O Luto Infantil e as interferências no processo de aprendizagem
Por: Deivid Veiga • 3/4/2018 • Projeto de pesquisa • 1.925 Palavras (8 Páginas) • 840 Visualizações
SOCIEDADE CULTURAL EDUCACIONAL DE ITAPEVA
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA
O LUTO INFANTIL E AS INTERFERÊNCIAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM.
Deivid Rafael dos Anjos
Itapeva – São Paulo – Brasil
SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE ITAPEVA
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA
O LUTO INFANTIL E AS INTERFERÊNCIAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM.
Deivid Rafael dos Anjos
Prof. Esp. Marco Aurélio Kaulfuss
“Trabalho apresentado ao Nucleo de Pesquisa da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva como parte das atividades a serem realizadas no Programa de Iniciação Científica”.
Abril/2018
Itapeva - SP
AS SITUAÇÕES DE ELABORAÇÃO DO LUTO INTERFEREM NO DESEMPENHO ESCOLAR DE CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I ?
Este trabalho surge da necessidade da abordagem da morte e do luto em sala de aula. A morte e as perdas acompanham o ser humano desde o seu nascimento, entretanto, há certo receio em abordá-lo entre pessoas adultas, e muito menos se adentra esse universo com as crianças.
Partindo desse princípio, a criança quando se depara numa situação de perda, seja material ou familiar, por não ter contato com esse assunto que lhe foi privado, acaba caindo no labirinto do luto sem entender como agir emocionalmente, o que lhe pode ocasionar um déficit cognitivo.
É importante que o Educador conheça esse processo, e como cada criança reage mediante a perca do objeto afetivo, para isso é necessário que haja um aprofundamento nas obras literárias que abordam esse assunto
O problema de pesquisa que pretendo investigar é portanto, se as situações de luto interferem no desempenho escolar de crianças no ensino fundamental I , uma vez que no início do ensino fundamental a criança enfrenta maiores dificuldades para lidar com o luto do que em idades mais precoces, e entender se há consequências de um luto mal- elaborado no processo de aprendizagem e no rendimento escolar. O professor frente a essa situação assume um papel importante na mediação.
JUSTIFICATIVA :
“Apesar de sabermos racionalmente que a morte é a única certeza da vida este assunto que sempre intrigou o homem, pois além de misterioso, nos remete a recordações da nossa primeira infância, nas inevitáveis situações de separação da figura materna, sendo elas temporárias ou definitivas, mas sempre dolorosas. A morte do outro representa a vivência da morte em vida. Mesmo não sendo a própria equivale a um pedaço nosso que morre, a parte que nos liga ao outro pelo estabelecimento de vínculos. ” (KOVÁCS,1992b)
A situação de morte traz desconforto emocional para aqueles que vivenciam a perda de um ente querido, alguém cujos laços afetivos trazem boas sensações e ajudam a suavizar os desafios que se apresentam cotidianamente na vida do ser humano.
No universo é adulto essas perdas , afetam emocionalmente, entretanto a experiência adquirida ao longo da vida os levam a uma aceitação bem ,mais rápida do que nas fases da infância onde a presença do outro é praticamente essencial para sua sobrevivência, no ambiente qual tem pouco contato, e quando a relação com o outro sofre uma ruptura brusca e definitiva a criança se perde na elaboração do luto causando , um misto de emoções e sentimentos, que não acompanhados podem ocasionar na criança adventos psicóticos.
Alves,(2012):
“ A perda de pessoas próximas remete a criança a própria morte e dos seus pode trazer problemas escolares, sintomas físicos e psíquicos, ansiedade e baixa autoestima. Falar sobre perdas auxilia no enfrentamentos dos medos que podem surgir; porém, familiares, educadores e profissionais geralmente têm dificuldades em abordar esse o tema. É necessário estar disponível, observá-la em seu estágio de desenvolvimento, compartilhar sentimentos e esclarecer dúvidas. A criança pode participar de velórios e enterros em qualquer idade. Rituais ajudam na elaboração da perda, oferecem conforto e autorizam a expressão dos sentimentos.”
Preciso se faz analisar, quais as estratégias e práticas pedagógica a serem tomadas pelo professor, afim de aliviar o impacto da morte, no processo de aprendizagem da criança, lidando de maneira verídica e direta usando o conhecimento que a criança traz sobre o assunto e leva-la a entender a morte como um final a qual todo ser humano está propenso a vivenciar.
Segundo ABERASTURY (1984, p.135):
“A ocultação e a mentira do adulto dificultam o trabalho de luto da criança [...] Quando um adulto não diz a verdade a uma criança sobre a morte, está dificultando a primeira etapa de seu trabalho de luto. A criança não conhece muito bem como é o processo da morte, mas experimenta a ausência que ela vive como abandono. ”
O fato de encarar a morte em segundo plano, leva o homem a não pensar sua finitude, e desconhecendo esse assunto, acaba privando a criança, já que se veem como responsáveis de dar todas as respostas para as crianças, e quando não encontram as respostas para si próprias falham na passagem do conhecimento .
AZEVEDO (2003, p.58) diz:
“Falar sobre a morte com crianças, não significa entrar em altas especulações ideológicas, abstratas e metafísicas nem em detalhes assustadores e macabros. Refiro-me a simplesmente colocar o assunto em pauta. Que ele esteja presente, através de textos e imagens, simbolicamente na vida da criança. Que não seja mais, ignorado. Isso nada tem a ver com a depressão, morbidez ou falta de esperança. Ao contrário a morte pode ser vista, e é isso o que ela é, como uma referência concreta e fundamental para a construção do significado da vida.”
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