PSICOLOGIA E POLÍTICA:A PRODUÇÃO DE VERDADES COMPETENTES

RESENHA CRÍTICA

PSICOLOGIA E POLÍTICA:A PRODUÇÃO DE VERDADES

COMPETENTES

O autor do artigo propõe ‘Psicologia e Política: A Produção de Verdades Competentes’ que a verdade, tida como pensamento necessariamente hegemônico e excludente, uma vez que “menospreza” os demais conceitos que não sejam similares ao que ela mesmo impõe, é fruto de uma construção social.

Tal construção influencia diretamente no ato de desenvolver esta tal “verdade”, uma vez que sua construção em si é carregada da subjetividade do ser que a ela desenvolve. Por este motivo, a autora defende que a verdade é carregada de um viés político, intrínseco ao ser, por ser consequência de sua vivência e visão de mundo.

Ao analisar a literatura de Foucault (1983) em seu artigo, Nogueira (2002) afirma que o autor “aponta para a produção do real pela via da história, para as práticas humanas como determinantes dos sujeitos e dos objetos considerados naturais e já dados e dos regimes de verdade”. Desta forma, Nogueira (2002) reafirma sua convicção quanto ao processo de construção do que vem a ser tido como verdade.

E apesar de tal publicação da autora ter sido feita no início dos anos 2000, hoje, quase 20 anos após, os questionamentos sobre verdade não poderiam ser tão pertinentes. Em sua obra, a autora destaca que, historicamente, construiu-se um pensamento binário acerca da política e da psicologia, de modo a afastar ambos os temas e classifica-los como opostos. Nos dias de hoje, tão marcados pela polarização política, conseguimos visualizar quase que perfeitamente o conceito por trás da obra de Nogueira (2002): política e psicologia cruzam-se a todo tempo, em uma relação quase simbiótica.

Em especial na última década, pudemos observar uma forte escalada no clima de acirramento entre indivíduos, em especial quando entra-se em um debate político. A prática da política como ciência tornou-se um duelo de verdades, onde os opostos tentam impô-las e reduzir o conhecimento do outro a algo inútil, sem valor. Este fenômeno moderno vem sendo denominado de “pós-verdade”.

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