PROTAGONISMO INFANTIL
Por: Salloa • 21/3/2016 • Trabalho acadêmico • 1.671 Palavras (7 Páginas) • 548 Visualizações
INTRODUÇÃO
Loris Malaguzzi, foi um grande educador, graduado em Pedagogia e psicologia educacional, fundou a filosofia educacional na cidade italiana de Reggio Emilia e em conjunto com o município e muitos administradores locais que participaram do nascimento e construção de rede de pré-escolas municipais e de creches na cidade.
A abordagem desenvolvida por malaguzzi, ficou conhecida, por se basear na perspectiva do papel primordial da comunidade e dos pais na construção da educação unidos com a metodologia do protagonismo infantil, onde a criança é a fonte de produção, criação e aquisição de conhecimento.
Além disso, esse sistema busca também valoriza e a representação simbólica, através das artes, pinturas e música, as utilizando como ferramentas primordiais no aprendizado. A estrutura física da escola inclusive, foi desenvolvida pensando na busca de um ambiente mais educativo e lúdico, tanto que até a cozinha, por exemplo, é planejada de acordo com a realidade inclusiva das crianças, ficando sempre, logo na entrada das unidades escolares e é acessível e visível aos demais cômodos, sugerindo a não-divisão dos potenciais educativos.
Contudo, o sistema educacional utilizado em Reggio Emília, constituiu-se em um princípio de ensino onde não existem as disciplinas formais e todas as atividades pedagógicas se desenvolvem por meio de projetos. Estes projetos, no entanto, não são necessariamente antecipados e planejados pelos professores, mas, são criados e desenvolvidos através das ideias dos próprios alunos, sendo trabalhados por meio de diferentes linguagens.
Sendo assim, o ensinamento que sustenta todo esse princípio, é o protagonismo infantil, onde as crianças são as coprodutoras de sua cultura e conhecimento, substituindo a passividade empregada á elas pela representação de um sujeito ativo que contribui para o seu próprio desenvolvimento ocupando o lugar principal em sua aprendizagem.
Protagonismo Infantil
Loris Malaguzzi foi um dos grandes estudiosos da educação, com o diferencial de ter mudado para melhor a realidade da educação infantil na região onde vivia. Formou-se em pedagogia e psicologia, tornando-se o progenitor da ideia pedagógica aplicada na cidade italiana próximo a Reggio Emilia que com o tempo acabou se dissipando por toda a região.
Após a segunda guerra, em 1945 ele se uniu a um grupo de trabalhadores rurais que decidiram erguer e administrar uma escola para seus filhos, já que todas as escolas da região haviam sido destruídas. Impulsionado pelas teorias psicopedagógicas inovadoras da Europa nos anos 50 e 60, como Jean Piaget, Lev Vygotsky e John Dewey; entre outros, Malaguzzi estava certo de que o processo pedagógico deveria ter como centro o desenvolvimento intelectual, emocional, social e moral das crianças.
O sucesso desse trabalho foi tanto que em 1963, o Município de Reggio Emilia começou a organizar uma rede de serviços educacionais que incluem a abertura do primeiro jardim de infância para crianças de 3 a 6 anos e em 1970, foi aberto na cidade o primeiro jardim de infância para crianças de 3 meses a 3 anos em resposta ao pedido de mães que trabalhavam. Seu modelo pedagógico deu tão certo que acabou sendo municipalizado englobando atualmente cerca de 40% das escolas da cidade, compondo a rede Reggio Children um total de 13 creches e 21 pré-escolas.
No entanto, o que mais impressiona em seu trabalho é o sistema de ensino desenvolvido por Malaguzzi, que ainda hoje é seguido nas escolas, ficando conhecido mundialmente a partir da sua abordagem pedagógica para a educação infantil foi projetado de maneira que as crianças possam desempenhar um papel ativo na sua construção e aquisição de conhecimentos.
Pois segundo ele, o processo de aprendizagem das crianças não pode ser seguido automaticamente a partir de relações lineares de causas e efeitos, mas se pode ter melhores resultados no ensino quando as crianças trabalham as atividades utilizando os recursos que possuem de maneira livre. Sendo assim, os alunos devem sempre desempenhar um papel ativo na sua construção e aquisição de conhecimento constituindo a sua própria compreensão, tornando a aprendizagem definitivamente em um processo auto construtivo.
Na visão de Loris, a escola pode ser comparada a um canteiro de obras, em um laboratório permanente onde os processos de crianças e adultos de investigação estão ligados fortemente nas vivencias e evoluem diariamente. Tendo como principal objetivo disponibilizar uma linda escola com espaços adequados e estrutura física voltada primeiramente para a necessidade infantil, com recursos, materiais e equipamentos que facilitam e disponibilizam a criação do conhecimento, pois o propósito desse modelo de educação não é adquirir, mas produzir a própria aprendizagem.
Nas instituições que utilizam os métodos de Malaguzzi, pode-se perceber a grande atenção concedida também para o sentido estético das escolas, todos os detalhes da arquitetura são igualmente pensados minuciosamente dando sentido a totalidade do projeto, de modo que cada ambiente possa ser aproveitado da melhor maneira. Como no caso das creches, observa-se a preferência por espaços com seções modulares flexíveis, criando a sensação de acolhimento. O espelho também é outro recurso bastante presente, não só nas paredes, mas também no chão, por ser algo intrigante para a faixa etária, já que a criança enxerga a si, os amigos, e as singularidades do ambiente, estimulando a visão das variadas perspectivas. E para valorizar ainda mais as experiências vivenciadas pelos alunos, as salas que acolhem os projetos das crianças não são arrumadas para o dia seguinte, dando as crianças a possibilidade de revisitar suas criações e dar continuidade às suas pesquisas.
É possível encontrar a cozinha, ao lado da entrada e não ao fundo como é comum de se encontrar nas escolas brasileiras, além disso ela é cercada por vidros e não de paredes de alvenaria como somos acostumados a ver, além disso, na nossa realidade é um espaço negado as crianças diferentemente das escolas de Reggio Emilia que é aberta e inteiramente conectada com a proposta pedagógica, pois é permitida a participação dos alunos durante o preparo dos alimentos, uma vez que ao exercerem as tarefas, eles não só conhecem os alimentos, como são convidados a experiências sensoriais e de degustação, ao descascar, cortar e provar os diferentes ingredientes. Segundo a equipe gestora, a proximidade dos alunos ali reforça a relação com a família, já que para eles é nesse ambiente que se constroem importantes laços, além de valorizar
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