O ISOLAMENTO SOCIAL E O TDAH

1. O ISOLAMENTO SOCIAL:

A pandemia no Brasil já dura cerca de um ano, é uma fase difícil com diversos fatores negativos que afetam psiquicamente milhares de pessoas. Muitos desses efeitos são percebidos em pessoas portadoras do TDAH, especialmente para as que estão em fase escolar, que precisam dar continuidade aos seus estudos via internet. O TDAH é uma doença que acomete cerca de 3% a 5% crianças em todo o mundo, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).

O Corona Vírus trouxe mudanças significativas na rotina diária, algumas mudanças como higiene mais rigorosa, distanciamento social, dinâmica familiar diferente, são fatores que dentro da realidade de quem é portadora TDAH pode ser motivo para um aumento significativo dos seus sintomas, além de /afetar os seus comportamentos, o seu convívio e o seu bem estar. Além disso, a exposição por muito tempo para tela do computador para assistir as aulas virtuais exige um maior esforço e concentração.

É de extrema importância que a família da criança ou do adolescente mantenha a calma e pense em alternativas para lidar com o dia a dia que pode ser desafiador. Bem como, não cortar a medicação da criança, há algumas maneiras de tentar fazer com que a rotina seja mais proveitosa, impactando positivamente a saúde física e mental dos moradores da casa. Algumas alternativas é tentar planejar o dia ou a semana, tentar colocar o corpo do portador de TDAH em movimento, se utilizando de atividades físicas, como a dança, pular corda e alguns treinos funcionais.

1. Explicar sobre o COVID-19 e as medidas de prevenção para não ocorrer a infecção;
2. Organizar os horários fixos para comer, estudar e dormir, garantir que haja uma rotina;
3. Observar por quanto tempo a criança consegue ficar concentrada em realizar as suas atividades, para que assim seja possível programar uma pausa entre elas;
4. Escolher uma pessoa que tenha mais paciência para realizar as tarefas da escola e atividades do dia a dia com a criança. Isso evita que este momento seja conflituoso e estressante para ambos ou lados;

1. TRATAMENTO

O tratamento para o TDAH é realizado multidisciplinarmente, através de uma equipe formada por profissionais da área da saúde, saúde mental e pedagogia, além dos pais e os professores da sua escola, e técnicas especificas que são ensinadas ao portador do TDAH.

A primeira intervenção medicamentosa que ocorre é através de estimulantes que agem no sistema nervoso central, esse medicamento busca manter a pessoa a acordada e focada para que haja um melhor desempenho em suas tarefas. No Brasil o medicamento que apresenta a maior eficácia na regulação da desatenção, hiperatividade e impulsividade é o metilfenidrato, mais conhecido como Ritalina, além de, dificilmente causar dependência, não há o acumulo da mesma no organismo e tem a sua duração de 4 à 5 horas. Recomenda-se o da medicação persistentemente enquanto durarem os sintomas.

Imipramina (antidepressivo)	Tofranil	2,5 a 5mg por kg de peso divididos em 2 doses
Nortriptilina (antidepressivo)	Pamelor	1 a 2,5mg por kg de peso divididos em 2 doses
Bupropiona (antidepressivo)	Wellbutrin SR	150mg 2 vezes ao dia

Caso o metilfenidrato não produza efeitos positivos, há a recomendações de outros medicamentos, que ao invés de estimulantes serão antidepressivos. O site ABDA disponibiliza uma tabela com os nomes dos medicamentos e a forma correta de serem utilizados:

Além do tratamento medicamentoso, é de extrema importância o tratamento psicossocial. O manejo do TDAH também consiste em criar um diálogo entre os pais, a escola e a psicoterapia (caso seja necessário). É importante ressaltar que nenhum destes tratamentos promove a cura do TDAH, mas sim uma redução temporária dos sintomas e das dificuldades associadas ao problema (ex. depressão, baixa auto-estima, baixo rendimento escolar) (Barkley, 1998).

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