O Núcleo de Apoio à Saúde da Família
Por: Adriannna • 3/6/2018 • Trabalho acadêmico • 2.672 Palavras (11 Páginas) • 201 Visualizações
UNIVERSIDADE DE UBERABA
ALEXANDRE MARTINS DE OLIVEIRA
FABIANA ROSA
FERNANDA BORGES
INTRODUÇÃO DO PROJETO DE CONCLUSÃO DE CURSO
UBERABA- MG
2017
ALEXANDRE MARTINS DE OLIVEIRA
FABIANA ROSA
FERNANDA BORGES
INTRODUÇÃO DO PROJETO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Enfermagem da Universidade de Uberaba, do XXX Período do Curso de XXXXXX, para obtenção da nota aprovação no componente curricular de Projeto de Graduação, ministrado pela Professora Marciana Fernandes Moll
UBERABA-MG
2017
1. INTRODUÇÃO
A Reabilitação psicossocial proporciona a inserção do dependente químico na sociedade, por meio da participação social e do exercício dos direitos como qualquer cidadão. Nesse sentido espera-se que esse sujeito seja um integrante ativo na reconstrução de sua vida (PINHO et. al., 2013; OLIVEIRA et. al., 2015).
A dependência química é um problema que acomete as famílias e afeta a vida psíquica, emocional, física e conseqüentemente a vida social do usuário. Entretanto, o uso de drogas existe desde séculos passados, porem como mostra a historia se passaram anos para perceber que a dependência química se trata de uma doença que requer tratamento.
No decorrer da historia podemos visualizar que o uso de drogas não era visto ainda como um dano social, ocorria em diversos contextos desta época como uma questão religiosa, efeito medicinal em cirurgias, entre outros. Na década de 1960 o ritual de uso teve uma mudança, pois passou de algo que proporcionava prazer para um problema (DOMINGUES, 2015).
Embora hoje tenhamos conhecimento de relatos do uso milenar de substâncias psicoativas na história da humanidade, sua significação e apresentação mudaram profundamente. O uso em rituais religiosos e espirituais, o uso recreativo para socialização e busca de prazer são algumas das formas que os sujeitos se relacionam com as drogas, sendo essencial contextualizar como os aspectos políticos, culturais ideológicos, religiosos e econômicos influenciam e determinam as condições para este uso (RONZANI; NOTO; SILVEIRA, 2014).
Pode-se dizer que o uso de substâncias pisicoativas é tão antigo quanto a história do homem. Entretanto, um importante fator a ressaltar é que essas substâncias eram utilizadas, sobretudo com fins ritualístico-religiosos ou para suportar as adversidades ambientais, como o hábito de mascar folhas de coca e tabaco para suportar a fome e a fadiga. Já em 4.000 anos a.C., os sumérios faziam uso da papoula de ópio (...) e por volta de 2.000 a.C, o uso da maconha com finalidades terapêuticas e ritualísticas era difundido na China, na Índia e no Egito antigo (...), onde na mesma época são encontrados registros de uso excessivo do álcool. (...) Na Bíblia Sagrada há um importante registro histórico de uma embriaguez alcoólica, protagonizado pelo patriarca Noé (CORDEIRO; DIEHL; LARANJEIRA, 2011, p. 137).
Pessoas com dependência química eram internadas em instituições de longa permanência, onde eram excluídas da sociedade e do contato, ate mesmo de seus familiares. Essa realidade era propícia para que as famílias abandonassem a pessoa no hospital e por conseguinte perdesse os vínculos com ela (MACHADO; COSTA JUNIOR, 2011).
No final da década de 1970 e inicio da década 1980 se iniciou a Reforma Psiquiátrica que possibilitou a mudança nas estratégias de trabalho em prol de um tratamento humanizado (MACHADO; COSTA JUNIOR, 2011). Através da Reforma Psiquiátrica houve uma grande diminuição de leitos em instituições manicomiais e a criação de serviços públicos e os hospitais psiquiátricos foram considerados sem eficácia e que também havia o uso abusivo de medicamentos.
Ao longo da história, as drogas tiveram usos múltiplos, porém sem controle se tornou um problema mundial, pois em 2015, cerca de 250 milhões de pessoas usavam drogas. Desse total, cerca de 29,5 milhões de pessoas, ouseja, 0,6% da população adulta apresentaram transtornos relacionados ao consumo de drogas, incluindo a dependência. Os opióides apresentam os maiores riscos de danos à saúde entre as principais drogas e representam 70% de impacto negativo da saúde (UNIDOC, 2017).
Uma pesquisa realizada na cidade de Divinópolis-MG, ao analisar a distribuição das variáveis relacionadas com a história psiquiátrica, constatou-se que, na admissão, a média de idade e desvio padrão dos pacientes foi de 34,85 anos (12,66 anos). A maioria dos registros, 59,35%, apontava o início do uso de drogas na infância e adolescência, sendo que destes 58,90% tiveram as drogas lícitas, o álcool especificamente, como primeira droga utilizada (CANTÃO; BOTTI, 2016).
Segundo dados levantados pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD) para o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD, 2012), 5% dos entrevistados para a pesquisa experimentou bebida alcoólica antes dos 11 anos de idade.
É possível pensar, primeiramente, que o fato do álcool ser uma substância lícita no Brasil, sua distribuição, oferta e acesso são facilitados pelo comércio, pela mídia, pelo contexto cultural e incentivados pela aprovação social. Contudo, o seu uso precoce aumenta a vulnerabilidade para o uso e a dependência de outras substancias (BRASIL, 2014), o que vem aumentando significativamente a dependência química que, na atualidade demanda cuidados em diferentes setores.
Considerando a necessidade de ampliar e diversificar os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) para a atenção às pessoas com necessidades decorrentes do consumo de álcool, crack e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção, em 2011 foi publicada a Portaria n.° 3.088/2011 que estabelece a criação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que objetiva ampliar o acesso à atenção psicossocial da população, promover vínculos entre as pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (BRASIL, 2011).
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