RESENHA: “A Filosofia da Educação”
Por: ssini • 11/4/2016 • Resenha • 3.320 Palavras (14 Páginas) • 5.658 Visualizações
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SISTEMA INTEGRADO DE EDUCAÇÃO – SIEL – TAGUATINGA-DF
RESENHA: “A Filosofia da Educação”
Valdira Alves de Araujo[1]
Resumo apresentado ao Curso de Pós Graduação Latu Sensu, pela Faculdade SIEL – Sistema Integrado de Educação Taguatinga-DF, como requisito parcial para obtenção do Título de Pós Graduação.
Orientador (a): Professora: Regiana
Taguatinga-DF
2015
INTRODUÇÃO
Vemos nitidamente a coligação importante que existe entre a filosofia e a educação, filosofia é a maneira de se vivenciar as coisas, por experiências próprias, a filosofia é sumamente humana, prática; mas, ao mesmo tempo, sumamente especulativa, teorética. O problema da vida não tem solução a não ser através de um sistema da realidade. A educação é a ação continuada, prolongada, de atividades, no decorrer da vida estudantil. Vemos que os filósofos fizeram uma grande revolução de conhecimento em sua época, tais como: Platão, Aristóteles, Becon, etc, reformularam a filosofia e a educação, trouxeram a luz da razão, trazendo clareza aos demais conhecimentos, daquela época, devida a humanidade ter aprendido por experiências próprias, vivenciavam as leis, os costumes que eram passados de geração em geração. Não vivemos o presente, sem darmos a importância devida ao passado. Os Gregos Platão e os sofistas, tornaram mais dinâmicas a social da comunidade local, criando mudanças significativas na cultura do povo. Pois tinham influencia verbal e inteligência racional, para modificar a forma de pensar daquela época. Não se deixavam dobrar pelo poder religioso daqueles tempos, que eram a forma dominante de poder. Vemos a forte influencia da tradição filosófica do Ocidental, a atuação do filosofo Dewey com a formulação do método, o método de "inteligência", como prefere ele chamá-lo, para caracterizando a sua revisão do conceito de razão e experiência, buscando uma visão mais humanista, levando os indivíduos a crescerem, realizando-se de uma forma mais ampla de suas potencialidades.
Podemos afirmar que a filosofia e a educação estão ligadas entre si, pois a filosofia é um princípio ou conjunto de princípios para explicar, organizar, unificar, e/ou compreender o sentido de um conjunto de fenômenos, no que se refere a filosofia de vida; a educação é uma ação continuada, realização contínua e prolongada de alguma atividade, pelas crianças, jovens e adultos, tanto no campo emocional como no intelectual, devida à natureza humana, onde aplica-se as filosofias, pois na educação perpetua-se a cultura, transmitindo-se uma visão humanista e filosófica, para que a sociedade a criasse e a mantivesse. Querendo reformular a educação no ocidente, os primeiros filósofos, fizeram uma grande reformulação filosófica, visando o propósito educativo. Na civilização ocidental os sofistas foram os primeiros educadores profissionais, segundo André Siegfried, a escrita desta marca nesta civilização, tratavam os problemas à luz da razão, livre das tradições, das superstições, etc. Devido a vivencia de tal realidade, houve uma mudança na mentalidade de pensamento dos ocidentais, não se afastando mais dessa maneira de pensar tradicional, pois dentro de suas próprias religiões, os mesmos buscam à razão, o que é real, na qual buscam compreender as idéias humanistas, da sociedade e do mundo que os cercavam, voltadas para a teoria do conhecimento, para trazer luz aos demais conhecimentos, mais ainda para direcionar as conseqüências da filosofia, num todo, acima do processo educativo. Antes mesmo de existir a filosofia, a humanidade já tinha formado culturas, vivencias essas que lhes davam meios de subsistência, fantasias, trabalho e consumo, vivenciando prazeres e sofrimentos, que tais atitudes lhes proporcionavam. Logo depois teorias foram formuladas expressamente. A humanidade aprendia por experiência própria, domesticou animais, produziu ferramentas, instrumentos, organizou-se religiosamente e socialmente, criando ritos, leis e instituições. As civilizações em seu auge, estavam embriagados com seus feitos e triunfos, ficaram parados no tempo, ficaram pessoas soberbas fechados dentro de seus clãs. Platão e os sofistas, tinham uma maneira diferente de pensar, foram diretamente contra os costumes e ritos, dessa geração, fechado