Psicologias: Uma introdução ao estudo de Psicologia
Por: Maria Victoria Cabral • 1/4/2018 • Abstract • 1.972 Palavras (8 Páginas) • 405 Visualizações
1. INTRODUÇÃO:
O presente trabalho trata-se de um projeto fictício de intervenção grupal para grupos operativos. E tem como objetivo analisar e propor dinâmicas que tenham como resultado a “quebra de gelo’ entre os participantes e que promovam a comunicação e a interação entre os mesmos. O projeto tem como público alvo alunos do 1º ano do ensino médio que não se conhecem, logo não possuem entrosamento.
Esse processo é de enorme relevância, pois com as dinâmicas e a possibilidade de integração entre os alunos, o ambiente e o convívio escolar tornam-se mais harmoniosos. O método utilizado pelos integrantes para a realização deste trabalho foi a leitura de textos e artigos sobre grupos operativos, a busca de três dinâmicas, e a aplicação de uma destas em sala de aula.
O estudo de grupos é fundamental na psicologia das massas, o início deu-se no final do século XIX. O primeiro a pesquisar os grupos foi Gustav Le Bon influenciado péla revolução Francesa, pelo impacto que causou nos pensadores do século XVIII, como aconteceu com Hegel, que se dedicou aos estudos da Filosofia como intérprete do tempo presente.
A psicologia social vai trabalhar com pequenos grupos, com objetivos definidos, no qual irá desenvolver-se a pesquisa de grupos. Kurt Lewin desenvolveu a primeira teoria sobre grupos que influenciou a psicologia social, um campo denominado cognitivismo, como também a teoria organizacional psicológica que é aplicada no estudo das relações humanas no trabalho.
2. DESENVOLVIMENTO:
Foi Pichon-Rivière, psiquiatra e psicanalista argentino, quem elaborou, na década de 1940, a teoria do grupo operativo. Para ele, grupo era um conjunto de pessoas conectadas no tempo e espaço que se submetiam, explícita ou implicitamente, a uma tarefa, interagindo em uma rede de papéis com o estabelecimento de vínculos entre si. Assim, a teoria dá grande importância aos vínculos sociais, que são a base para os processos de comunicação e aprendizagem, considerando que o ser humano é essencialmente um sujeito social. O grupo se apresenta como uma rede de relações com base em vínculos entre cada componente e todo o grupo e vínculos interpessoais entre os participantes. O grupo operativo que por definição são grupos centrados na tarefa como cura (se for terapêutico) ou de conhecimentos (grupos de aprendizagem) e que tenham motivações para tarefas, mobilidade nos papéis a serem desempenhados e disponibilidade para as mudanças que se fazem necessárias.
O objetivo do grupo operativo consiste em promover um processo de mudança para que haja diminuição dos medos básicos, fortalecendo o grupo e levando-o a uma adaptação ativa à realidade. Consiste em romper os estereótipos redistribuindo os papéis, elaborando lutos e vencendo resistências a mudanças.
Segundo Pichon, são 5 papéis que constituem um grupo: Líder de mudança: aquele que se encarrega de levar a frente as tarefas e se arrisca diante do novo; Líder de Resistência: Freia os avanços do grupo, sabota tarefas, ambos são necessários para o equilíbrio do grupo; Porta Voz: É a chaminé onde fluem as ansiedades e reivindicações do grupo; Bode Expiatório: Assume os aspectos negativos do grupo; Os Silenciosos: Fazem com que o restante do grupo se sinta obrigado a falar.
O Esquema Conceitual Referencial Operativo diz sobre o conjunto de conhecimentos, experiências, afetos com que os indivíduos agem nos grupos e desta forma, se fazem compreender entre si. Na unidade de operação dos grupos temos o Existente é a situação do grupo que está implícita ou explicita na situação grupal. A Interpretação aborda o esclarecimento das dificuldades do grupo. O Emergente é a resposta do grupo, a interpretação onde a situação prévia é desestruturada e ocorre a reestruturação de um novo ciclo.
Para que o grupo caminhe são necessárias as etapas de pré-tarefa, onde o grupo foge e evita a tarefa em função do medo da perda do conhecido e medo do ataque do desconhecido, há resistência à mudanças e por isso são utilizadas defesas dissociativas para que possam elaborar as ansiedades. A tarefa ocorre quando o grupo se centraliza nela e é iniciada a elaboração e a superação dos medos básicos que perturbam a aprendizagem, no projeto o grupo elabora as suas ações futuras.
Nos processos de interação grupal temos os vetores de Afiliação e Pertencença que abrange o maior e menor grau de identificação dos membros do grupo, entre si e com a tarefa a ser desempenhada. A Cooperação que consiste na capacidade de ajudar-se mutuamente e a sua eficácia é medida de acordo com a execução da tarefa; A Pertinência é a capacidade de centrar-se na tarefa implícita e explícita e é medida de acordo com a capacidade do grupo de romper estereótipos, elaborar lutos e vencer resistências à mudança.
A Comunicação diz respeito aos níveis de comunicação existentes no grupo que são divididos em nível oral (que se mantêm dependente do líder, é a fase mais primitiva do grupo, tem atitudes de reprovação constantes), a fase anal (que envolve a alternância de ciclos de retenção e expulsão, desavenças e reconciliações, sendo a fase mais evoluída do grupo) e a fase genital (onde prevalece a capacidade de identificação e desejo de proteger o outro da destruição e reparação, caso tenha sido atacado); Aprendizagem que ocorre em dois momentos: soma de informações de cada integrante do grupo e desenvolvimento de condutas alternativas diante dos obstáculos. E a Tele, que consiste na disposição positiva ou negativa para interagir com os membros do grupo.
3. PROJETO DE INTERVENÇÃO GRUPAL:
O processo ocorrerá no primeiro dia de aula de uma escola profissionalizante com alunos do 1º ano do ensino médio que nunca tiveram contato entre si. A problemática a ser trabalhada está no fato de que, no primeiro dia de aula, os alunos não têm entrosamento e não conhecem a turma a qual fazem parte. Como as atividades são realizadas em grupo, a tendência é que as pessoas se revelem com maior facilidade em suas características mais importantes, contribuindo para união, para o respeito mútuo e para estreitar os laços do grupo.
As dinâmicas e técnicas de integração permitem analisar o comportamento pessoal e grupal, a partir de exercícios específicos em que os integrantes podem partilhar aspectos profundos das relações interpessoais do grupo. Além disso, permitem trabalhar a interação, a comunicação, os encontros e desencontros do grupo, e permitem que os participantes avaliem sua capacidade em atividades não experimentadas anteriormente,
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