Resenha do livro relações sociais no brasil
Por: biiagml • 20/5/2015 • Resenha • 2.305 Palavras (10 Páginas) • 1.643 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
RESUMO DA PARTE II DO CAPÍTULO III DO LIVRO RELAÇÕES SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
Beatriz Gama de Alencar
MANAUS
2013
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
RESUMO DA PARTE II DO CAPÍTULO III DO LIVRO RELAÇÕES SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
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MANAUS
2013
RESUMO
Em 1937, ocorre o golpe de estado por Getúlio Vargas; sua política econômica estava voltada ao incentivo da industrialização, apoio à capitalização e a acumulação deste setor. O estado volta-se ao incremento da infra estrutura básico à implantação do parque industrial. É através do modelo corporativista e por uma nítida política industrialista que se inicia uma nova fase após o período de transição iniciada na Revolução de 30. Com o crescimento da população urbana o Estado começa a instituir representantes através de suas entidades que têm por finalidade planejar e implementar políticas públicas. É com a pressão de setores emergentes, que há uma necessidade de absorver e controlar esses novos setores que só crescem com a expansão da industrialização.
“A pressão pela a ampliação da cidadania social torna necessário algo como uma renegociação periódica de um Contrato Social, através do qual o Estado procura a integração e mobilização controladas dos trabalhadores urbanos pela incorporação progressiva e falsificação burocrática de suas reivindicações e aspirações. A paz social do Estado corporativo pressupõe, assim, o surgimento constante de novas instituições [...] que aparecem em conjunturas determinadas como respostas ao desenvolvimento real ou potencial das contradições geradas pelo o aprofundamento do modo de produção que atinjam o equilíbrio das relações de força.” (Relações Sociais no Brasil, Iamamoto, 1995 – Cap. III p.245).
As características principais dessas instituições serão o de propiciar benefícios assistenciais indiretos aos trabalhadores ativos, e manter uma parcela dos trabalhadores fora dos camp os de trabalho. É dessa forma que o capitalismo mantém a exploração e ao mesmo tempo mantém o crescimento acelerado, trazendo por consequência a redução da capacidade de reivindicação da classe trabalhadora.
A desestruturação dos sindicatos faz com que a as primeiras instituições do serviço social venham a surgir.
[...] “A primeira referencia explicita na Legislação Federal com respeito a Serviços Sociais consta na Carta Constitucional de 1934, também o Decreto Lei nº 525, de 1-7-1938, estatui a organização nacional do Serviço Social. [...] A primeira grande instituição nacional de assistência social, a Legião Brasileira de assistência, é organizada em sequência ao engajamento do país na Segunda Guerra Mundial.” (Relações Sociais no Brasil, Iamamoto, 1995 Cap. III p.256).
A adesão do Serviço Social por parte do SENAI (serviço nacional de aprendizagem industrial, criado em 1942) surgiu como consequência da implantação da LBA, num primeiro momento apresentando-se como parte de um processo de expansão somente quantitativo do volume de assistência visando à distribuição e organização dessa assistência de uma forma mais política. O SENAI como grande empreendimento de qualificação da força de trabalho está englobado dentre as grandes instituições assistenciais surgindo como medida emergencial num contexto em que o país sofria economicamente os reflexos da segunda crise mundial expressando a carência de força de trabalho qualificada que atendesse a demanda do mercado nacional.
O Estado, frente a essa problemática que abalava o equilíbrio da acumulação capitalista, articula-se com a burguesia industrial a fim de dividirem as tarefas tendo em vista fazer a manutenção do mercado, atuando na educação da população propiciando futuros benefícios que atendem o interesse de ambos. Nesse sentido o SENAI representa um instrumento de atuação da classe dominante com o objetivo de adequar a Força de Trabalho as necessidades da produção para o seu próprio beneficio, pois os investimentos feitos pelo empresariado retorna para eles através do modo de produção capitalista. As políticas assistenciais tomam uma forma mais qualitativa para atender as necessidades geradas pelo aprofundamento do capitalismo, nesse contexto o SENAI aparece como elemento constitutivo desse processo. Frente ao desgaste da força de trabalho foram propiciadas medidas assistenciais e melhores condições de higiene, nutrição, habitação como resposta ao operariado visando desenvolver o “bem-estar” entre empregados e empregadores, sobretudo para “conter os ânimos” e manter tudo sobre controle, afinal sabe-se que o Estado tem o papel de promover o bem-estar social, mas na verdade, age para manter a ordem e o progresso social da classe vigente.
O Serviço Social nesse período firmou-se significativamente enquanto profissão, substituindo a prática assistencialista e incorporando a lógica capitalista (discurso individualista e determinante da divisão de classes). Enquanto o assistente social exercia a missão que lhe foi incumbida de ajustar e preparar o profissional aos moldes do sistema capitalista, ele também toma a consciência de que se encaixa dentro desse perfil, percebendo-se mais critico e capacitado, sendo esse um processo de grande importância para o aperfeiçoamento e o desenvolvimento da profissão.
O SENAI aparece enquanto instituição social, claramente determinado por aquela conjuntura tendo como adequação da força de trabalho o sistema industrial que se revestira de dois aspectos principais; o atendimento objetivo ao mercado de trabalho, e a produção da força de trabalho ajustada psicossocialmente ao estágio de desenvolvimento capitalista.
O Assistente Social aparece como produtor de serviços e tem como particularidade sua o fato de coordenar a instituição e atuará através da seleção e encaminhamento no sentido de minimizar o seu custo facilitando o aumento do trabalho excedente.
O desenvolvimento capitalista traz consigo o agravamento da questão social isso permitirá á formação cristã-humanista do assistente social pondo-o a serviço das instituições que atuam segundo esse novo sentido.
Com isso temos o Serviço Social da Indústria (SESI) que foi oficializado em 1946, portanto seus considerados partem da constatação das dificuldades do pós-guerra e da premissa do dever do Estado em concorrer, incentivar e estimular o bem-estar.
Portanto será atribuído ao SESI estudar, planejar e executar medidas que contribuem para o bem-estar do trabalhador na indústria, contudo este se enquadra num processo marcado pela organização do empresariado que busca homogeneizar uma série de posições que se relacionam à nova situação internacional tanto a nível econômico como político. Nesse momento observa-se a existência de modificações no pensamento social da Igreja Católica e com isso o Serviço Social será reafirmado como elemento essencial para a harmonização entre capital e trabalho, atuando no sentido de conscientizar o patronato e preparar uma elite de trabalhadores que viabilizasse aquele tipo de comunhão.
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