O PAPEL DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E DAS ATIVIDADES LÚDICAS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA
Por: Mateus Borsatto • 13/12/2021 • Trabalho acadêmico • 4.292 Palavras (18 Páginas) • 152 Visualizações
[pic 1] | INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS BENTO GONÇALVES LICENCIATURA EM PEDAGOGIA |
ALFABETIZAÇÃO: O PAPEL DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E DAS ATIVIDADES LÚDICAS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA
Mateus Borsatto[1]
Janaina Boniatti Bolson[2]
RESUMO: Pretendemos abordar a metodologia e práticas pedagógicas de alfabetização pautadas por atividades que têm características voltadas para a consciência fonológica na escola. Apresentam-se diferentes visões e concepções acerca de diversos métodos que são utilizados para alfabetizar crianças, quais são as vantagens e desvantagens destes recursos. Para tanto, usou-se o embasamento teórico por parte de alguns pensadores e pesquisadores como Emília Ferreiro (1991, 1993 e 2001), Cagliari (1998), Moll (1996) entre outros que apontam para possibilidades de observar a criança e elaborar novas metodologias de alfabetização.
PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização, Consciência Fonológica, Lúdico, Práticas Pedagógicas.
1. INTRODUÇÃO
O processo de alfabetização na vida de uma criança tem início na Educação Infantil, ou seja, no período denominado de primeira infância. Por meio de atividades lúdicas como: a contação de histórias, através de músicas, das artes, da psicomotricidade e de jogos diversos que a criança inicia o processo de alfabetização, e dá continuidade nos anos iniciais do Ensino Fundamental, através da consciência fonológica. O processo de alfabetizar necessita ter sentido para a criança ligando-o sempre a fatos do dia a dia, e de curiosidades que a criança apresenta, aproximando com as experiências e vivências que circunda a vida do aluno, como a consciência fonológica que através de jogos trabalha a percepção de diferentes formas de escrita e de relações entre as palavras. Esta é uma competência que permite identificar, manipular e refletir sobre os sons da fala. Podemos dizer, que é a capacidade de perceber que a linguagem é formada por textos, estes por frases, estas por palavras, as palavras por sílabas, e as sílabas por fonemas (sons). Há um processo muito complexo no psicológico da criança para poder compreender toda esta dimensão da linguagem, sendo assim, podemos dizer que alfabetizar e letrar andam juntos.
O presente ensaio pretende problematizar o contexto da alfabetização, apresentando diferentes visões e concepções acerca de diversos métodos que são utilizados para alfabetizar crianças, quais são as vantagens e desvantagens destes métodos. O ato de alfabetizar possui sustentação na implantação de alternativas de aprendizagem fundamentadas no construtivismo, sustentado por Jean Piaget e no conceito de letramento.
Estudos e pesquisas embasados em alguns pensadores e pesquisadores, como Emília Ferreiro (1991, 1993 e 2001), Cagliari (1998), Moll (1996) entre outros, apontam para novas possibilidades de observar a criança e elaborar novas metodologias de alfabetização. O professor que atua na alfabetização, busca desenvolver suas aulas como um mediador, para que o aluno possa construir o seu conhecimento, visando uma prática pedagógica pautada em jogos, rimas, parlendas, trava-língua, ou seja, atividades lúdicas e de consciência fonológica, para que o aluno possa obter sucesso no processo de alfabetização.
Os desafios que enfrentamos no contexto atual sobre as dificuldades no processo de alfabetizar estão alicerçadas no passado, pela herança do analfabetismo e das desigualdades sociais que nossos antepassados sofreram, mas também há impactos no presente, pois a sociedade exige resultados rápidos no processo de alfabetizar, que nem sempre podem ser atingidos, levando em considerações as diversas dificuldades e problemas particulares que cada educando traz consigo.
Em vista dos desafios que envolvem o processo de alfabetizar, surgem alguns questionamentos: Quais as estratégias de alfabetização são desenvolvidas nas escolas? Todas são apropriadas? Que tipo de material, jogos e textos disponibilizar aos alunos para superar as dificuldades na alfabetização? Todas as crianças aprendem e desenvolvem-se com a mesma metodologia de ensino? É a partir destas situações em questão que este ensaio irá se desenvolver.
2. ALFABETIZAÇÃO: A PEDAGOGIA DA LEITURA E ESCRITA NO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO
Num primeiro momento, o professor necessita conhecer e analisar seus alunos, essa atividade poderá levar algumas semanas, mas é essencial e primordial para o ato de alfabetizar. A partir das dificuldades que cada aluno apresenta cabe ao professor elaborar diferentes estratégias, planejamentos e metodologias que venham a contemplar as deficiências que estes alunos apresentam. Muitas vezes, o educador utiliza materiais diversificados em suas aulas, mas acaba participando pouco desse processo. É necessário fazer o aluno pensar e refletir, material em demasia não possibilita necessariamente uma qualidade no ensino. A consciência fonológica envolve a capacidade de identificação, de manipulação, de combinação, de isolamento e segmentação dos segmentos fonológicos da língua.
A consciência fonológica na alfabetização exige ser pensada de maneira que vise a contribuir com o aprendizado da criança de maneira satisfatória. Isso significa que os educadores devem apostar no caráter lúdico das atividades, pois somente dessa maneira os pequenos podem aprimorar e desenvolver essas habilidades.
O processo de aprendizado na alfabetização deve ser desenvolvido de modo que a leitura e a escrita sejam contempladas e vivenciadas numa linguagem real, simples, natural e que haja um significado e aplicação para o aluno. A linguagem irá se constituir através do pensamento, em uma forma complexa de construção de relações.
Cócco e Hailer (1996, p.13), afirmam que:
O indivíduo humano (…) interage simultaneamente com o mundo real em que vive e com as formas de organização desse real dadas pela cultura. Essas formas culturalmente dadas serão, ao longo do processo de desenvolvimento, internalizadas pelo indivíduo e se constituirão no material simbólico que fará a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento.
Como o aluno precisa aprender e desenvolver as habilidades e competências em determinados assuntos e disciplinas, cabe ao professor dar um sentido ao que ele ensina. Quanto mais lúdicas e práticas, forem as atividades desenvolvidas melhor será a absorção por parte das crianças, em seu desenvolvimento psicológico, social e cognitivo. É através das brincadeiras e atividades lúdicas que a criança expressa seus sentimentos e emoções em relação ao mundo social.
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