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O Brincar na Educação Infantil

Por:   •  8/8/2019  •  Projeto de pesquisa  •  2.448 Palavras (10 Páginas)  •  262 Visualizações

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CAMILA MADALENA FUSTINONI DE LIMA

CECILIA MELO DE FREITAS

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL:

UMA ANALISE DOS TCC’s DO CURSO DE PEDAGOGIA NA UFPR

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Pedagogia, como requisito à obtenção do título de Pedagoga pela a Universidade Federal do paraná. Professora:                                  Dra. Adriane Knoblauch

CURITIBA

2017

1. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Por meio da Lei n° 12.796 (BRASIL,2013), houve alteração no artigo 4° da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em que diz que a educação básica passa a ser obrigatória para crianças de 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, sendo organizada em Pré-escola, Ensino Fundamental e Ensino Médio, além de que a Educação Infantil é gratuita para as crianças de até 5 (cinco) anos de idade.                                                                                                Neste trabalho o foco de estudo, é o brincar na Educação Infantil. E de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL,2010), um dois eixos norteadores para as práticas pedagógicas na proposta curricular da Educação Infantil é a brincadeira, pois promove o conhecimento de si e do mundo; possibilita às crianças experiências de narrativas e interação com a linguagem oral e escrita; incentiva a curiosidade, a exploração o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza; além de outros pontos. Também temos nas Diretrizes Curriculares, a criança como um Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

O presente trabalho visa investigar, mediante uma revisão de literatura e da análise dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a questão do brincar da Educação Infantil.                                                                                        A relevância desse trabalho, se dá pelo o fato de que por meio desse estudo em cima dos antigos TCCs é que nossa pesquisa resultará em uma avaliação sobre a eficácia ou não dos estudo acerca do tema. Além de que pretendemos futuramente, que os alunos do curso consigam compreender melhor como é o TCC.                                                                        As perguntas que norteiam esta pesquisa são: Quais e o que falam os autores sobre o brincar da Educação Infantil? Por que é importante estudar os TCCs do curso de Pedagogia na UFPR; e o que temos nesses trabalhos?

2. OBJETIVOS

Objetivo Geral: Analisar, a partir de uma revisão da literatura sobre o brincar na Educação Infantil, como também a relevância desse tema nos TCCs do curso de Pedagogia na UFPR nos anos de 2013 a 2016.

        Objetivos Específicos:

  • Descrever os aspectos literários sobre o Brincar na Educação Infantil, em suas especificidades, como a importância do brincar, os espaços para brincar, o conceito de infância;
  • Analisar os TCCs de Pedagogia;
  • Realizar um levantamento de professores da UFPR responsáveis por orientar o tem;
  • Realizar um levantamento de autores indicados nessas pesquisas sobre o tema;
  • Quantificar quantos trabalhos existem e o que cada um utilizar como método e suas conclusões

3. REVISÃO DE LITERATURA

Tem se falado muito o fenômeno do brincar, e de sua importância para ajudar no desenvolvimento das crianças. É importante entender, quando se fala em brincar e perceber a relevância de um tempo no cotidiano das crianças destinado a um brincar de qualidade, em um espaço adequado, com materiais interessantes para as crianças e que estimulem a criatividade. A mediação de um adulto, de outras crianças, ou dos próprios objetos que se encontram a disposição da criança faz a diferença nas brincadeiras. Não basta deixar brincar, aos adultos é preciso olhar um pouquinho mais para as crianças, perceber suas necessidades e assim tentar entender e estimular a brincadeira, e como visto nos dias de estágio, isso não ocorre, já que as professoras geralmente largam os brinquedos no meio da sala, e ficam conversando ou mexendo no celular, e caso uma criança queira levar algum brinquedo de um determinado cantinho as professoras impedem que essa ação ocorra.                                                        Brincar é um direito da criança, é, segundo Leontiev (2006), a principal atividade das crianças pequenas, pois é ela que vai impulsionar a criança para outro nível de desenvolvimento. Brincar é preciso, é por meio dele que as crianças descobrem o mundo, se comunicam e se inserem em um contexto social. A brincadeira, segundo Brougère (2001), supõe contexto social e cultural, sendo um processo de relações interindividuais, de cultura. Mediante o ato de brincar, a criança explora o mundo e suas possibilidades, e se insere nele, de maneira espontânea e divertida, desenvolvendo assim suas capacidades cognitivas, motoras e afetivas.        

