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A Necessidade de ensinar e em defesa da superação das visões organicistas das dislexias, disgrafias e disortografias

Por:   •  22/2/2018  •  Resenha  •  857 Palavras (4 Páginas)  •  369 Visualizações

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Síntese do texto “Ler e escrever: da necessidade de ensinar e em defesa da superação das visões organicistas das dislexias, disgrafias e disortografias”

O texto “Ler e escrever: da necessidade de ensinar e em defesa da superação das visões organicistas das dislexias, disgrafias e disortografias” de Tuleski e Chaves (2011), coloca em questão os distúrbios de aprendizagem do processo de leitura e escrita, conhecidos como dislexia, disgrafias e disortografias. Para isso, as autoras inicialmente explicitam a importância do aprendizado da leitura e escrita para o desenvolvimento do psiquismo, assim como, a importância de analisar os fenômenos para além da aparência – sendo esse um desafio para as e os professores, principalmente no que tange compreender como os problemas de leitura e escrita são produzidos, o que dificulta a elaboração de didáticas que revertam essa situação. De acordo com a proposta das autoras, é importante também entender o contexto histórico da psicologia nas escolas e através dos dados disponíveis sobre o fracasso escolar, analisar as implicações políticas e econômicas presentes na patologização daquelas e daqueles que não obtém sucesso na aprendizagem.

Em relação ao contexto, considerando que recentemente, na segunda metade dos anos 90, os Parâmetros Curriculares Nacionais, instituíram no Brasil como padrão paras as escolas a abordagem construtivista – que apesar de ser diferente das práticas organicistas anteriores a ela, ainda conserva o conceito de prontidão e a individualização dos processos de ensino-aprendizagem – é fundamental entender, a partir dessa teoria, as concepções de desenvolvimento, de aprendizagem e qual o papel da e do professor dentro da escola, assim como, as consequências dessas concepções para as e os estudantes.

Na teoria construtivista, assim como na educação no Brasil, enfoca-se a maturação dos estados cognitivos da criança em detrimento do papel da e do educador na escola. Isso porque cabe ao professorado acompanhar e observar a criança aprender “sozinha” conforme tenha estruturas orgânicas suficiente para assimilar e confrontar as associações que ela mesmo fará. Dessa forma, entende-se que a responsabilidade de aprender é endógena e diz respeito apenas ao indivíduo que está aprendendo, sem considerar o papel do par superior, da cultura e da própria aprendizagem para o desenvolvimento das funções psicológicas. O INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) revela uma considerável porcentagem de crianças de séries iniciais com dificuldade em leitura e escrita. Analisar de forma eficiente e responsável essa constatação implica em considerar a totalidade do fenômeno sem isolar ou fragmentar um aspecto, que é o que a ciência que determina as “dis” enquanto distúrbios faz ao dissociar os processos de desenvolvimento e de aprendizagem, de teorias psicológicas e da prática pedagógica e ao dissociar o indivíduo do seu meio social.

Com base na teoria histórico-cultural, ênfase no experimento de Luria com crianças, é possível refutar essa teoria de aprendizagem espontaneísta. Conclui-se que a simples exposição de crianças à estímulos de um ambiente letrado não é suficiente, e mais, pode ser prejudicial, para aquisição da linguagem escrita. Isso porque a criança consegue se apropriar apenas os recursos gráficos sem necessariamente entender a função e a fonética desses recursos. Além do que, para que a criança se desenvolva, é necessário um ensino

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