A reforma psiquiatrica
Por: Lannatavares • 3/11/2015 • Resenha • 904 Palavras (4 Páginas) • 319 Visualizações
No decorrer de décadas o tratamento à loucura, ou seja, indivíduos que sofrem de quaisquer transtorno mental, vem se transformando lentamente, rompendo a barreira de uma visão institucionalizada para um âmbito de serviços de atenção psicossocial. Sendo assim, proporciona-se questionamentos importantes no contexto de saúde mental, trazendo novas perspectivas à cerca da loucura.
Na antiguidade a loucura era interpretada como manifestação dos deuses mitológicos, mais adiante na inquisição era entendida como algo demoníaco, bruxaria, e assim as pessoas que sofriam de algum “mal” eram perseguidas e mortas. Com o declínio da igreja católica no séc. XVII esses julgamentos desapareceram, dando lugar à atenção sob novas doenças como a lepra, e doenças venéreas por exemplo.
A partir do sec. XV a loucura passa a se representar nas artes. Com a filosofia surge a consciência critica da loucura, e considerando que a loucura é a condição da impossibilidade do pensamento.
Na Europa nesse período surgiram os primeiros hospitais de internação para os loucos e portadores de doenças venéreas, mendigos, bandidos, todos que demonstravam desorganizações moral, eram verdadeiros cárceres.
Na Franca e Inglaterra, os pacientes que apresentavam condições de cura eram submetidos a banhos, sangrias, e purgações. Na França começou a separação pelo sexo, ala masculina e ala feminina, sem condições adequadas, havia falta de assistência médica, pelo temor da contaminação.
O louco era visto como um animal, humilhados. Os mais severos eram expostos ao público, e substituíam as bestas em lavouras, não precisavam ser “curados”.
Com as revoluções burguesas, o internamento passou a ser inviável economicamente, acreditava-se que quanto menor a população, mais pobre ela seria, os mendigos, prostitutas, libertinos agora eram importantes para a economia, os loucos não pois representavam perigo à sociedade, surgindo assim os asilos, onde os trancafiavam.
Em 1972, surge em York um hospital psiquiátrico moldado por uma comunidade religiosa que buscava levar um contato familiar fictício aos internos, onde o “doente” era submetido a um controle social e moral.
Em 1786, Pinel deu inicio na França a um novo tratamento com medidas humanitárias, para tratá-los como doentes comuns. Essa nova perspectiva rompe com a cadeia dos alienados, tornando-se a primeira a distinguir vários tipos de psicose e a descreveras alucinações.
No séc. XIX a medicina sem ainda conseguir explicar a loucura considerava critérios morais, comportamentos e gestos insanos, sem a ciência. O tratamento era moral, dominando e dirigindo as paixões, era a organização asilar, retirando o alienado de seu mundo para enquadrá-lo num sistema de valores pela medicina mental.
"Segundo a definição dos estóicos, a sabedoria consiste em ter a razão por guia; a loucura, pelo contrário, consiste em obedecer às paixões."
Surge Charcot na França distinguindo sintomas, Freud com hipnose e catarse (tratamento pela fala).
Foi depois da Segunda Guerra Mundial que os hospitais psiquiátricos passam por mudanças, numa busca coletiva pela liberdade e igualdade, com a descoberta dos psicotrópicos e adoção da psicanálise e saúde pública.
O que se buscava era a transformação radical das práticas e das instituições psiquiátricas, afirmando os direitos de cidadania dos doentes mentais num paradigma político, social, científico e assistencial.
Com isso houve o surgimento da Reforma Psiquiátrica, “Amarante (1995) define reforma psiquiátrica como um processo histórico de formulação crítica e prática, que tem como objetivos e estratégias o questionamento elaboração de propostas de transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria.”
A reforma psiquiátrica veio
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