Resumo do Texto : “As línguas indígenas”

Resumo do Texto : “As línguas indígenas”

Não se sabe precisamente o número exato de línguas indígenas no Brasil, estimam-se cerca de, aproximadamente, 170 línguas já que nos recenseamentos oficiais não são incluídas informações sobre linguísticas ou povos indígenas. Os números imprecisos a respeito das línguas indígenas brasileiras, mesmo as mais conhecidas, devem-se ainda pelo fato de que mesmo havendo certo conhecimento a respeito da língua, problemas técnicos como a definição correta da língua em contraposição a definição de dialetos, na diferença entre a língua moderna e antiga, quando se mensura as línguas pouco conhecidas, a imprecisão ocorre com mais frequência devido a essas variantes.

Estima-se que no inicio da colonização existiam cerca do dobro de línguas indígenas que se tem hoje. A redução se deve ao processo de colonização em 1500 no qual os índios foram exterminados, escravizados ou ainda acometidos pelas doenças epidêmicas oriundas dos europeus. A cultura europeia induzida ou forçada, a redução territorial e outros fatores foram primordiais para este extermínio da fala indígena. Consequentemente nos território onde a colonização se deu com mais veemência, ocasionou o desaparecimento mais agravante da língua indígena, sem mesmo que se houvesse registro da maioria delas. Há exceção de três línguas: a dos índios Fulniô, Maxacali e Xokléng. Outra exceção aparente é a dos grupos falantes do Guaraní.

A língua indígena Tupi – Tupinambá, a mais habitual e conhecida pelos lusos brasileiros e que Brasil colonial tornou-se a língua franca na qual os portugueses e seus descendentes passaram a aprendê-la e difundi-la em todo território brasileiro, sobretudo por meio das expedições dos bandeirantes e que, por sua vez, herdamos um vasto vocabulário, apesar de todas as diferenças fonéticas, fonológicas, morfológicas e outras que a língua indígena apresenta em relação às línguas europeias.

RODRIGUES, Aryon Dall’ Igna. Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Edições Loyola, 2002. P.17-23.