A brincadeira tem a importante função de auxiliar na socialização das crianças e no exercitar a imaginação, e trabalha também o processo de aprendizado, além disso Fantacholi (2011), complementa dizendo que é por meio deste ato (brincar) que a criança pode reproduzir o seu cotidiano. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem.                                                Para Vigotski (2007), Na abordagem histórico-cultural, brincar é satisfazer necessidades com a realização de desejos que não poderiam ser imediatamente satisfeitos. O brinquedo seria um mundo ilusório, em que qualquer desejo pode ser realizado. As duas principais características colocadas pelo autor são as regras e a situação imaginária, sempre presentes nas brincadeiras. De acordo com essa teoria, quando as crianças mais novas brincam, elas utilizam muito a situação imaginária, a imaginação está presente com força, enquanto as regras ficam mais ocultas, mas não deixam de existir. A brincadeira de casinha é um exemplo do brincar das crianças pequenas, em que o imaginário reina, mas certas regras de comportamento as crianças seguem, como o fato da mãe ser responsável pela comida, de que sempre tem um filho ou filha, de que precisa do espaço do quarto para dormir, entre outras atividades que compõem a realidade de uma casa.                                                                        De acordo com Brougère (2002) o brincar não pode ser separado das influências do mundo, pois não é uma atividade interna do indivíduo, mas é dotado de significação social. Para o autor a criança é um ser social e aprende a brincar, já que a brincadeira pressupõe uma aprendizagem social.                Só quem pode realmente afirmar se está brincando é o sujeito da ação. Quem observa pode pensar que a criança está brincando, pois ela se encontra no meio da brincadeira com outras crianças, ou por estar com um brinquedo na mão, mas ela pode não estar envolvida com a brincadeira, assim como uma criança quietinha no canto da sala pode estar brincando, completamente mergulhada na imaginação. O brincar é uma atividade difícil de ser caracterizada, o que se deve ao seu caráter subjetivo, mas pode-se afirmar que é social e livre, pois não é possível obrigar ninguém a entrar na brincadeira, possui regras e uma situação imaginária. É atividade dominante na infância, e é por meio dela que as crianças começam a aprender.                                                Sabemos que o brincar é importante para o desenvolvimento da criança e Vigotski (2007) confirma essa afirmação. O autor coloca que o brincar é uma atividade que estimula a aprendizagem pois cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança.Para Vigotski (2007), no brinquedo acontecem as maiores aquisições de uma criança, e são elas que se tornarão, no futuro, seu nível básico de ação real e moralidade. No brinquedo a criança passa a agir não apenas pela percepção imediata dos objetos, por exemplo, quando vê uma folha de papel e imediatamente a rasga ou amassa, ela começa a dirigir suas ações de forma independente daquilo que ela vê, ela pode ver uma folha de papel e brincar de “aviãozinho”. Forma-se uma nova relação entre o que a criança vê, sua percepção visual, e o que a criança pensa, o significado que aquela ação e aquele objeto tem para ela naquele momento. Um pedaço de madeira pode deixar de ser simplesmente um pedaço de madeira, para a criança ele pode se tornar um cavalo, e isso foi perceptivel em minha regência, onde ao contar a história do peixe fiz o movimento do peixe com o braço, e as crianças começaram a imitar e dizer que aquilo era um peixe.                                                        A mediação no contexto da escola se destaca das mediações cotidianas pela intencionalidade da ação. A professora a todo o momento se preocupa com a aprendizagem das crianças. No brincar não pode ser diferente, e as mediações devem ocorrer intencionalmente, pensadas pela professora, para que o tempo de brincadeiras dentro da escola seja aproveitado ao máximo pelas crianças.        Favorecer a brincadeira na educação infantil não significa simplesmente deixar que as crianças brinquem sem que seja feita nenhuma intervenção. De acordo com Ayoub (2001), quando o adulto abre mão da sua mediação no processo educativo, a situação pode ser chamada de abandono pedagógico. A autora afirma que é justamente no contexto da brincadeira que o professor descobre o seu papel de mediador.

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