Resenha através da concepção de Ética Levinasiana
Por: JulioOcireu • 9/1/2017 • Resenha • 1.590 Palavras (7 Páginas) • 266 Visualizações
Faculdade Leão Sampaio
Curso de Psicologia 347.2
Disciplina: Ética
Profa. Tatiana Tostes
Julio Ocireu de Souza
Resumo do Livro: “Memórias de Minhas Putas Tristes”
Autor: Gabriel Garcia Marques
Ed. Record – Publicação 2005- 127p.
Resenha através da concepção de Ética Levinasiana (Levinas, Emmanuel - Ética e Infinito – Biblioteca de Filosofia Contemporânea - edições 70- Cap.VII Rosto- 75-84p.)
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RESUMO
Gabriel Garcia Marques descreve em seu conto, de forma memorável, a passagem do 90º. Aniversário de um ancião, que ao se aproximar tal data, procura se presentear com uma noite de luxúria e prazer, buscando contemporizar com seus anos áureos de virilidade e juventude.
Esse ancião, como num ultimo desejo, tem a pretensão de passar a noite de seu aniversario na companhia de uma “virgem”.
Inicia-se assim toda trama histórica por essa busca, apesar de cingida com uma intencionalidade egoísta, tende a um sabor único de premiar toda uma trajetória de vida, passada sem muita glória por um professor e colunista de um “jornaleco”, de uma pequena cidade.
Assim, o “velho” vai à procura de sua “prenda”, reatando antigos contatos com a dona de um prestigiado cabaré. Conhecida como Rosa Cabarcas, que não dispõe do “produto” para pronta entrega, mas que se propõe a cumprir o desejo de um cliente tão habitual.
Nessa noite, ao ver “... a menina adormecida, nua e desamparada na enorme cama de aluguel, tal e como sua mãe a tinha parido...” desperta nesse um sentimento de tamanha complacência, passa toda a noite ao seu lado sem o ato a consumar-se.
Suas angústias revelam-se no decorrer dos dias, através da descrição de momentos vividos ao lado de seus pais, principalmente sua mãe, pelos cuidados e carinhos que a ele dispensava. Relembra de quando era professor, da autoridade que tinha sobre os “pobres alunos”. E quanto ao trabalho de escrever semanalmente para a coluna dominical do jornal, que já não proporcionava o mesmo prazer. Do “sexo” mensal que praticava com Damiana, a mulher que arrumava suas coisas. De como o “sexo” só lhe servia como mercadoria, pois sempre pagou pelo prazer que dele recebia. Da fuga de um casamento, do qual nunca possuiu qualquer amor.
Descreve como tudo sempre lhe pareceu tão fugaz, sem vida, até o momento que viu aquela “menina”, que passou a habitar suas lembranças.
Decide-se por outro encontro. Quando entra no quarto verifica que a “menina” estava como exigirá, nua. ”... Assim, comecei a secá-la com a toalha enquanto cantava para ela em sussurros a canção de Delgadina...”; “... Então, essa era ela: Delgadina...”. Ao amanhecer, deixa-a como na outra noite, virgem.
Volta ao cotidiano de sua casa, mas já não sente que esta só. Aquele frescor de “Delgadina”, sua docilidade passa a estar presente em tudo, já não sai mais de suas lembranças, por muitas vezes passa a percebê-la em tudo. É um sentimento que jamais tinha vivido. Não consegue distinguir realidade e ilusão.
O ancião descobre-se pelo amor, aos noventa anos. E se abastece de coragem.
Vai ao terceiro encontro, já cheio de expectativa e vida, inicia a transfiguração daquele ambiente onde ela o recebe. De um lugar hostil, passa a ter ares de um “lar”. Quadros, ventilador, sabonetes, águas de cheiro, tenta caracterizá-lo. Ao amanhecer vai embora, ainda não a toca.
A menina “Delgadina” age em sua alma promovendo-o e expirando-lhe a continuar “vivo”. Assim começa a “reformar” sua casa que por anos estava à mercê do tempo, “... A casa renascia de suas cinzas e eu navegava no amor de Delgadina com uma intensidade e uma felicidade que jamais conheci em minha vida anterior...”.
Sua nova existência passa a ser impressa na coluna dominical do jornal ao qual escreve. O seu amor se transborda em referência pública. Os leitores passam a corresponder com o jornal. Até na rádio.
Seus encontros passaram a se tornar mais comum, mas em nenhum instante ameaça a virgindade de “Delgadina”. “... O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança...”. O protagonista demonstra que as relações constroem-se através dos sentimentos verdadeiros, e não com atitudes furtivas.
O amor é um estado crescente no ancião com a menina “Delgadina”, e seu zelo e cuidados são cada vez mais aparentes. Presenteia sempre, deu uma bicicleta para a menina atravessar a cidade de casa para o trabalho.
Mas um assassinato no bordel onde se encontrava com “Delgadina” afasta-o de seu amor. Passa a viver uma busca alucinante para encontrá-la e trazer de volta sua vontade de viver.
Sua aflição toma conta de seus dias e passa a refletir em suas crônicas, a dor de não conseguir reencontrar “Delgadina”. Revira toda a cidade atrás de algo ou alguém que possa lhe dar qualquer notícia da menina.
Num dia o telefone toca era Rosa Cabarcas com notícias suas e da menina. Marca um novo encontro. Apesar da frenética euforia que o domina, um sentimento de ódio toma conta de sua alma quando observa “Delgadina”, suas jóias seu perfume, arrebata-se de ciúmes. Rosa Cabarcas o alinha explicando como esses dias de afastamento foram difíceis, mas sua fraqueza o domina, e assim deixa tudo para trás e volta aos seus dias de vida comum.
Desesperançado com a própria vida passa a sentir o peso dos anos. Atribui que “... É impossível não acabar sendo do jeito que os outros acreditam que você é...”
Após reencontrar um antigo caso, toma conhecimento de como todos nos somos imprescindíveis, principalmente quando os anos fazem falta e não temos com quem compartilhar nossas vidas.
Volta a procurar Rosa Cabarcas, e definitivamente passa a viver seu grande amor pela menina “Delgadina”.
Reconstrói o lugar e comprometem-se
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