Jogos e brincadeiras na educação
Por: Marlene Micheski • 21/2/2019 • Monografia • 12.392 Palavras (50 Páginas) • 174 Visualizações
JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO
São Paulo
2019
JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO
TCC apresentado para a conclusão do Curso de Pós Graduação em Psicopedagogia pela
São Paulo
2019
RESUMO[pic 1]
Apresento a importância dos jogos e brincadeiras infantis, tanto no âmbito escolar como também podem influenciar de maneira positiva e lúdica no desenvolvimento da criança. Através dos autores pesquisados, Fröebel, Kishimoto, entre outros, realizo uma pesquisa onde desencadeou reflexões acerca das novas formas de trabalho que associam os jogos e brincadeiras ao contexto escolar, estimular o desenvolvimento intelectual, social, motor e afetivo da criança.
Palavras-chave: Jogo, brincadeira, educação infantil.
INTRODUÇÃO
As crianças comunicam-se com o mundo de várias formas, antes e depois da aquisição da linguagem. Elas exploram o meio que vivem utilizando os órgãos do sentido. Observam e agem sobre objetos e situações que as circundam e nesse processo construindo seus conhecimentos e sua identidade. O brincar é um dos recursos de que as crianças dispõem para se desenvolver e se expressar.
As brincadeiras são para a criança um momento de criação, experiência sensorial, oportunidade de socialização e de interação com o conhecimento, tornando-a mais integrada com o mundo.
Na sociedade de hoje as alternativas para brincar são muitas. Os brinquedos industrializados, os jogos de computador disputam a atenção das crianças com os jogos educativos, de construção, brincadeiras tradicionais e de faz-de-conta. Diante de tudo isso, os pais e educadores se veem perdidos na escolha de um brinquedo que enriqueça o desenvolvimento da criança.
Quando éramos crianças, observamos que os brinquedos e brincadeiras partiam da necessidade que tínhamos de inventar, criar. Tivemos desde cedo acesso a objetos que oportunizavam a criação: papel, retalhos de panos, areia, sucata, tintas, eram materiais essenciais para começar a brincar.
Com um novo olhar clínico, percebemos quanto o brinquedo revela, oferecendo oportunidade de reviver, de confrontar situações angustiantes e também oferece meios para desenvolver habilidades.
Pretendemos, por meio deste trabalho, consequência de uma experiência de vivência no Estagio Supervisionado do curso de Psicopedagogia, fazer uma reflexão sobre o brincar e identificar nas brincadeiras infantis e em determinados tipos de brinquedos situações que possibilitem o desenvolvimento infantil de crianças de 2 a 7 anos.
Acreditamos que uma reflexão sobre o ato de brincar e o brinquedo seja importante para estes estejam presentes na vida da criança também no âmbito escolar.
Iniciaremos pela apresentação de diferentes visões sobre o brincar, provenientes de três campos de estudo: o educacional, apresentado por Fröebel; a Psicologia cognitiva de Piaget e a Psicanálise, apresentada por Winnicott. Em seguida, faremos uma proposta de classificação e análise de jogos e brincadeiras infantis, indicando as áreas desenvolvidas por eles e finalizaremos comentando uma proposta de aplicação do brinquedo no currículo escolar através da Brinquedoteca.
VISÕES DO BRINCAR
- O brincar na perspectiva educacional
Vários estudiosos contribuíram para a valorização da brincadeira na educação, muitos caminhos foram percorridos até que esta atividade fosse reconhecida como instrumento que favorece o desenvolvimento infantil e como recurso que fornece dados sobre a criança com quem trabalhamos no âmbito da psicoterapia.
No final do século XVIII e início do século XIX, Fröebal, filósofo alemão do período romântico, acreditava que a criança expressava sua natureza infantil utilizando brincadeiras livres e espontâneas. Ele foi considerado poeta da natureza e, de sua estreita relação com ela, surge a instituição infantil, que denomina KINDERGARTEN, isto é, significando “Jardim da Infância”.
‘... A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo – da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado, o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação”. (Fröebel, citado por Kishimoto, 1998, pg. 68).
A referida autora que embora Fröebel não tenha sido o primeiro a fazer uma análise do valor do jogo na educação, foi o primeiro a colocá-lo como parte do trabalho pedagógico quando criou o jardim de infância.
Na concepção fröbeliana deve-se a criança jogar com liberdade. Ele propõe objetos (os dons), brinquedos e deixa livre a atividade da criança. Trata-se de oferecer-lhe um material simbólico. O que importa é o modo como o adulto o apresenta para garantir a liberdade no brincar. Para este autor, o objeto e sua manipulação possibilitam à criança expressar sua riqueza interior (Brogére, 1998).
Fröebel partiu de uma leitura filosófica do brincar e sua grande contribuição foi perceber o quanto o jogo, concebido seriamente, pode contribuir para um trabalho pedagógico. Até hoje os jogos são valorizados no âmbito da Educação Infantil e deve-se a Fröebel o pensar os jogos nesta perspectiva.
De acordo com Kishimoto (1998) criou os jogos de construção, oportunizando a muitos fabricantes a duplicação de seus tijolinhos, oferecendo condições para as crianças construírem cidades, bairros, etc... estimulando, assim, a imaginação infantil.
Neste século, os brinquedos educativos conquistaram um espaço nas brincadeiras infantis. Além do brinquedo educativo as brincadeiras tradicionais e o faz-de-conta têm tido espaço nas escolas de Educação Infantil.
O brinquedo educativo é entendido como recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa. Este tipo de brinquedo é construído levando em consideração o desenvolvimento infantil e utilizando recursos pedagógicos também. O uso do jogo educativo com fins pedagógicos nos mostra a importância desse instrumento para o ensino-aprendizagem na Educação Infantil. (Kishimoto, 1999).
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