Um Modo de Ver o Mundo: a modernidade, as mudanças na subjetividade e a produção artística.
Por: 844869 • 21/4/2016 • Resenha • 686 Palavras (3 Páginas) • 493 Visualizações
Um modo de ver o mundo: a modernidade, as mudanças na subjetividade e a produção artística.
Vários prismas são possíveis de serem analisados para pensarmos a subjetividade contemporânea: o peso da psicanálise e da noção de individuo, a individualidade refletida a partir de grupos minoritários que ganharam mais destaque com o desenvolvimento da internet e por fim a crença ou descrença no poder da racionalidade em explicar o mundo e nós mesmos. Neste texto o foco será o último aspecto, ou seja, como a supremacia da racionalidade possibilitou que as pessoas se vissem de maneiras novas e consequentemente a sociedade e as artes se desenvolvessem a partir de outros parâmetros.
Kant e Hegel filósofos precursores do pensamento moderno anunciavam que a racionalidade permitia as pessoas superarem seus instintos e assim se livrarem da barbárie, portanto, para eles, quanto mais submetido a lei racional, mais livre o indivíduo seria. Kant ensinou que o conhecimento racional e o conhecimento a priori eram coisas idênticas, assim, a experiência não deveria determinar a conduta pessoal, pois a lei moral era a razão por si mesma, sem o intermédio de um sentimento de prazer ou de dor que determinasse a vontade. Para Kant não havia harmonia entre sujeito e objeto, havia uma submissão necessária do objeto ao sujeito, porque era o homem quem comandava. Contudo, o acordo das faculdades intuitivas (instituição, conceito, ideia) e ativas (imaginação, entendimento, razão) entre si, definia aquilo que se pode chamar senso comum, por isso, embora todos os seres humanos fossem aptos a racionalizar, os interesses da razão não permaneciam indiferentes uns aos outros, antes formavam um sistema hierarquizado onde a sombra do mais alto se projetava sobre outro.
A inovação do pensamento Kantiano e do pensamento moderno foi afirmar também que não se podia fundamentar o conhecimento em Deus, já que era o homem quem fundamentava o conhecimento e por isso tornou-se relevante as condições do sujeito que conhecia. Portanto, para Kant a razão não vinha do objeto (como diziam os empiristas), não vinha de Deus (como diziam os idealistas) ela vinha de si própria e dependia da condição de quem a apreendia. Esta preposição lançada por Kant abriu as portas para que uma corrente de filósofos, escritores e artistas pensassem o lugar do sujeito e da individualidade de uma maneira mais intensa, Foucault fez uma ótima síntese ao dizer que nossa modernidade começa quando o homem se torna cabeça na nossa chave de representação.
Podemos dizer que a arte moderna trouxe à tona a ideia de subjetividade e as propensões a crises, o individualismo e o direito de crítica, a autonomia da ação e a filosofia idealista (aquela que sabe de si mesma), pois se propagou que somente a partir da vontade subjetiva do artista podia a liberdade ou a vontade que havia nele se tornarem reais, isso foi possível porque na modernidade a vida religiosa, o Estado e a sociedade assim como a ciência, a moral e a arte, tornaram-se o princípio da própria subjetividade.
A partir dessa nova maneira de ver o mundo (modernidade) e de novos movimentos artísticos (vanguarda), tornou-se possível que pessoas comuns se identificassem e até mesmo se definissem ao verem determinadas manifestações artísticas. Os modernistas no Brasil, herdeiros destas concepções quiseram retratar
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