INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO NA ESCOLA DE ENSINO FORMAL: UMA REVISÃO LITERÁRIA
Por: castronayara • 18/11/2020 • Artigo • 7.153 Palavras (29 Páginas) • 276 Visualizações
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Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal
INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO NA ESCOLA DE ENSINO FORMAL: UMA REVISÃO LITERÁRIA
Nayara Giuliane de Castro Pereira¹
RESUMO
O autismo é uma síndrome com características bastante heterogêneas, constituindo um espectro complexo. O contexto escolar oportuniza contatos sociais, favorecendo o desenvolvimento da criança autista, assim como o das demais crianças, à medida que convivem e aprendem com as diferenças. A importância desta pesquisa reside na oportunidade de investigar o universo do autismo, acreditando no poder da educação inclusiva de promover o enriquecimento dos demais alunos no convívio com as diferenças, percebendo a escola regular como um contexto no qual a criança com TEA pode encontrar modelos mais avançados de comportamentos para seguir, onde as trocas estabelecidas com outras crianças e com os adultos exercem funções importantes para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, remetendo ao conceito de mediação. Esta revisão da literatura busca respostas a partir da ideia de que, embora o desenvolvimento de habilidades cognitivas nas crianças com espectro autista seja um desafio difícil, é possível, considerando os benefícios das vivências escolares e as interações sociais. Nesse sentido, traça oportunas recomendações aos educadores, baseadas em evidências científicas de estudos sobre crianças e adolescentes com Transtornos do Espectro do Autismo.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Inclusão escolar. Análise Aplicada do Comportamento. Competência relacional.
INTRODUÇÃO
Este trabalho versa sobre a inclusão escolar de alunos com Transtorno do Espectro do Autismo em escolas de ensino formal. Trata-se de uma pesquisa útil aos educadores que pretendem alcançar uma atuação docente eficiente e segura no trato com educandos com TEA em sala de aula – um desafio de grande proporção da atualidade escolar.
Quanto à delimitação do tema, este se atém à discussão sobre a inclusão escolar de crianças com TEA, arrolando os tipos de comportamentos inadequados de maior prevalência em crianças e adolescentes com TEA e o manejo a partir da análise comportamental. Para a presente discussão, faz-se uma breve revisão da etiologia e paradigmas do autismo, das definições e características do espectro - problemas de comunicação, interação social e de comportamento, dificuldades em habilidades cognitivas e dificuldades em habilidades da teoria da mente. A seguir, procede às considerações acerca da ação docente para promoção da inclusão escolar do aluno com TEA.
O autismo é caracterizado pelo desenvolvimento atípico nas relações sociais que provoca o isolamento social do indivíduo. A noção de uma criança não comunicativa, isolada e incapaz de demonstrar afeto poderia ser revista e alterada, destacando-se suas potencialidades, apesar de considerar as dificuldades centrais do espectro autista, por influência do ambiente educacional. Sendo assim, como a inclusão poderia proporcionar oportunidades de convivência, aprendizagem e desenvolvimento de competências interacionais do aluno com TEA? Este é o problema que se apresenta.
A escola é um dos espaços que colaboram efetivamente para o desenvolvimento infantil, tanto pela oportunidade de convivência com outras crianças quanto pelo importante papel do professor, cujas mediações favorecem a aquisição de diferentes habilidades pelas crianças (LEMOS et al., 2014).
Se a docência é um grande desafio, mais desafiador se torna quando tem na turma aluno com Transtorno do Espectro Autista - TEA, cujos distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos, devido a desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento.
O tema desta pesquisa é muito interessante pela complexidade do TEA, que pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e até com problemas de saúde física – distúrbios do sono e gastrointestinais, síndrome de déficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. E, ainda, na adolescência a pessoa pode desenvolver ansiedade e depressão.
Diante do quadro, é de grande valia investigar a prática pedagógica adotada pela escola que inclui o aluno autista, os desafios do professor diante das dificuldades de aprendizagem desse educando, sabendo-se que tais dificuldades podem existir em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição.
Atualmente, o aluno autista tem direito ao AEE (Atendimento Educacional Especializado), com professor de apoio na sala de aula. Interessa conhecer a legislação sobre o AEE, saber qual a formação do professor de apoio e como tem se desenvolvido esse trabalho. E, embora se saiba que o autismo é uma condição permanente, cada pessoa autista é única e todas podem aprender, de acordo com suas potencialidades e o estímulo ambiental.
Durante a assistência a uma criança com TEA, foi fornecido apoio na execução das atividades, durante o estágio, o que justifica um especial interesse em conhecer mais profundamente o TEA e saber como os alunos com essa diversidade funcional são acolhidos e se desenvolvem na escola de ensino formal. Considera-se a educação direito inalienável de todos, inclusive dos alunos com deficiência e, para o alcance dessa garantia, é preciso alicerçar uma concepção de educação inclusiva.
Sabe-se que a garantia da matrícula desses alunos na escola regular não lhes garante permanência produtiva e feliz no âmbito escolar. Passando pela fase de segregação, da integração e vivendo a fase da inclusão escolar de alunos deficientes, especialmente do aluno com TEA, houve um longo e difícil histórico e, atualmente, há uma urgente demanda por propostas educacionais avançadas que invistam na qualidade da oferta educacional. Tal histórico precisa ser conhecido para favorecer a avaliação da atual situação e planejar ações pedagógicas inovadoras e a necessária formação dos educadores – toda equipe escolar e professor de apoio – e a adequação dos ambientes escolares.
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