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Adolescente

Por:   •  22/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.747 Palavras (19 Páginas)  •  278 Visualizações

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                                   Adolescente contemporâneo

     Adolescência é onde ocorre a maior parte das transformações na vida de uma pessoa. Essas mudanças não são apenas corporais e físicas, mas também psicológicas. Por volta dos quinze anos já na pré-adolescência, algumas mudanças de comportamento e pensamento começam a ficar aparentes. O adolescente passa a deixar a família mais de lado, pois ela deixa de ter importância para seus relacionamentos e amizades. É comum também nessa fase começar os questionamentos sobre a vida, como também uma maior responsabilidade imposta pela família e por si mesmo.

     O adolescente passa a entrar em grupos que tem as mesmas ideias, gosto e idade. Nessa fase os pais têm que ser, e, tentar ser mais flexível aos comportamentos ocorridos, isso evita conflitos e aumenta o diálogo que é tão importante neste momento. É muito comum o desleixo na escola por volta os quinze anos de idade, pois começa a questionar as regras impostas. A escola também serve como uma válvula de escape, pois é onde se encontra os amigos e tem menor vigilância dos pais.

                     Desenvolvimento Cognitivo na Adolescência

 A adolescência é considerada um período de transição universal e inevitável, turbulência, mudanças físicas, hormonais e comportamentais e emoções incontroladas.

Nesta fase ocorre a preparação para a entrada da vida adulta, resultando na seguinte questão que denota a preparação para a criação de identidade “Quem sou eu? ” Esta incógnita será respondida ao longo de cada etapa do desenvolvimento humano.

 De acordo com a literatura, há uma crescente preocupação durante o desenvolvimento da adolescência, devido às rápidas mudanças ocorridas no mundo e como se observa o comportamento destes jovens diante a sociedade, ou seja, a capacidade de o contexto influenciar nas tomadas de decisões do indivíduo. Sendo, que é nesta fase que ocorre às tomadas de decisões para atuar na vida adulta.

 As mudanças geográficas, ambientais e históricas modelam o conteúdo, a forma e o processo do desenvolvimento do indivíduo. O ser humano escolhe suas ações de acordo com as experiências-disposições; conhecimentos e crenças, que afetam nas suas perspectivas. Estas mudanças refletem também na família e na comunidade.

                 Desenvolvimento de acordo com a fase biológica

*Filogênese: desenvolvimento da espécie

*Ontogênese: desenvolvimento do indivíduo

 O período da adolescência é considerado uma etapa do ciclo vital. Assim, os autores consideram esta fase por 3 etapas: padrões de comportamento, ajustamento pessoal e relacionamento. Iniciando com mudanças corporais da puberdade e terminando com a inserção social, profissional e econômica na sociedade adulta.

 Há autores que ainda diferenciam a puberdade sendo uma fase de mudanças corporais e orgânicas, maturação física; e a adolescência como um componente psicossocial, adaptação das estruturas físicas, psicológicas e ambientais.

 De que forma é determinado o comportamento do adolescente? O comportamento é definido através do desenvolvimento biopsicossocial e cultural, sofrendo influências da cultura, famílias e dos companheiros. Essas transformações são elementares, porque nesta fase da adolescência é tida como crítica, envolvendo momentos de identidade sexual, profissional e de valores.

 A literatura descreve a importância da adolescência de modo que ele possa seguir caminhos marcados por oportunidades de saúde e desenvolvimento positivo.

 A autoestima do adolescente é construída na relação com outras pessoas desde o início da vida. A formação da autoestima é dinâmica e depende de atitudes e valores sociais (modelos e idealizações), fornecendo uma forma a partir da qual a pessoa orienta o olhar sobre si, produzindo sentimentos e aprendizados.

                             A adolescência brasileira

 Os problemas nessa fase da vida existem e não são poucos. O mais grave aspecto que envolve o adolescente brasileiro se refere à mortalidade por causas externas, entre as quais se destacam os óbitos violentos: homicídios, suicídios e acidentes, que atingem níveis alarmantes.  Tudo se passa como se estivéssemos em guerra declarada. Hoje, na faixa etária que vai de zero a 20 anos, é entre os 15 e os 20 que se concentra a maior mortalidade. Há 30 anos, o grande desafio era reduzir a mortalidade infantil, ou seja, na faixa de zero a 1 ano de vida. De certa forma, essa batalha importante foi vencida. Houve um deslocamento do pico de mortalidade para a faixa etária entre 15 e 24 anos, bem como nos tipos de óbito, pois se antes a criança morria de desnutrição ou infecção, hoje os jovens estão morrendo por causas violentas. É esse o grande desafio de quem trabalha com adolescentes no Brasil na atualidade.

 O que estaria determinando esses números? Não pretendemos esclarecer de forma definitiva o assunto, até porque sobre ele não existe consenso, mas podemos fazer algumas observações a partir de certas experiências.

 Os jovens são vítimas e também agentes nesse cenário. Um aspecto evidente é que muitas dessas mortes são consequência do envolvimento com ações ilegais, até mesmo criminosas - jovens são mortos no enfrentamento entre grupos, por domínio e poder, ou no choque com a polícia. Muitas mortes decorrem de conflitos em bares ou bailes, onde a violência e as brigas terminam de forma trágica. Existe exagero quando se relaciona a violência à pobreza, embora essa relação seja em parte verdadeira. Estamos diante de um problema complexo, em que atuam muitos determinantes.

 Um olhar mais cuidadoso para esta realidade encontra o que se chama de "comportamento de risco", e a morte é o resultado de um processo que tem seus antecedentes ou sua história individual e única. Por isso, o estudo de caso é uma ferramenta muito valiosa, pois nos leva a conhecer as singularidades dos componentes deste cenário. Falhas da função materna e paterna somam-se à falta de acolhimento, de oportunidades, num cenário social de carências e falta de seriedade por parte do Estado, pois a grande maioria desses jovens está em regiões carentes das grandes cidades.

 Assim a "crônica da morte anunciada" é evidente. Em geral ocorre algum problema na constituição familiar ligado à ausência do pai (é comum o adolescente ser filho de uma primeira ligação da mãe, e o novo parceiro dela não aceitar o jovem muito bem, podendo ocorrer hostilidade contra o rapaz). Alia-se a essa situação uma atitude super. protetora da mãe, que toma o filho como parceiro de suas desilusões, em geral submetendo-se aos caprichos de um jovem exigente. O quadro recorrente apresenta um jovem que, embora arrogante, não tem êxito nos estudos e no trabalho, e com frequência é analfabeto funcional (de certa forma, resultado de falhas no processo educacional). Não se destaca em atividades esportivas e artísticas, ou não teve oportunidade de se descobrir competente em alguma delas. Em geral, a vida escolar torna-se algo sem valor. Não existe oportunidade para descobrir competências ou vocações desconhecidas. O comportamento agressivo manifesta-se diante de qualquer frustração.

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