A Psicologia e Saúde da Família
Por: Mariana Ferreira • 2/4/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 1.925 Palavras (8 Páginas) • 168 Visualizações
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UNESA – Universidade Estácio de Sá
Curso de Psicologia
Psicologia e Saúde da Família
Prof.ª Dra. Aline Lisboa
Visitação Técnica em Unidade Básica de Saúde
Lorena Staneck - 201502060752
Mariana Ferreira - 201504452895
Larissa Coutinho - 201501297759
Macaé - 2018
O presente trabalho tem como finalidade apresentar a entrevista realizada no dia 24 de setembro de 2018 na cidade de Rio das Ostras, na Clínica da Família localizada no bairro Âncora. Chegamos ao local aproximadamente às 14h30min e nos apresentamos como estudantes de psicologia. Após isso, falamos sobre o trabalho proposto pela professora, onde pudéssemos conhecer um pouco do trabalho de um profissional da atenção básica, e uma enfermeira foi muito solícita a nos atender. Com o decorrer da conversa, pudemos perceber como é difícil a realidade do trabalho de atenção básica devido às questões de políticas públicas.
Políticas públicas são ações e programas que são desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática os direitos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis. São medidas e programas criados pelos governos dedicados a garantir o bem-estar da população. As políticas públicas existem e são executadas em todas as esferas de governo do país, ou seja, há ações em nível federal, estadual e municipal. Por serem programas relacionados com direitos que são garantidos aos cidadãos as políticas públicas existem em muitas áreas e o nosso objetivo aqui é falar sobre a área da saúde.
Abaixo estão as respostas das perguntas que foram feitas a funcionária V.:
a) O que é o trabalho em atenção à saúde?
R: Uma equipe de médico, enfermeiro, técnico, agente, onde cada equipe tem suas ruas, o agente vai até as casas ver o que estão precisando. O clínico é voltado para todos os problemas que o paciente possa ter, e quando necessário encaminha para o especialista, serviço social.
b) Quais as conquistas efetuadas com o trabalho?
R: Controle das doenças. Exemplo: um paciente que tem hipertensão não vai ter um AVC futuramente, porque está medicado.
c) Quais as problemáticas atuais?
R: Falta de material, condições de trabalho, necessidade de funcionários. Somos quatro equipes, onde deveria ter quatro médicos, mas são dois, onde ficam sobrecarregados. Também não tem agentes suficientes.
d) Qual o lugar da atenção em saúde mental na rede de atenção básica? Você tem alguma sugestão ou ideia a esse respeito?
R: Só atendemos pacientes controlados, em crise não. Quando estão em crise, encaminhamos para outro lugar. Sexta-feira esteve uma psicóloga aqui, vi pela primeira vez, durante mais de um ano que estou aqui. Na verdade, essa nossa cidade é toda envolvida com política, então muitas coisas aqui perdem o verdadeiro fundamento por causa da área de risco. O exemplo é essa clínica aqui, do lado de um cemitério, que é insalubre. Como trabalha com material, medicamento em um lugar que é muro lateral com o cemitério? Para essa clínica ser aqui alguém teve a mão molhada. Começa o erro por aí, jamais poderia ser assim!
e) Caberia no posto de saúde a presença permanente de um psicólogo? Justifique a sua resposta.
R: Uma vez na semana seria bom mais do que isso não, porque não temos muita demanda, não temos muita necessidade da psicologia aqui. Acho que o profissional poderia estar sendo aproveitado de uma melhor forma em outro tipo de unidade, como o centro de reabilitação em frente ao pronto socorro. Lá é referência em psicologia, e tem pacientes que ficam na fila esperando 1, 2 anos, para passar por uma triagem. Ter um profissional aqui todos os dias seria desnecessário.
f) Qual o perfil de adoecimento em seu território de ação?
R: Muita diabete, hipertensão e muitos amputados. Os pacientes não tomam medicamento correto. Eles recebem a receita, que é a medicação contínua para resto da vida, e mesmo assim param de tomar porque estão se sentindo bem.
g) Qual ou quais medidas mais urgentes utilizadas na UBS na prevenção de doenças?
R: Na orientação insistentemente para se medicarem corretamente.
h) Comentários gerais do profissional
R: A proposta é maravilhosa no papel, mas não funciona. Se fizesse com eficiência desafogava a emergência, pois um hipertenso tratado hoje evitaria um infartado amanhã. Um diabético, evita um pé amputado amanhã. Não temos material para curativo, chegamos até a pedir o paciente para trazer, mas nem todos têm condições. Um machucado que trataria em um mês, acaba durando três meses por causa do curativo.
Considerações finais:
A Atenção Básica é o primeiro nível de atenção à saúde do indivíduo e da comunidade, direciona o trabalho de todos os demais níveis do sistema de saúde. Para que seja cumprido o nível de atenção, não devem preocupar-se apenas com a ausência de doença, mas também precisam estar harmonizados com todas as condições físicas e sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Dessa forma rompe-se com a velha compreensão de que saúde é sinônimo de ausência de doença. Determinando assim aos serviços de saúde, privilegiar nas suas organizações a atenção médica curativa.
O Programa Saúde da Família (PSF) tem se caracterizado como um dos mais importantes modelo da organização da Atenção Básica no Brasil. O modelo foi proposto em 1994 como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, baseada no trabalho de equipes multiprofissionais em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de uma população registrada, localizada em uma área delimitada, através de ações de promoção de saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes.
Os Sistemas de Saúde também se organizam sobre uma base territorial, onde existe uma distribuição dos serviços de saúde que segue a uma lógica de delimitação de áreas de abrangência, que devem ser coerentes com os níveis de complexidade das ações de atenção. Nesse território, as práticas de saúde avançam para a integração das ações de atenção, promoção e prevenção, de forma que as intervenções sobre os problemas sejam também sobre as condições de vida das populações. A organização desses serviços segue os princípios da regionalização e hierarquização, delimitando uma base territorial formada por agregações sucessivas como a área de atuação dos agentes de saúde, da equipe de saúde da família e a área de abrangência de postos de saúde.
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