dentro de si mesmo, cega e sem direção, pois vivam seus desejos e suas necessidades. Devido a atuação deles, os Gregos Platão e os sofistas, a sociedade tornou-se mais dinâmica, criando uma mudança e cultivando a mesma. Eles tinham o domínio verbal avançado para aquele tempo, criavam desenhos, símbolos intelectuais, no campo da geometria e da matemática. Eles não se deixavam acorrentar-se pelo poder sacerdotal da época, pois tinham uma visão helenista. O pensamento filosófico de Platão, demonstra bem a característica geral da tradição filosófica do Ocidente. Não podemos jamais verificar a filosofia de educação atual, sem antes verificarmos os primórdios da civilização humana. As experiências, que antes eram criativas e boas, caíram numa rotina e ficaram estagnadas no tempo, não ofereciam nada de novo. Veio então a época da razão, tendo uma visão extasiada, especulativa e imaginativa Grega, maravilhados, com a perfeição, com a harmonia, do ordenado, do perfeito. Através da educação, do espírito e da mente o homem podia chegar a uma concepção de um mundo cheio de idéias, eterno e real, chegado através dos pensamentos de Platão, num mundo racional e supra-sensível, fugindo do que é desordenado e passageiro. Foi descoberto o conhecimento racional, na qual o homem apoiou-se. Existiam duas linhas de conhecimento: primeiro o conhecimento empírico, criado em experiências e erros, no qual não se produzia algo certo. Segundo o conhecimento racional, no qual foi baseado predominantemente no raciocínio abstrato, da filosofia e da matemática, nas leis da harmonia e da simetria. Dentro da visão do segundo conhecimento, tinha uma visão de lazer, contemplação, na nobreza, na sociedade grega, aristocrática e baseada na desigualdade entre homens livres e escravos, veria nessa conclusão uma justificação de seu próprio regime social. Daí temos os elementos para as teorias da sociedade e do homem, na qual Platão cria na Republica, dando a idéia da criação do estado, tendo os seus fundamentos na educação e no treinamento dos indivíduos, para os quais exerceriam as diferentes funções sociais. Dentro dessa visão vemos a necessidade de uma sociedade organizada e feliz é aquela aonde os indivíduos, estejam fazendo aquilo o que a sua natureza o destinou a fazer, dentro de uma visão filosófica e educacional, pois a função da educação é formativa e visão filosófica é geral. Os homens na época de Platão, viviam em diversos níveis mentais, corporais e sociais. Tudo o que existe divide-se em formas e aparente, as primeiras reais e eternas, devido ao conhecimento, e as ultimas são passageiras , mudam, produzem opiniões e crenças, sem valor. O corpo e alma são diversos e independentes, a alma do homem vive dentro de seu corpo, vivendo num mundo de formas e cores, já o corpo, vive num mundo de aparências, cabe a cada um subjugar a sua alma naquilo que seus desejos necessários aspiram, em grau pequeno. O homem liberto é aquele que consegue libertar-se das ilusões, das aparências, vivenciando num mundo de realidades e de formas. A sociedade e a natureza produzem ideias não expressas de maneira explícita, colocam-se homens que conseguem libertar-se do corpo, vivenciando a verdade, do bem, do belo, pois o conhecimento fornecendo coisas boas. Os filósofos, sendo tais homens, governariam, sobre os artesões e produtores, pois viviam em seus apetites e sentidos somente. Aquela sociedade era aristocrática, vivia na desigualdade. Surge o cristianismo, criando as teorias do pecado original e a da criação. A sociedade vivia em três classes, embora vivessem apenas dois níveis de desenvolvimento, vivam no nível da matéria. A educação seria o processo no qual as pessoas veriam suas capacidade de realização, distribuindo-se em diferentes classes sociais, assim o filosofo grego na perfeita teoria das funções dentro do processo educativo. O homem foi criação divina, por isso é carne e espírito, vivem uma luta permanente entre si, pois o espírito nem sempre vence a carne, é uma luta de todos os seres humanos, desde o humilde aos mais abastados. Aparecem duas novas vertentes, a do fermento democrático, devido a igualdade de todos os homens substancialmente, a segunda, do estudo da natureza, donde vê-se como algo que se esconde as formas, em seitas cristãs de inspiração platônica e no gnosticismo, o ser intermediário de Deus na criação do mundo, responsável