Teorias Curriculares
Por: 268878 • 28/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.858 Palavras (12 Páginas) • 413 Visualizações
Introdução
Este trabalho fala sobre a Nova Sociologia da Educação, que investigava as conexões entre os princípios de seleção, organização e distribuição do conhecimento escolar.
As ligações existentes entre currículo e poder tem a preocupação de construir um currículo pensado no individuo e não no conteúdo, e reuniu vários teóricos que criticavam o currículo tradicional.
Pierre Bourdieu, autor de uma série de obras que contribuíram para renovar o entendimento da Sociologia em suas obras, tenta explicar a diversidade do gosto entre os seguimentos sociais, analisando a variedade das práticas culturais entre os grupos, afirmando o gosto cultural e os estilos de vida da burguesia, das camadas sociais médias e da classe operária.
Èmile Durkheim estudava a objetividade, em que os fatos ocorrem com regularidade, antecedendo e sucedendo ao sujeito de modo generalizado, a exterioridade, que afeta os sujeitos exercendo influência externa e atuando sobre eles independente de sua adesão consciente.
A educação era a socialização em que a criança organiza e harmoniza o ser individual e o social, sendo o professor a figura central dessa transmissão de conhecimentos.
Michel Foucault, acreditava que a educação age de forma coercitiva sobre os indivíduos, em que dentro das instituições escolares há regras para tudo, ou seja, é proibido falar, os alunos são sentados enfileirados, precisam levantar a mão para ir ao banheiro, e afins.
Para o alemão Karl Marx existia três concepções de educação identificadas na prática de alunos e professores. Ele tenta desmascarar o caráter conservador das práticas autoritárias e liberais, indicando uma perspectiva de superação entendendo que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica.
Esses teóricos procuravam romper com a idéia do currículo tradicional, que baseava-se somente na divisão de disciplinas e ignorava a expressão humana e sua intencionalidade.
Nova sociologia da educação
Michael Young escreveu um livro chamado Knowledge and Control (Conhecimento e controle) que reunia além de seus anseios, os de Pierre Bourdieu e Basll Bernstein entre outros, que deu origem a crítica do currículo nomeada como Nova Sociologia do Currículo.
Sociólogo britânico, Michael Young, constituiu a primeira corrente sociológica voltada para a construção do currículo.
Este movimento foi criado nos ano 70 na Inglaterra, se contrapondo à “Antiga Sociologia da Educação” que seguia uma tradição de pesquisa empírica sobre os resultados desiguais produzidos pelo sistema educacional, estando preocupada principalmente com o fracasso escolar de crianças das classes operárias.
Esta antiga sociologia foi criticada de Michael Young, pois, ela não problematizava o que ocorria no percurso escolar dos alunos até a conclusão dos estudos, mas concentrava-se nas variáveis de entrada e saída, que consistia em analisar a renda das famílias das crianças e averiguar o resultado das avaliações para constatar o sucesso ou fracasso dos mesmos.
A Nova Sociologia da Educação investigava as conexões entre os princípios de seleção, organização e distribuição do conhecimento escolar, ou seja, as ligações existentes entre currículo e poder. E tinha a preocupação de construir um currículo pensado no individuo e não no conteúdo.
Também citados no livro, os ensaios de Geoffrey Esland e Neel Keddie adotam um diferencial das ideias de Michael Young, analisando o currículo de maneira mais fenomenológica.
Eles procuravam romper com a idéia determinada do currículo tradicional, que baseava-se somente na divisão de disciplinas e ignorava a expressão humana e sua intencionalidade. Consideravam que tudo o que está no mundo tem que ser continuamente interpretado por alunos e professores.
Já Michael Young pensava criticamente na maneira em que se estruturava o currículo e atribuía discussões e questões sobre as relações de poder entre as diversas disciplinas e as áreas do saber.
De maneira geral, todos os participantes do livro criticaram o currículo tradicional e acreditavam que tanto estudantes quanto professores tinham que ter a chance de analisar e investigar o que era aprendido nas escolas, questionando assim, o que era imposto pela classe dominante.
Por fim, entende-se que uma das expectativas da Nova Sociologia era a construção de um currículo escolar que valorizasse, também a cultura da classe dominada.
Para a NSE o currículo era visto como uma “construção social”, ou questionava porque era atribuída mais importância à certas disciplinas e conhecimentos do que a outros sobre a classe dominada.
A Nova sociologia da educação foi perdendo a influencia em meados da década de 80 e deu lugar, a preocupação de incluir no currículo, contextos da convivência com os diversos grupos sociais e suas culturas.
Michael Young via o currículo como construção social que reflete certos tipos de interesses, estratificando e valorizando algumas coisas e pertinentemente excluindo outras.
Pierre Bourdieu
Pierre Félix Bourdieu (1930-2002) foi um importante sociólogo e pensador francês, autor de uma série de obras que contribuíram para renovar o entendimento da Sociologia e da Etnologia no século XX. Nasceu em Denguin, na França. Iniciou seus estudos básicos em sua cidade natal.
No entanto, mudou-se para Paris, onde cursou Filosofia e prestou serviço militar na Argélia (então colônia francesa).
Durante as décadas de 60 e 70, Bourdieu se dedicou às pesquisas como etnólogo que revolucionaram a Sociologia. Investigava sobre a vida cultural, as práticas de lazer e de consumo dos povos europeus, principalmente dos franceses, que resultou na publicação de “Anatomia do Gosto” (1976), e sua obra prima “A Distinção – Crítica Social do Julgamento” (1979).
Referência da sociologia moderna, Pierre Bourdieu trouxe preceitos de Émile Durkheim na construção dos fatos sociais para que fosse possível configurar um objeto de estudos, preparando um quadro de referências, com questões adequadas que pudessem dar abertura a respostas compreensíveis.
...