipal, que trabalha período integral, localizada em Portugal a escola atende aproximadamente 200 alunos de cinco a dezessete anos, e possui um sistema de aprendizagem baseado em ciclos do ensino básico (GUARDA & OLIVEIRA, 2007).
Os alunos da escola em sua maioria são advindos de instituições sociais, de casos de extrema indisciplina, violência, abusos, e problemas de aprendizagem graves, quadros psicológicos e psiquiátricos, entre outros. A escola contempla um espaço único, onde os alunos podem escolher o que aprender e quando aprender, no mesmo espaço em conjunto ou individualmente, sem limite de faixa etária, e guiados por um orientador docente escolhido por eles.
Pelas próprias palavras de Pacheco, não há series, turmas, testes, anos ou salas de aula, apenas lugares onde os alunos podem sentar-se em grupos para buscar online ou em livros seus conhecimentos para desenvolver os projetos de sua escolha. São divididos em grupos de seis alunos, que escolhem um professor para orientá-los, levam duas semanas para cada projeto, e ao final decidem qual será seu método avaliativo de aproveitamento das pesquisas e estudos de todos.
Para os docentes não há treinamento específico, se deve apenas ter ânsia de mudanças à respeito do atual sistema de ensino, e querer aprender e compartilhar conhecimentos (ALVES, 2003, apud GUARDA & OLIVEIRA, 2007). A função dos educadores é criar uma atmosfera de adaptação das crianças à necessidade da escola, além de seu papel diante do aprendizado é torna-las responsáveis pela própria aquisição de conhecimento. Dando-as autonomia, liberdade de reflexão e capacidade de fazer críticas.
Algumas crianças e jovens chegam à escola sem saber trabalhar em grupo, só tem conhecimento da tentativa de disciplina e autoridade que as escolas tradicionais podem proporcioná-los. O próprio José Pacheco disse a respeito de algumas crianças recebidas na escola a princípio, em entrevista:
Não conhecem a liberdade, e sim, a permissividade. Não sabem o que é solidariedade, somente a competitividade. São ótimos, mas ainda não têm a cultura que cultivamos. Quando deparam com a possibilidade de definir as regras de convivência que serão seguidas por todos ou não decidem nada ou o fazem de forma pouco ponderada. (MORANGON, 2004, p. web 1/1)
Tanto os educadores quanto os educandos podem encontrar dificuldades, que são naturais do processo de aprendizagem, e de maneira geral, juntos reconhecem e buscar o saber em conjunto para superar e adquirir o conhecimento, seja mudando a didática, alternando o assunto, mudando sempre a maneira sobre como a temática é transmitida com o máximo “cuidado de assegurar a continuidade do trabalho que está sendo desenvolvido, não havendo quebras acentuadas no ambiente de trabalho” (GUARDA & OLIVEIRA, 2007, p.2).
Desta forma, os limites de aprendizagem e desenvolvimento de cada um é respeitado individualmente. Nessa linha de pensamento, se percebe como pode ser considerada uma escola inclusiva, pois as limitações de cada um são definidas por eles mesmos, cada um pode abranger o assunto que definir no tempo que este mesmo definir, tornando os “atrasos” e “reprovações” inexistentes. “Respeita-se o contexto de aprendizagem em que os alunos estão situados; de fato, tal contexto é construído, aos poucos, na interação entre os saberes” (GUARDA & OLIVEIRA, 2007, p.2).
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