O Fichamento de Estudo de Caso
Por: Laís Gonzaga • 5/11/2018 • Resenha • 1.444 Palavras (6 Páginas) • 455 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS GRADUAÇÃO EM XXXXXX
Fichamento de Estudo de Caso
Trabalho da disciplina
Tutor: Prof.
Belo Horizonte
2017
Estudo de Caso:
Atendimento psicopedagógico em uma clínica-escola: um olhar para aspectos da adolescência
REFERÊNCIA:
Atualmente é fundamental perceber que cada caso de dificuldade de aprendizado merece atenção especial e a busca por profissionais que atuam na prevenção e tratamento dessas questões é cada vez maior. Para isso é necessário utilizar um enfoque qualitativo baseado nos atendimentos realizados e em uma bibliografia de referência onde são verificados os papéis assumidos pela Psicopedagogia, a questão do aprendizado e das dificuldades de aprendizado, suas relações todas as outras questões.
Assim como Fonseca (1995), Lima et al. (2006) afirmam, a aprendizagem é uma mudança no comportamento resultante da experiência ou prática e depende da interação entre fatores individuais e ambientais. Nas palavra de Pantoja (2009) a aprendizagem é um processo de apropriação ativa de conteúdos da experiência humana, daquilo que seu grupo social conhece e que está sujeita a influências de fatores internos e externos, sociais e individuais. Segundo Vygotsky, Luria e Leontiev (1988), Lima et al. (2006) o aprendizado é um aspecto necessário e universal para o desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e particularmente humanas.
Pastorino (2009) relata que o processo de aprender vai complementando o sujeito em consequência da necessidade emergente da interação entre seu organismo e o meio. Para Paín (2008), há dois tipos de condições para a aprendizagem, as externas e as internas. A primeira define o campo do estímulo e a segunda define o sujeito.
Pode-se identificar a dificuldade de aprendizado em crianças através da não reprodução de atividades anteriormente aprendidas e requeridas, fazendo com que a criança não guarde informações recebidas e não seja capaz de evocar aquilo que a atividade pede, daí vem o motivo para serem apontadas como crianças que possuem dificuldade de aprendizagem.
Pantano (2009) no seu estudo relata que as dificuldades mais frequentes em indivíduos com depressão infantil são referentes à concentração, memorização, pouca capacidade de pensar e insegurança, essas características estão relacionadas diretamente a dificuldades de aprendizagem no ambiente escolar.
Tanaka (2008) aborda os diferentes tipos de atenção, seu desenvolvimento e patologias a fim de oferecer ao psicopedagogo uma ampliação da visão sobre um sintoma que indica problema de aprendizagem. Cabe ao profissional no processo diagnóstico, investigar o caminho da atenção da criança no processo de aprendizagem, verificando se ela está sendo capaz de selecionar os estímulos que recebe e se sua estabilidade está adequada, analisando ainda se as oscilações apresentadas são compatíveis com sua idade e situação de aprendizagem.
A responsabilidade em relação aos problemas de aprendizagem das crianças não deve ser vinculado tão somente a elas, atualmente a responsabilidade é também da família e da escola.
Segundo Masini (2006): após o surgimento da ênfase aos aspectos sociais ligados ao fracasso escolar no Brasil, a escola passou a ser vista como uma instituição "ligada por uma trama de valores, hábitos, linguagem, conceitos e padrões de comportamento".
Abbud e Santos (2002) afirmam que a ideia de família como conhecemos hoje é recente. Ariès (1978) relata que ocorreram mudanças na sociedade que atingiram diretamente os modos de organização familiar e a visão da educação da criança. A aprendizagem tradicional foi substituída pela escola e a criança passou da sociedade dos adultos para um regime de confinamento rigoroso, originado a partir da preocupação dos pais com a educação (ABBUD & SANTOS, 2002).
Segundo Winnicott (1999) o indivíduo possui conteúdos individuais, mas considera que seu desenvolvimento recebe grande influência do meio em que vive, visto que é através do relacionamento familiar e no início da vida que ocorre o desenvolvimento desta criança.
Adolescência
A adolescência é um período de várias mudanças que afetam todo o desenvolvimento do indivíduo. Aberastury & Knobel (1991), consideram que a adolescência é uma fase de reorganização emocional, de turbulência e instabilidade, caracterizada pelo processo biopsíquico ao qual os adolescentes estão destinados. Ferreira (2003) relata que durante o desenvolvimento da adolescência ocorrem mudanças de capacidade intelectuais, de interesses, atitudes e ajustamentos. Gimenes (2000) relata que simultaneamente às mudanças nas estruturas cognitivas a um patamar superior ocorre o mesmo em relação ao aspecto afetivo. Santos (2003) afirma que a passagem da infância à vida adulta supõe uma mudança fundamental na maneira de pensar do adolescente, onde as novas capacidades cognitivas adquiridas nesta fase os permitem "ter uma visão mais ampla, mais abstrata e mais consciente sobre o mundo e sobre eles mesmos" (p.96).
Sujeito e metodologia
O presente estudo teve origem a partir dos atendimentos realizados por estagiários supervisionados do curso de Pós-graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica de uma universidade privada da Baixada Santista, litoral do estado de São Paulo.
O participante de nosso trabalho foi uma adolescente de 14 anos de idade, residente na região da universidade, estudante de uma escola particular, transferida posteriormente para uma escola pública durante os atendimentos. Possui uma irmã mais velha, filha de sua mãe em outro relacionamento e vive com esta irmã e seus pais. A família possui boas condições socioeconômicas, sendo o pai com nível superior completo, a mãe com ensino médio e onde ambos trabalham. Esta jovem chegou ao serviço de clínica-escola Psicopedagógica da universidade encaminhada pela sua escola após a aluna estar repetindo pela terceira vez o sétimo ano do ensino fundamental.
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