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O Projeto Político Pedagógico e a Avaliação da Aprendizagem: Construção, Diálogo e Identidade

Por:   •  4/3/2020  •  Artigo  •  1.299 Palavras (6 Páginas)  •  251 Visualizações

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O Projeto Político Pedagógico e a Avaliação da Aprendizagem: construção, diálogo e identidade[1]

Adile Caroline Borges[2]

        “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre nos mesmos lugares. É tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre, a margem de nós mesmos.” (Fernando Pessoa)

        

Não poderia de deixar de iniciar esse ensaio com outra frase, se não esta de Fernando Pessoa, que diz muito e ao mesmo tempo tão pouco sobre nós, pois quando abandonamos “as roupas usadas”, passamos a usar “roupas novas”, algo que até então era desconhecido para nós. Mas o que significa isso em nossa vida? Acreditamos, que durante nossa vida, precisamos INOVAR, ressignificar o que já conhecemos, descartar o que não precisamos mais, valores, conhecimentos, lugares, e até pessoas. e para que isso aconteça, temos que OUSAR a ir diante do que é diferente, muitas vezes estranho e inédito e AVALIAR se estamos no caminho desejado. Na escola não é diferente, poi ela é um espaço de muitos desafios, de muitas possibilidades, de muitas conquistas. É nela que o sujeito vai desenvolvendo sua capacidade afetiva, de linguagem, raciocínio e pensamento.

Abandonar as roupas usadas dentro da escola está relacionada, com certeza, ao Projeto Político-Pedagógico e a Avaliação da Aprendizagem. Isto porque, o PPP precisa ir de encontro com a realidade e as concepções da mesma e muitas vezes precisamos parar para refletir se o que está no documento está contextualizado com aquilo que fazemos na prática, assim, o PPP e a Avaliação da Aprendizagem ocorrem de maneira indissociáveis, uma vez que um elemento está presente no outro.

A construção do Projeto Político Pedagógico se dá por meio de processo, onde todos colaboram e participam, visando sempre lembrar que o que se escreve deve ser pensado com a intenção de fazer, realizar, de colocá-lo em prática, e não apenas ser “enfeite” dentro da gaveta. Assim, Veiga coloca que

O projeto político-pedagógico, ao se constituir em processo democrático de decisões, preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão. (1995, p. 12-13)

        Nesse sentido, precisamos entender que apesar do PPP se tornar obrigatório nas escolas por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996, esse documento nos mostrará caminhos para resolver determinados problemas escolares. Assim, precisamos sempre perguntar: Quais dificuldades podemos encontrar?, pois com ela poderemos ter uma visão de futuro, ou seja, devemos identificar ONDE SE ESTÁ para ONDE SE QUER IR. É inevitável que o diálogo, os estudos, os encontros devam ocorrer tanto com os educadores, como também com os funcionários, pais e alunos, pois quando se fala em relações, não podemos deixar ninguém de fora dessa AÇÃO.

Quando se fala em AÇÃO, vem outra palavra que também está e precisa estar presente nos espaços da escola: a AVALIAÇÃO, ou seja, avaliar a ação. Qual ação? Todas aquelas que estão em movimento, que fazem parte do currículo escolar, mas também do currículo oculto. Hoffman, ao escrever sobre avaliação, explica que

Avaliar, na concepção mediadora, [...],engloba, necessariamente, a intervenção pedagógica. Não basta estar ao lado da criança [ou do jovem, já que, como orientadores, estaremos em contato com estes também], observando-a. Planejar atividades e práticas pedagógicas, redefinir posturas, reorganizar o ambiente de aprendizagem e outras ações, com base no que se observa, são procedimentos inerentes ao processo avaliativo. Sem a ação pedagógica, não se completa o ciclo da avaliação na sua concepção de continuidade, de ação-reflexão-ação. (2012, p.15)  

        Assim, percebe-se que avaliar está totalmente inserida ao processo educativo e de aprendizagem, avalia-se o espaço onde trabalhamos, avalia-se as atividades desenvolvidas, se foram bem sucedidas ou não, avalia-se a postura dos educandos durante as práticas cotidianas, então porque, quando temos que realizar a avaliação individual de cada um, de sua APRENDIZAGEM, acabamos esquecendo o verdadeiro significado dessa palavra? Hoffman já diz, ação-reflexão-ação, assim, o ato de refletir nos diz muito mais do que apenas lembrar e analisar o que ficou para trás, mas sim, MUDAR DE DIREÇÃO, dar sentido, vida, a aquilo que já foi feito e se necessário, alterar a ação pedagógica, já que temos que ter dinamicidade e flexibilidade diante desse ato.

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