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RESUMO DO TEXTO O CONTO E SEUS CAMINHOS

Por:   •  5/12/2017  •  Resenha  •  493 Palavras (2 Páginas)  •  593 Visualizações

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RESUMO DO TEXTO O CONTO E SEUS CAMINHOS

CADEMARTORI, Ligia. O conto e seus caminhos in O que é literatura infantil. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2010. p. 172-177

O conto se diferencia em “maravilhoso” e “de fadas”. O “maravilhoso” foi de onde nasceu a literatura com a sua fonte misteriosa e privilegiada, com personagens que possuem poderes sobrenaturais, contrariam a lei da gravidade, onde há o confronto personificado entre as forças do bem e do mal.

A sua forma tem raízes em narrativas difundidas pelos árabes, e tem como representante o conto As Mil e Uma Noites. O seu núcleo de aventuras é sempre de natureza material/social/sensorial.

Já o “de fadas” é de natureza espiritual/ética/existencial, teve origem entre o povo celta com heróis e heroínas, onde estavam ligados ao sobrenatural e visavam a realização interior do ser humano. O nome fada vem do latim fatum que significa destino. Pertencente à área dos mitos encarna a possível realização dos sonhos ou ideias próprios à condição humana.

Embora tenham sido feitas inúmeras pesquisas não há a certeza de onde elas surgiram, porém são localizadas facilmente no mundo do mito, que conforme CASSIRER (1970, apud CADEMARTORI, 2010) é um mundo dramático onde a percepção mítica está sempre impregnada de qualidades emocionais. Todos os objetos são benignos ou malignos, amigos ou inimigos, familiares ou sobrenaturais, encantadores e fascinantes ou repelentes e ameaçadores.

A mais remota menção a serem que lembrem fadas é atribuída a Pomponius Melo, geógrafo que viveu no século I d.c, ele afirmou que existiam na “ilha do Sena, nove Virgens dotadas de poder sobrenatural, meio ondinas e meio profetizas, que com suas invocações e cantos imperavam sobre o vento e o oceano Atlântico. Assumiam diversas encarnações, curavam os enfermos e protegiam os navegantes”. (E. Mantovani, 1974, apud CADEMARTORI, 2010).

Conforme a tradição, as fadas são seres imaginários, dotados de virtudes positivas e poderes sobrenaturais, que interferem na vida dos homens para auxiliá-los em situações-limite.

Ao passar do tempo, no meio popular ou entre as crianças elas se transformaram e se difundiram, perderam seu possível caráter esotérico conservando-se apenas o seu poder mágico.

As fadas e a imagem arcana da mulher

Apesar do tempo as fadas ainda permanecem em nossas histórias, e o que pode explicar isso é a possível ligação das fadas com a imagem da mulher em seu significado primitivo e secreto. E a reflexão sobre certos aspectos das fadas pode nos levar a um conhecimento do eterno feminino.

Pela interpretação dada por O. Spengler (1952, apud CADEMARTORI, 2010): o feminino está mais próximo ao elemento cósmico, mais fundamente aderido à terra, mais imediatamente incorporado aos grandes ciclos da natureza [...] A mulher nas épocas primitivas é também a vidente, não porque conheça o futuro, mas porque é o futuro. O sacerdote somente interpreta. A mulher é o oraculo, o próprio tempo fala nela.

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