O CAMINHANDO AO PRINCÍPIO ALFABÉTICO
Por: luliedtke • 20/5/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 3.796 Palavras (16 Páginas) • 131 Visualizações
CAMINHANDO AO PRINCÍPIO ALFABÉTICO
Amanda Dias
Camila Gomes
Luciana Liedtke
Tassia Dias
Prof.ª Mireila de Souza Menezes
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso de Pedagogia (PED-2308) – Práticas Interdisciplinares: vivências educativas.
RESUMO
No presente trabalho propõe‐se uma reflexão sobre a questão da oralidade como um importante instrumento no processo de comunicação. Para interpretar o que ouve e responder perguntas com lógica e clareza, a criança precisa ter pensamento organizado e linguagem oral bem desenvolvida. Para isso, é necessário que participe de situações autênticas de comunicação, em que seja estimulada a falar e a organizar suas ideias antes de transmiti‐las. O objetivo deste estudo foi investigar se as práticas educativas dos professores valorizam o trabalho com a linguagem oral, escrita e letramento dos alunos.
Palavras-chave: Oralidade; Escrita; Alfabetização; Letramento
1 INTRODUÇÃO
Quando as crianças chegam na idade escolar, ela já adquiriu uma parte considerável da sua língua materna. Em relação à escrita, a maior parte das crianças ainda não sabem ler, mas sabem que há uma relação entre a escrita (símbolos) e a fala e que esta o pode ser representada no papel.
Mas quais são os caminhos que a criança percorre até conseguir perceber que a nossa escrita é representada através de símbolos e que tem certas regras a ser seguidas? O que auxilia a criança a perceber, associar símbolos com a fala desde o seu nascimento?
Então, neste trabalho, mostraremos os caminhos percorridos pela criança até o princípio alfabético, desde o seu nascimento até a alfabetização.
2 O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA E DA ORALIDADE
A escrita, uma linguagem histórica, social e cultural desenvolvida pelo homem, se difundiu ao longo dos tempos como um meio de comunicação. A escrita, não é inata. Todos nos temos que passar por um processo de aquisição. Meredieu (apud LEITE; PATROCINIO, 2000) ressalta que a escrita “é uma parte atraente do universo adulto, dotada de prestígio por ser secreta, a escrita exerce uma verdadeira fascinação sobre a criança, e isso bem antes de ela própria poder traçar verdadeiros signos.”
Distintamente do ensino da língua falada, que a criança desenvolve por si mesma, o ensino da língua falada, que a criança desenvolve por si mesma, o ensino da língua escrita depende de um preparo artificial. Esse preparo exige atenção e esforços enormes, tanto do professor como do aluno. A escrita é algo imposta de fora. (VYGOTSKY, 1998)
Segundo Vygotsky (1998, p.140) “a língua escrita é constituída por um sistema de signos que designam os sons e as palavras da linguagem falada, os quais, por sua vez, são signos das relações e entidades reais.” Esse sistema de signos, muitas vezes, nos professores temos que auxiliar nossos alunos a compreender.
Mas conforme Vygotsky (1998) descreve, a criança passa por um processo de simbolização: dos gestos e símbolos visuais, simbolismo no brinquedo e o do desenho, até a aquisição da escrita. Segundo o autor, esses são os estágios preliminares que a criança percorre até chegar à construção da escrita.
Quanto a oralidade, é necessário considerar que a linguagem oral é o principal instrumento de comunicação. É essencial reconhecer que a fala é básica na vida e de extrema importância para o ser humano. Segundo Araújo (1965, p. 11), “o homem está na permanente dependência dos símbolos verbais e, por esse motivo, o desenvolvi‐ mento da linguagem é elemento essencial à sua perfeita realização na sociedade em que vive”. Dessa forma, todos precisam saber se expressar e usar a linguagem em variadas situações comunicativas: conversas, entrevistas, seminários, ao telefone, falar em público, entre tantas outras. O desenvolvimento da linguagem oral A linguagem oral tem uma função prática imprescindível na vida humana e social. É uma habilidade construída socialmente, isto é, a criança ensaia desde o primeiro momento de sua vida. A relação de comunicação no primeiro ano ocorre por meio de troca de experiências interpessoais com familiares e professores. Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 125), “a construção da linguagem oral implica, portanto, a verbalização e na negociação de sentidos estabeleci‐ dos entre pessoas que buscam comunicar‐se”. Desde muito cedo a criança se utiliza principalmente da linguagem oral para se comunicar. Antes de falar com fluência, as crianças já são capazes de utilizar a linguagem oral para diversos fins: pedir, solicitar determinadas ações ou objetos, e expressar seus sentimentos, perguntar ou explorar o mundo a sua volta. Da mesma forma, mesmo antes de falar, a criança já começa a entender a fala das pessoas que estão interagindo com ela. No entanto, a compreensão da linguagem é mais abrangente que a capacidade de falar, e ocorre antes mesmo que a criança possa se expressar oralmente. Considera‐se que a aprendizagem da fala se dá de forma privilegiada, por meio das interações que a criança estabelece desde que nasce. As diversas situações cotidianas nas quais os adultos falam com a criança ou perto dela configuram uma situação rica que permite à criança conhecer e apropriar‐se do universo discursivo e dos diversos contextos nos quais a linguagem oral é produzida. É importante que o professor converse com as crianças, ajudando‐as a se expressar, apresentando‐lhes diversas formas de comunicar o que desejam, sentem e necessitam etc. Nessas interações, é importante que os adultos que entram em contato com as crianças tenham o cuidado com a própria fala e utilizem de forma clara, sem infantilizações e sem imitar o jeito da criança falar, com a consciência de que são modelos de falantes para elas. Considera‐se que o contato com o maior número possível de situações comunicativas e expressivas resulta no desenvolvimento das capacidades linguísticas das crianças
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