Confissões de adolescente

[pic 1]	Instituição	Faculdade União de Campo Mourão UNICAMPO
Curso	Psicologia
Disciplina	Psicologia do Desenvolvimento II
Docente	Thaís Cristina Fondazzi
Discentes	Junia dos Santos Karine Keile Silva Natália Sônia Elias 3º B

Análise do filme Confissões de Adolescente com base nas sintomatologias de Knobel:

Busca de si mesmo e da identidade

56:46 – A adolescente Alice se vê como parte do mundo adulto, uma vez que teve uma relação sexual.

A cena descrita acima mostra como a experiência sexual fez com que a adolescente passasse a se ver como adulta. Knobel afirma que ao vislumbrar o amadurecimento genital há todo um psicodinamismo a ser considerado e, somando-se a outros processos psicológicos como os mecanismos de defesa, começa-se a caracterizar a personalidade do futuro adulto.

1:09:40 – A jovem Tina se questiona sobre quem é sem a companhia do namorado Lucas com quem está terminando após 5 anos de relação.

A conquista de um autoconceito é desenvolvida, Segundo Sherif e Sherif (apud ABERATURY e KNOBEL, 1981) à medida que o sujeito vai mudando e vai se integrando com as concepções que os demais têm a respeito dele mesmo. A jovem Tina depara-se com os conflitos das experiências vividas com o namorado Lucas e a descoberta de que os laços de amor também podem ter fim. Entretanto, ela vive agora a necessidade de buscar um autoconhecimento, uma vida sem a presença do namorado, mas com a possibilidade de novas amizades que a ajudarão nesse processo de busca de uma autoconceito.

1:22:01 – Após observar o céu estrelado a adolescente Bia fala ao pai que descobriu a graduação que deseja fazer, Astronomia, e na sequência o questiona por ele não apoiá-la.

A escolha profissional é própria da adolescência, quando o sujeito busca algo em que possa dar o seu melhor. Apesar do luto pela separação dos pais, a aprovação e o apoio pela escolha profissional são importantes para o fortalecimento da confiança do adolescente. A adolescente Bia, ao escolher a Astronomia como graduação que pretende cursar, espera pelo apoio do pai e não se conforma com a atitude dele de querer que ela siga os passos que ele trilhou e sua crítica a sua escolha. Knobel assinala que a identidade adolescente é que se caracteriza pela mudança do indivíduo essencialmente em relação aos seus pais, e a personagem passa por esta mudança ao lutar por sua independência e firmar sua própria vontade.

        

A tendência grupal

09:33 – Entre vários adolescentes chegando à escola, três amigas se encontram e trocam abraços e dialogam entre si.

Na adolescência é comum que ocorra a formação de grupos e que o indivíduo transfira a dependência dos pais para o grupo ou para um amigo. Como coloca Knobel, no grupo o adolescente encontra um reforço necessário para os aspectos mutáveis do ego e o adolescente não pode separar-se da turma e nem de seus caprichos ou modas. Na escola, a formação das chamadas “panelinhas” (grupos de afinidade) é característica nesse momento da vida, e no filme as adolescentes dividem gostos e conversam entre as que têm afinidade.

27:22 – Os adolescentes estão em grupo se divertindo na praia.

Os adolescentes exercem atividades em grupo. Isto fica bem retratado na cena em que os garotos jogam futebol na praia e as garotas batem papo enquanto tomam sol. É um compartilhamento de interesses e experiências de quem estão vivenciando a mesma etapa da vida.

1:00:20 – Os adolescentes levantam de seus bancos no ônibus para em coro aplaudir o casal de colegas se beijando.

Por partilharem das mesmas descobertas, conflitos e interesses, e por estarem numa fase onde a genitalidade ganha força, os adolescentes levantam de seus bancos e aplaudem o casal de colegas que se beijam dentro do ônibus escolar.

Necessidade de intelectualizar e fantasiar

53:50 – Para conseguir fazer sexo com o namorado, a adolescente segue o conselho da irmã mais velha e imagina que está com o ator Tiago Lacerda.

Pela ansiedade e o medo da primeira relação sexual, a adolescente conversa com a irmã mais velha e esta a aconselha a pensar num ator durante o ato para facilitar a experiência. Esta atitude condiz com a sintomatologia descrita por Knobel da necessidade de fantasiar, onde o adolescente recorre ao pensamento para compensar as perdas que ocorrem dentro de si e para enfrentar as situações com as quais ainda não consegue lidar.

54:04: – Para não ser tão apressado no ato sexual, o adolescente segue o conselho do primo e imagina que a namorada é uma professora de História.

Também seguindo a necessidade de fantasiar, na cena descrita acima o adolescente ouve o conselho do primo mais velho e usa da fantasia para controlar seu impulso de realizar o ato sexual de maneira muito rápida, evitando que a namorada frustre-se com sua pressa.

54:10 – A garota imagina estar com o ator Caio Castro e assim consegue relaxar durante o ato sexual.

Ao imaginar o ator Tiago Lacerda, que é um muito mais velho, a adolescente não se sente a vontade e busca uma nova fantasia que a faça relaxar, busca então a imagem do ator Caio Castro, ídolo de sua geração, para conseguir transformar a experiência que a está assustando em algo com que possa satisfazer-se.

Crises religiosas

12:45 – O adolescente apresenta no braço fitinhas usadas pelos católicos, em sinal da devoção de seus santos.

Para os adolescentes as figuras oferecidas pela religião lhe permite a garantia de continuidade de sua própria vida e daqueles que lhe são queridos, as fitinhas no branco do adolescente, seria pra ele uma espécie de amuleto que sorte, que o protege através de uma devoção à aquela imagem santa.

36:11 – O jovem apresenta um escapulário no pescoço.

O adolescente ao recorrer a divindades é sempre na tentativa de amenizar alguma angustia e se definir, trata-se de um indivíduo formando seu pensamento, sua própria noção de fé, para isso ele recorre a objetos, imagens, algo que de alivio, e amenize algum tipo de perturbação vivida.

1:19:53 – Frente a uma briga das amigas, a adolescente diz: Ai meu Deus, vou morrer.

O adolescente busca através da religiosidade, formas de solucionar a angustia que está passando, recorre a uma divindade na tentativa de encontrar uma saída para o problema que vivencia.