Redação infantil

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Os critérios necessários ao avaliar uma redação, é compreender o desenvolvimento do tema, elaborar de acordo com o que é proposto, organizar de maneira lógica e produtiva, conseguir utilizar ao máximo os conhecimentos linguísticos, etc. Porém, quando se trata de analisar uma redação feita por um aluno do ensino fundamental, é interessante observar algumas definições, entre elas, análise dos “erros” ortográficos, que nada mais é um momento de reflexão, em que a criança se revela e busca usar o sistema de escrita do português da sua maneira. Essa reescrita da história popular “Chapeuzinho Vermelho”, que escolhemos para analisar, de uma aluna estudante de escola pública, do 4º ano do ensino fundamental, nos fez refletir que realmente, não é apenas classificar o aluno pelo que ele escreve corretamente e sim, descobrir suas habilidades e criatividade de forma produtiva.

Em relação a transcrição fonética, observamos que a maioria das palavras apresentadas não estavam escritas de acordo com a fala, a criança conseguiu diferenciar a pronuncia da escrita. Houve usos indevidos de letras, a criança não conseguiu identificar a letra U na palavra GUARDA-ROUPA, escrevendo assim, “GARDA ROUPA”. Ou então, invés de escrever “GRITAR/GRITOS” escreveu “CRITAR/CRITOS”, “PACAVA” além de “PASSAVA”. “GARDOU” quando se escreve “GUARDOU”.

A Hipercorreção não apareceu em nossa análise, apesar de alguns erros ortográficos, a aluna não generalizou as palavras de forma que a pronuncia prejudicasse totalmente na hora da escrita. É possível descartar também, a modificação da estrutura segmental das palavras, não houve trocas, acréscimos e inversão de letras apresentadas na redação ou a juntura intervocabular e segmentação em que a criança tenha juntado as palavras querendo refletir nos critérios usados para separá-las.

 A forma morfológica diferente não apareceu na escrita da aluna e nem a forma estranha de traçar as letras, foi de fácil entendimento o que a mesma quis apresentar em sua reescrita. As letras maiúsculas e minúsculas foram apresentadas de forma satisfatória, nos momentos de parágrafo, travessão e a letra maiúscula após o ponto final. Acentos nas palavras “VOCÊ”, “AVÓ/VOVÓ” pontos de interrogação foram respeitados, exceto ponto de exclamação, reticências, etc.

Problemas sintáticos foi um fator que também não prejudicou a redação mas mesmo com os acertos, não é possível concluir a pouca dificuldade que aparentemente nos é mostrada, em determinadas ocasiões, com diferentes temas para uma nova reescrita/redação podem surgir fatores em que nessa particularmente não aparece e que nos faz compreender que existem muitas outras formas para se avaliar um aluno, suas dificuldades ortográficas ou a capacidade de maiores acertos de uma forma geral. Sem dúvidas, é inaceitável que o professor não explore seu aluno, é preciso fazer levantamentos de suas dificuldades, deixar sim, que eles escrevam livremente para serem espontâneos mas encontrar elementos que façam eles analisarem, pensarem e refletirem sobre não só suas dificuldades mas facilidades também, apontando a realidade e direcionando para um aprendizado positivo.