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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO NA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

Por:   •  1/4/2020  •  Artigo  •  4.433 Palavras (18 Páginas)  •  195 Visualizações

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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO NA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

                                                                Myrthes Maria Matos Dantas¹
                                                                Luana Borges²

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo analisar se o nível de desenvolvimento das competências emocionais dos professores que atuam no Ensino Superior é determinante para o alcance dos resultados de aprendizagem almejados, podendo se tornar um diferencial competitivo na atuação docente. Para tal buscou-se identificar o conceito de competência emocional e sua influência no processo educativo; as competências requeridas para atuação de qualidade na gestão dos recursos didáticos e no desenvolvimento das atividades curriculares, além de se buscar informações sobre possibilidades de desenvolvimento das competências emocionais dos docentes através de estímulos e ações da instituição onde atuam. Foram obtidas informações através de pesquisas bibliográficas e procedida a análise dos dados obtidos. Concluiu-se pela extrema importância de que a atenção dos docentes se volte para o autodesenvolvimento, para o fomento do desenvolvimento de cada membro da organização escolar e pelo estreitamento das relações interpessoais de qualidade, o que permitirá a internalização dos conceitos e adoção de atitudes inerentes à atuação de excelência, como forma de se agregar resultados mais consistentes à formação acadêmica proporcionada aos alunos, pelos docentes.

Palavras-chave: Inteligência emocional. Docência no Ensino Superior. Diferencial competitivo.

1 INTRODUÇÃO                                         

O desenvolvimento das competências individuais, assim compreendidas o conjunto “CHA - Conhecimento, Habilidade e Atitude” pode contribuir para atuação de excelência na docência no Ensino Superior, sendo que o aprimoramento de competências essenciais ao alcance de resultados na atividade docente um diferencial competitivo.

A análise das competências essenciais para o desempenho de excelência na atividade docente permite o direcionamento do foco e a concentração da energia do profissional para o desenvolvimento de tarefas que gerem vantagens competitivas, agreguem valor ao processo educativo e aumentem a probabilidade de atingirem-se padrões de excelência na formação acadêmica, pois o componente emocional, presente em todo ser humano, interfere no desenvolvimento das atividades e na adoção de comportamentos condizentes com o desempenho profissional excelente do docente o Ensino Superior.

Sendo importante estabelecer um ambiente de aprendizagem que fomente o aperfeiçoamento da competência emocional docente, necessária para que as atividades transcorram em clima de sinergia e integração, deve o docente do Ensino Superior desenvolver habilidades emocionais que resultem em melhorias na condução dos processos e atividades da disciplina ministrada, contribuindo efetivamente para a formação acadêmica de excelência de seus alunos.  

Considerando-se que o desenvolvimento da inteligência emocional pode favorecer a instalação de habilidades tais como motivar a si mesmo e persistir mesmo diante das frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento em objetivos de interesses comuns, entre outras, o presente artigo discorre sobre a chamada “competência emocional”, apresentando critérios de identificação, formas de desenvolvimento e as vantagens competitivas que se pode agregar ao trabalho docente através deste desenvolvimento.

2 EMOÇÃO E COMPETÊNCIA EMOCIONAL

        

Segundo Plácido e Silva (2005) emoção, do latim emotionem, significa "movimento, comoção, ato de mover", derivando da composição de duas palavras latinas: ex, "fora, para fora", e motio, "movimento, ação", "comoção" e "gesto". Aparece normalmente como expressão da agitação nos seres humanos, ainda que seja atribuída, por algumas culturas e em certas formas de pensamento, a todos os seres vivos.  Não é incomum se fazer distinção entre os seres humanos (por serem racionais) e os outros animais quando se fala sobre emoção, o que termina por desvalorizar as emoções, como se no viver humano não estivessem indiscutivelmente entrelaçadas emoção e razão.

        Do ponto de vista biológico as emoções são vistas como elementos corporais dinâmicos que permitem mudar as formas de ação conforme a elas se submete o indivíduo. Nega-se essa realidade ou ela é ignorada, muitas vezes, pela excessiva valorização da razão, do racional - especialmente no campo profissional.         Sabe-se que há coisas que se pode ou se deve fazer e outras que não se podemos ou não se deve fazer, mas, dependendo de quais emoções estão influenciando o psiquismo no momento da decisão, aceita-se ou rejeita-se argumentos que, se se estivesse sob outro tipo de emoção, talvez levassem a decisões diferentes, conforme afirma Maturana (1997, p.98):

O humano se constitui no entrelaçamento do emocional com o racional. O racional se constitui nas coerências operacionais dos sistemas argumentativos que construímos na linguagem, para defender ou justificar nossas ações. Normalmente vivemos nossos argumentos racionais sem fazer referência às emoções em que se fundam, porque não sabemos que eles e todas as nossas ações têm um fundamento emocional, e acreditamos que tal condição seria uma limitação ao nosso ser racional.

        Emoção cognitiva é a que se refere ao conhecimento, ou seja, é aquela que se sente e se é capaz de definir o porquê de senti-la. A avaliação da emoção cognitiva é importante, pois é através dela que se percebe que é possível aprender a controlar uma determinada emoção, capacidade que se pode desenvolver através do autoconhecimento, por exemplo. Estabelecida a presença inconteste da emoção em toda nossa atuação, a forma como se dá a interação entre os sentimentos e a razão, em um sentido amplo, nos mostra que a competência emocional está ligada ao sucesso profissional do indivíduo, entre outros motivos porque sua personalidade pode influenciar positiva ou negativamente em sua carreira – exemplo quando determina, invariavelmente, seu relacionamento com chefes e colegas. Uma pessoa que possui competência emocional consegue lidar melhor, por exemplo, com sentimentos como irritação ou frustração, o que torna a convivência profissional mais harmoniosa e produtiva (GOLEMAN, 1999).

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