pelo mal que não poderia ser atribuído ao Criador supremo. Princípio comum a diversas religiões e seitas que professa a coexistência irredutível do corpo e do espírito, do bem e do mal, da forma e da matéria, devido a formação aristotélica dos gregos. Ainda na Idade Média, os primeiros estudiosos da "natureza" já se chamam de platonistas, pois estão a buscar, além das aparências e do bom-senso, o segredo das formas, de que a natureza seria a cópia ou a imitação. Devido o grego vitorioso e sábio, ser sempre vitorioso, eram julgados pelo esforço, que lutavam pela vitoria do espírito sobre a carne, devido ao mérito humano, a se medir pela sinceridade na luta e não pelas vitórias alcançadas, para São Tomás, corpo e espírito constituiriam certa unidade, o que dificulta o conceito de imortalidade, e leva os cristãos ao dogma da ressurreição dos corpos, proeza de raciocínio que, de certo modo, santifica o corpo na luta de espírito sobre a carne e ameniza os rigores do ascetismo helênico. Bacon faz a primeira revolta, reformando a teoria do conhecimento racional. Tornando real o estudo da natureza e o significado do corpo humano, sob a inspiração platônica, pois a natureza esconde a realidade, sob a inspiração cristã, devido a natureza ser obra de Deus. Platão colocou no lugar de superstição, o empírico, numa visão ocidental, o costume, pela reflexão, dedicado-se à teoria sem se preocupar com a prática, racional, tal revelação trouxe a baila, a verdade lógica e estática. Rompendo com a natureza e com os processos empíricos de trabalho, que não eram dignos de estudos, achando solução para as sociedades aristocráticas reduzidas, vivendo de literatura e de lazer. Bacon abre as portas do conhecimento racional indo para o campo da praticidade. Descartes, século XVII, tem estruturas de pensamento, reformulando a filosofia, numa posição platonista cristã. Acrescenta, contudo, para mostrar a origem cristã de sua posição, a idéia da alma dotada das faculdades de compreender e de querer, esta mais extensa do que aquela, dando origem ao primado da vontade, que vai encontrar em Kant a sua expressão mais decisiva. Ele estabiliza a liberdade do estudo da ciência física, na qual separa o mecânico do espiritual. deixando o espiritual para os teólogos e o físico para os cientistas, fazendo as pazes de uns para com os outros. para Kant, todo conhecimento e de fenômeno, de aparências, o que é absoluto, é só no campo da razão prática, há uma substituição da fé, pelo conhecimento. A estrutura dualista do seu pensamento é platônico, mas as conseqüências são "voluntarísticas" e cristãs. Houve uma grande influencia nas instituições educativas, com o repudio ao cartesianismo e ao kantismo, sob a influencia de novos filósofos. A filosofia mais recente repele o conceito cartesiano de alma e o seu conceito de conhecimento. Alma passa a ser um nome para designar certas formas de comportamento humano, suscetíveis de explicação natural, e o conhecimento, a descoberta muito mais de "como" são as coisas do que de "que" são elas. O que moveu Descartes, continua a motivar os filósofos, do lado lógico, o progresso tem sido sensível, considerando-se diversas formas de lógica, fundadas em convenções diversas, válidas segundo os casos a que se aplicam. A ciência toda se vem fazendo convencional, em sua parte matemática, e experimental, na parte física, com reflexos poderosos sobre as filosofias. Vemos os novos conceitos sobre a natureza do homem, do conhecimento, da natureza do comportamento social e moral do homem, pois refletira nos novos conceitos, que depois serão colocados nas escolas. O método de desenvolvimento pela pesquisa cientifica, originário da experiência recomendada por Bacon, depois de muitos séculos de pensamento puramente especulativo e racional, é característico e grande, que veio influenciar sobre a filosofia, produziu primeiro os empiristas, depois os racionalistas e afinal de contas os pragmatistas, instrumentalistas ou experimentalistas. A reformulação desses conceitos se fez em face da alteração real sofrida pela natureza do ato de experiência e das modificações introduzidas na psicologia pelo progresso da ciência biológica. Os termos empírico e experimental, muda o caráter da experiência, podendo ser considerada entre esses termos. A experiência, no conceito tradicional, consistia no processo de tentativa e erro, só podendo produzir o saber por acidente, saber que se consubstanciava em hábitos e procedimentos cegos, os quais, por sua vez, se cristalizavam em costumes e rotinas hirtos e duros. Daí ser a experiência um instrumento de escravização ao passado e não de renovação e progresso. A mente não é algo que tem passividade, o conhecimento ou o saber é o resultado, que deriva dessa atividade mental. A filosofia como pragmatismo, corrente de ideias que prega que a validade de uma doutrina é determinada pelo seu bom êxito prático, [É especial aplicado ao movimento filosófico norte-americano baseado em ideias de Charles Sanders Peirce 1839-1914e William James 1842-1910.]