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Sobre o ensino do método científico

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Por:   •  20/5/2013  •  Tese  •  1.737 Palavras (7 Páginas)  •  627 Visualizações

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Texto 1: Sobre o ensino do método científico

Dentro e fora da escola, o método científico é visto como uma maneira segura de se chegar a resultados, a descobertas. Na escola, principalmente no ensino de ciências nas séries inicias, as crianças são ensinadas a observar, medir, controlar variáveis, buscar relações entre elas e, finalmente, tirar conclusões sobre o fenômeno estudado a partir dos dados obtidos e das relações estabelecidas. O método científico é interpretado como um procedimento definido, testado, confiável, para se chegar ao conhecimento científico, que consiste em reunir fatos através de observação e experimentação cuidadosas e em derivar, posteriormente, leis e teorias a partir destes fatos mediante algum processo lógico.

A visão de método científico transmitida nos livros didáticos e predominante entre os professores é a seguinte: 1- observação (cuidadosa, repetida, crítica); 2- formulação de hipóteses (a serem testadas), experimentação (para testar hipóteses); 3- medição (coleta de dados); 4- estabelecimento de relações (tabelas, gráficos), conclusões (resultados científicos); 5- estabelecimento de leis e teorias científicas (enunciados universais para explicar os fenômenos). Porém, essa visão é epistemologicamente equivocada, isto é, não é assim que se produz o conhecimento científico. Transmitir ao aluno essa ideia, reforça e gera várias concepções errôneas sobre ciências.

O método científico não começa na observação, pois ela é sempre precedida de teorias. Não é uma receita, uma sequência linear de passos que necessariamente conduz a uma descoberta. Nem indutivo e definitivo. O conhecimento científico é uma construção, não para nunca, pois a ciência é viva.

Além disso, a produção do conhecimento científico é caracterizada por uma permanente interação entre pensar, sentir e fazer. Qualquer tipo de conhecimento produzido pelo homem é fruto desta interação. Na produção do conhecimento científico o pensar se refere ao domínio conceitual da pesquisa, à sua fundamentação teórica, sendo guia da determinação dos acontecimentos a serem estudados e orientação para as observações a serem feitas. O sentir é o aspecto mais negligenciado, ao se falar de produção do conhecimento científico. E o fazer corresponde ao domínio metodológico da investigação.

Enfim, fazer ciência é uma atividade humana, com todos os defeitos e virtudes que o ser humano tem. E se o conhecimento científico é produzido por indivíduos que pensam, sentem e fazem, então, o método científico tal como é ensinado, não existe.

Texto 2: Repensando uma proposta interdisciplinar sobre ciência e realidade

A proposta interdisciplinar de Educação em Ciências, destaca a importância de que a atividade do professor não seja apenas de um profissionalismo restrito, com apego somente a normas, deveres e competências quanto ao conteúdo que lecionam, mas que, além disso, assuma-se como um profissional ampliado, aberto a questões próprias do seu tempo, historicamente situadas. Por isso, em 2004 foi implantada, pela primeira vez, uma proposta inovadora, substituindo quatro disciplinas específicas até então trabalhas - Química e Realidade I, Física e Realidade I, Biologia e Realidade I, Matemática e Realidade I – pela disciplina Ciência e Realidade I.

Um dos grandes desafios postos à Educação é o oferecimento de meios para que os educandos reconheçam as incertezas ligadas ao saber, atitude pouco estimulada pela fragmentação disciplinar, que pressupõe limites e abrangências específicas ao conhecimento. As incertezas inerentes a uma nova proposta foram assumidas como um desafio, na busca de maior crescimento individual e grupal em que cada um poderia contribuir com suas próprias competências, abrindo-se a diferentes enfoques.

A proposta norteadora é o Educar pela Pesquisa, que pode ser viabilizado por meio de Unidades de Aprendizagem, entre outras metodologias. Assim, a disciplina Ciência e Realidade I, tem sido introduzida com orientações sobre a elaboração de Unidades de Aprendizagem (UA). Unidades de Aprendizagem podem ser compreendidas como um conjunto de atividades estrategicamente escolhidas para trabalhar um tema, a fim de se obter aprendizagens significativas em termos de conteúdos, habilidades e atitudes. Porém, um fator importante que deve ser considerado na organização dos espaços e tempos previstos para o desenvolvimento das atividades é o de privilegiar o diálogo, a verbalização de ideias, o confronto dessas ideias e a elaboração pessoal e coletiva.

A avaliação deve ser feita durante todo o desenvolvimento da mesma. Dessa forma, da organização e interpretação das informações, evidenciando os obstáculos encontrados e os progressos obtidos, emergem as seguintes categorias: ênfase na interdisciplinaridade; dificuldades encontradas; relações interpessoais, atitudes e valores; mudanças na prática pedagógica.

Enfim, mais do que uma avaliação, a proposta visa a uma compreensão mais profunda das repercussões desse processo, no contexto de uma construção social da realidade quanto à sociologia do conhecimento.

Texto 3: A origem da vida

As primeiras células tinham uma existência precária. O meio ambiente que as envolvia mudava continuamente. Se não fosse a capacidade do ADN bactericida para replicar com fidelidade e a capacidade para fazê-lo com velocidade, as células teriam sido extintas pela forte luz solar, impactos de meteoros, erupções vulcânicas, secas, inundações. E não teriam se expandido nas águas e em seguida, na superfície de sedimentos e do solo.

As células desenvolveram ainda vários caminhos metabólicos para a extração de alimentos e de energia do meio ambiente. A fermentação, o processo de “fixar” o nitrogênio, e a fotossíntese, foram umas das primeiras invenções bacterianas. Essas estratégias de adaptação não somente permitiram que as bactérias sobrevivessem e evoluíssem como também começaram a mudar o seu meio ambiente.

Nas etapas posteriores da fotossíntese, o oxigênio livre era liberado no ar, e parte dele combinava-se com o hidrogênio gasoso que subia formando água, mantendo o planeta úmido e impedindo seus oceanos de evaporarem. No entanto, a remoção contínua de COZ do ar no processo da fotossíntese provocou um problema. Se essa remoção prosseguisse sem nenhuma compensação, a Terra se congelaria e a primitiva vida bacteriana seria extinta. Tal curso desastroso foi impedido pelas bactérias responsáveis pela fermentação. Dessa maneira,

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