O POLITICAS PUBLICAS
Por: Flávia Petrucio • 3/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.670 Palavras (7 Páginas) • 189 Visualizações
Universidade Estácio de Sá
Graduação em Psicologia
Organizações de Políticas Públicas
O Psicólogo no Hospital Geral
Aline Reis da Silva Fores
Andrea de Carvalho
Flávia Petrucio Figueira
Jéssica Almeida Rodrigues
Paloma Pereira da Conceição
Niterói, 11 de junho de 2015.
Relatório
Neste trabalho as alunas ficaram incumbidas de visitarem um hospital geral e descobrir como é a rotina, o ambiente, o grau de satisfação e comprometimento e as condições de um profissional de psicologia que trabalhe nesse local. As alunas visitaram o Hospital Estadual Azevedo Lima, localizado na Rua Teixeira de Freitas, nº 30 no bairro Fonseca, na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro, onde realizaram uma entrevista com a profissional de psicologia, Senhora Regina. Verificou-se que o hospital possui as especialidades de clínica geral, emergência, maternidade, neurologia e ortopedia. Em relação ao trabalho do psicólogo em hospitais gerais, podemos notar que é uma área ainda escassa de profissionais. Os Psicólogos fazem o trabalho denominado “round”, onde passam por diversas áreas de especialidades do hospital. Nesse trabalho eles ficam aproximadamente um mês no setor de cada especialidade do hospital e depois há uma rotatividade, pois quando há o caso de faltar algum profissional, outro pode cobrir a ausência desse profissional, por também conhecer o setor. A psicóloga Regina no momento, no hospital Azevedo Lima, trabalha na área do SAF (Sistema de Atendimento a Família), onde dá todo o acolhimento e apoio a família dos acidentados, internados e aos pacientes quando estão lúcidos. Há pacientes que ficam bastante tempo internados, ou que por algum motivo, como por exemplo fazer cirurgias e exames, tenham que estar sempre indo ao hospital e necessitam de um acolhimento especial. Foi-nos explicado que todos os profissionais da psicologia têm seus setores dentro do hospital por períodos, mas que durante esses períodos vão a todos os outros setores, tanto para analisar se há algum paciente necessitando de seu atendimento, quanto para ver algum paciente específico que lhes seja passado o caso de necessidade de atendimento. A importância do psicólogo nos hospitais gerais não fica só no atendimento aos pacientes, mas vai muito além. Os profissionais de outras áreas, como médicos e enfermeiros, por exemplo, assistem e passam por muitas coisas nos atendimentos, então necessitam também de um suporte psicológico. O atendimento aos pacientes e familiares geralmente é bem complicado, pois às vezes é necessário dar noticias ruins para o paciente e a família ou passar o estado do paciente, que não está muito bem, para os familiares, e isso pode ser bem difícil de ser feito. Porém, esse trabalho também pode ser bastante gratificante, como, por exemplo, em um caso onde o paciente estivesse em um estado bem crítico e contou com o apoio do profissional psicólogo durante o processo de melhora e recuperação, e depois de melhor o paciente agradece essa ajuda que teve em um momento tão difícil e dolorido, esse reconhecimento faz com que o profissional se sinta revigorado. Obtivemos a informação de que o profissional da psicologia em um hospital público receba em 30 horas em média a remuneração de aproximadamente dois mil e quatrocentos reais, além do que recebem pelos plantões realizados. Em relação à estrutura, a sala em que a psicóloga entrevistada trabalha e realiza os seus atendimentos é um local muito pequeno, com infiltrações, móveis antigos e esgaçados, e dividida com outro profissional. Através de pesquisas e da própria entrevistada, obtivemos as informações de que os aparelhos dos hospitais gerais geralmente estão com defeitos, em manutenção ou até mesmo parados, e isso dificulta bastante o atendimento e até mesmo desanima os profissionais e os deixa indignados. Apesar das condições precárias de trabalho, dos momentos difíceis e de todas as complicações que interferem no trabalho dos profissionais de psicologia em hospitais públicos, pudemos notar o quão eles se importam em estarem lá, em conseguirem atender os pacientes que necessitam de seu acolhimento e apoio e o quanto se sentem gratificados de poderem fazer o que escolheram como profissão, que é ajudar ao próximo.
Entrevista com a Psicóloga Regina
Quais são os objetivos do atendimento no hospital? Como funciona o trabalho? A pessoa fica aqui para sessões? É dado todo o atendimento? Esse atendimento é breve?
R: Nós funcionamos com vários setores dentro do hospital: maternidade, UTI neonatal, serviço de atendimento a sala vermelha, a clínica médica, CTI. São vários setores e tem psicólogos em todos eles. Não ficamos fixos, ficamos mais ou menos durante um mês em um setor e há uma rotatividade. É importante que estejamos em todos os setores, pois quando falta alguém em um determinado setor somos deslocados para cobrir a ausência do profissional. Atualmente, estou no SAF que é atendimento a família, normalmente da sala vermelha que é a sala de trauma. Toda chegada de paciente no hospital, existe atendimento médico da enfermagem, a gente faz atendimento as famílias ou ao paciente que esteja bem, ou melhor, lúcido, bem não, porque no hospital bem não está. Então fazemos esse acolhimento a essas famílias.
O serviço de psicologia é em cima da demanda que às vezes a enfermagem passa pra gente, “preciso que vocês vejam determinado paciente, pois achamos que ele não esta bem, e a gente também vê a necessidade, pois vamos a todas as enfermarias”. Têm pacientes que estão aqui há anos, 1,2 anos, são pacientes que não tem família, às vezes de mais idade, e que precisam ir para um abrigo, uma casa, mas não se conseguem isso, porque são muito complicados esses trâmites, essas articulações são muito complicadas. São às vezes pacientes que precisam de cirurgia, precisam de fisioterapia e depois vão fazer outra cirurgia, então ficam um longo tempo no hospital e aí também atendemos esses pacientes. No CTI em geral está entubado, está numa condição mais delicada então temos que dar o atendimento aos familiares.
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