. Coube a Dewey a formulação do método, o método de "inteligência", como prefere ele chamá-lo, para caracterizar a sua revisão do conceito de razão e experiência. Mas o que será a filosofia do nosso tempo ainda irá depender do trabalho de inúmeras pessoas que, devotando-se à filosofia, realizem, nessa esfera, o que os cientistas realizaram e vêm realizando no campo da ciência. John Dewey, demarcou os rumos e balizou, linhas de inteligência experimental, destes novos campos, dando uma nova ordem, mais humanista, de tudo o que ate hoje temos visto ou conhecido. Nenhum filosofo moderno, viu a necessidade da transformação educacional, imposta pela filosofia, na nova ciência do mundo físico, e da nova ciência do social e do humano, foi tão claro como Dewey. Ele formulou toda uma filosofia da educação, que veio a trazer acordo entre velhos dualismos, e a nortear o processo educativo, com o espírito da continuidade, num movimento de revisão e reconstrução, buscando a unidade básica da personalidade em desenvolvimento continuo. Para Dewey, seria necessário e essencial, a fim de restabelecer a eficácia na formação moral pela escola, a conduta humana será objeto de estudo cientifico, resolvendo o problema que poderia considerar o materialismo ou o naturalismo cultural. Numa visão que não se distancia de Platão, Dewey, volta a uma concepção, não no aspecto dualista de sua doutrina, mas num aspecto que une a virtude e o conhecimento. Dewey, leva os indivíduos a crescerem, realizando-se de uma forma mais ampla de suas potencialidades. Com este critério naturalístico de moral, abre-se a possibilidade de seu estudo científico, e com ele o da generalização de processos de conduzir a educação de forma objetiva ou científica. Discordam os filósofos ingleses atuais dessa possibilidade, reabrindo a velha questão e, de certo modo, insinuando o dualismo kantiano de razão pura e razão prática. Com o conceito integrado do social, cada individuo encontra a sua forma de se desenvolver. Os filósofos cristãos, identificam que o corpo e a alma tem uma só unidade, na teoria da virtude, resulta da luta voluntaria do homem contra a carne, através do espírito. No cristianismo existe a democracia, em sua pureza doutrinaria. Mas na realidade, não se produziu essa democracia, ajustando-se a condições sociais, das mais contraditórias, até o renascimento e a reforma protestante, vieram renovar as esperanças de se restabelecer essa democracia. A tradição religiosa, tem a força de reduzir essa democracia, a velhas formas de argumentação, baseadas na idade média, justamente o tipo de atividade intelectual, que Bacon condenava. Será impossível exagerar o vigor da resistência das tradições escolásticas da Idade Média no sistema escolar da época moderna e mesmo contemporânea, sobretudo no ensino secundário e superior. No século XIX, as universidade inglesas, na Alemanha e na França, tinham penas influencia no ensino de ciências e da tecnologia cientifica. De qualquer modo, porém, todo o grande problema contemporâneo continua a ser o da organização da sociedade democrática, com uma filosofia adequada. No Brasil, onde copiamos o modelo de educação ocidental, reflete os modelos de que se originou, só recentemente apresentando os primeiros sinais de desenvolvimento autônomo. Vemos que, a filosofia de educação dominante é a mesma que nos veio da Europa e que ali começa agora a modificar-se sob a impacto das novas condições científicas e sociais e das formulações mais recentes da filosofia geral contemporânea. Devemos buscar uma maneira de atuação na educação nacional, através das experiências educativas, com uma nova mentalidade e experiências educacionais brasileiras.
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