A PSICOLOGIA EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE
Por: Felipe Daniel • 5/11/2017 • Trabalho acadêmico • 2.206 Palavras (9 Páginas) • 456 Visualizações
[pic 1] | Universidade Estácio de Sá |
FELIPE DANIEL FARIA CORREA - 200701163138
NEWLI MAURA DE O. P. DE MEDEIROS - 201201158354
PSICOLOGIA EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE- SDE0250
PROFESSORA Mª CRISTINA
Rio de Janeiro
2015
PSICOLOGIA EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE- SDE0250
Trabalho apresentado à professora Mª Cristina como requisito parcial para a conclusão da disciplina Psicologia em Instituições De Saúde.
Rio de Janeiro
2015
QUESTIONÁRIO
PARTE I
- É possível conceituar saúde através de um recorte único com auxílio de uma teoria capaz de transmigrar dos níveis individual e singular aos níveis coletivo e social?
Sim. A teoria que faz essa transmigração dos níveis individual e singular aos níveis coletivo e social é a da Psico-higiene que, agindo sobre o nível psicológico dos fenômenos humanos, com métodos próprios da psicologia e da psicologia social, ultrapassa a medicina e a ação médica atuando sobre os problemas sociais e sobre tudo o que pode causar adoecimento na vida cotidiana. Protegendo a saúde e promovendo melhores condições de vida, a psico-higiene usa o conceito de saúde como “ausência de doença” para levar o sujeito, a instituição e a sociedade, de um modo geral, a um estado de empoderamento, fazendo com que emerjam de sob o rótulo de incapazes, inferiores e tutelados para a posição de quem atua sobre a própria saúde, buscando-a, mantendo-a e promovendo-a, aumentando sua qualidade de vida.
- Pode-se harmonizar a noção intuitiva de saúde como tendo ausência de doença como uma concepção de saúde?
Sim. Ao desfrutar da noção intuitiva de saúde como ausência de doença, os sujeitos se colocam em situações cotidianas potencialmente patologizantes. Todavia, nestas condições, não permanecem saudáveis por toda a vida.
A concepção de saúde da higiene mental, e da psico-higiene, colocam o sujeito na posição autônoma de proteger sua saúde agindo sobre suas condições de vida, e sobre si mesmo, a fim de suscitar em si próprio recursos para enfrentar as situações às quais se expõe diariamente, de forma a prevenir doenças.
- Como avançar em direção a uma concepção avançada de saúde, contemplando a historicidade do conceito e sua aplicabilidade como noção capaz de subsidiar o processo de transformação e as condições de saúde?
O conceito de saúde caminhou do modelo médico e curativo para o modelo preventivo de promoção à saúde. Segundo Oliveira (2005), “Em 1986, na Organização Mundial da Saúde (OMS), em Ottawa, foi finalmente formulada uma base ideológica para a promoção da saúde. A Carta de Ottawa define a promoção da saúde como o processo através do qual indivíduos são capacitados para ter maior controle sobre e melhorar a própria saúde, o que significa o reconhecimento da importância do poder e do controle para a promoção da saúde. O documento propõe, também, uma concepção positiva de saúde “...um recurso do dia-a-dia, não um objetivo da vida”, ressaltando a sua importância para uma vida social e economicamente produtiva. As direções propostas pela OMS para a ‘nova’ saúde pública e para a promoção da saúde apontam para a necessidade da redução das desigualdades sociais e construção de uma comunidade ativa e empowered. A saúde é vista como um fenômeno influenciado por fatores físicos, socioeconômicos, culturais e ambientais”.
Se existe a necessidade da redução das desigualdades sociais e da construção de uma comunidade ativa e empowered, se a saúde é vista como um fenômeno influenciado, cabe ao psicólogo clínico subsidiar o processo de transformação na área da saúde não esperando o “poder público”, mas agindo como poder público. É saindo da posição passiva de quem espera o doente no consultório, para uma posição mais ativa de criar sua própria prática, intervindo e tratando os processos psicológicos que podem intervir na estrutura da personalidade, nas relações humanas, motivando a sociedade a solicitar seus serviços em condições que não impliquem doença, que ele passará do modelo curativo para o preventivo, transformando, assim, a noção e as condições de saúde na comunidade e nas instituições sobre as quais atue.
PARTE II
- Dê a definição de Psicologia Institucional, levando em conta os objetivos da Instituição e os objetivos do Psicólogo.
É o campo da Psicologia que compreende o conjunto de organismos de existência física concreta que tem um certo grau de permanência em algum campo ou setor específico da atividade ou vida humana, para estudar neles todos os fenômenos humanos que se dão em relação com a estrutura, a dinâmica, as funções e os objetivos da instituição. Diferentemente dos outros campos da Psicologia, a psicologia institucional caracteriza-se por um enquadramento particular da tarefa que deve contemplar, além do âmbito (institucional) e do modelo conceitual (de grupos), a demarcação dos objetivos gerais ou mediatos da tarefa, a aceitação ou não por parte do psicólogo dos objetivos da instituição (e os meios que utiliza para alcançá-los) e o diagnóstico dos seus objetivos particulares. De forma alguma o psicólogo deve permitir que os objetivos ou meios da instituição interfiram na sua tarefa maior de promover a saúde e o bem-estar, já que a ética faz parte do enquadramento.
- O que Bleger chama de “Alienação Profissional”?
Bleger afirma que o psicólogo não deve ser o profissional da alienação, da exploração, da submissão ou da coerção, ou seja, não cabe a ele agir na manutenção dos sintomas usando seus conhecimentos para atuar sobre os sujeitos fazendo-os abrir mão de seus direitos fundamentais e deixar-se explorar de forma submissa. O psicólogo deve ser um agente de mudança, capacitando a instituição a enfrentar as situações e a refletir sobre elas como primeiro passo para qualquer solução.
O psicólogo que se deixa coagir a abrir mão de seus próprios direitos e deveres no exercício da sua profissão comete alienação profissional. Seu objetivo não deve ser outro senão a saúde e o bem-estar dos seres humanos, o estabelecimento ou criação de vínculos saudáveis e dignificantes, sem deixar que seu exercício profissional seja comprometido pelas pressões dos interesses e objetivos da instituição.
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