Doenças Transmitidas por Alimentos

BREVE PANORAMA ACERCA DAS DTA

        Francisca Adriana Cruz de Sousa^[1]

Resumo

     Não se pode pensar em vida sem associá-la a alimentação, e desde os tempos passados até os modernos se tem falado em problemas relacionados a ela. Devido aos números elevados de contaminação por alimentos, elaboramos o presente trabalho, cujo objetivo é informar e avigorar nosso conhecimento acerca das DTA, mostrando os principais microorganismos e alimentos envolvidos na maior parte dos surtos, evidenciando formas de contágio e de prevenção, buscando assim contribuir positivamente na detecção, controle e tratamento das mesmas.  

Palavras-chave: DTA; Agentes causadores; Prevenção.

Abstract

One can not think of life without associating it with food, and from the past to the modern ones one has spoken of problems related to it. Due to the high levels of food contamination, we elaborated the present work, whose objective is to invigorate our knowledge about DTAs, showing the main microorganisms and foods involved in most outbreaks, evidencing forms of contagion and prevention, thus seeking to contribute positively in the Detection, control and treatment.

             

INTRODUÇÃO

De acordo com a Vigilância Sanitária (VS) as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), são todos os casos clínicos decorrentes da ingestão de alimentos que possam estar contaminados por microorganismos patogênicos (infecciosos, toxinogênicos ou infestantes), toxinas de microrganismos, substâncias químicas, objetos lesivos ou que contenham em sua composição estruturas naturalmente tóxicas, que venham a causar danos à saúde.

Historicamente, segundo o Ministério da Saúde (MS), as DTA são as principais causadoras de morbidade e mortalidade no mundo e, em muitos países tem se mostrado nas últimas duas décadas como um problema econômico e de saúde pública.

Apesar de a alimentação ser uma necessidade intrínseca ao ser humano, percebemos sua estreita relação com a transmissão de doenças, as quais são ocasionadas pela ingestão de alimentos ou água contaminados, tornando-se assim uma problemática que afeta a nossa sociedade, vitimando  milhares de pessoas no Brasil e no Mundo.  

A Organização Mundial de Saúde (OMS) faz uma estimativa anual a qual, mais de dois milhões de pessoas morrem todos os anos por enfermidades diarréicas, transmitidas principalmente pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados. A vigilância epidemiológica das DTA (VE-DTA) no Brasil começou em 1999 e num panorama de registro médio por ano de 711 surtos, com 14 mil doentes e 10 óbitos.

Dados relevantes são mostrados pelo MS, vejamos qual é o panorama atual da DTA no Brasil no período de 2007 a junho de 2016: foram 6.632 surtos; 469.482 expostos; 118.104 doentes; 17.186 hospitalizações (14,5%) e 109 óbitos (0,09%). No cenário regional a região Sudeste aparece em primeiro lugar com 43,8% desses surtos, a Sul 24 teve 24,8%, a Nordeste 19,5%, a Norte 6,9% e o Centro-oeste 6,3%.

O estudo supracitado também mostra que o local inicial da ocorrência geralmente é na residência 38,9%; nos restaurantes, padarias e similares 16,0%; outros 9,4%; nas creches ou escolas 7,9%; eventos 5,8% e em unidades hospitalares 3,7%.

Assim as residências são apontadas, na atualidade, como importante local na cadeia de transmissão dessas doenças, em inúmeros países, inclusive no Brasil (LEITE; WAISSMANN, 2006). Embora para a maioria das pessoas isso pareça inverdade, pois partimos de um pressuposto de que essas infecções sejam mais comuns em ambientes aglomerados como festas, bancas de ruas etc. No entanto notamos através dos estudos, que é em nossa residência que se encontra os maiores perigos. É evidente que não podemos menosprezar os dados referentes aos demais locais, afinal  é neles que se encontra uma parcela significativa dos surtos.

             O panorama atual nos mostrar que muitos indivíduos todos os anos sofrem acometidos pelas DTA. Dessa forma compreendemos a importância da intervenção, com soluções mais efetivas pelo Poder Público, dando suporte e garantindo  ações integradas dos órgãos competentes com a sociedade em geral. Para Leite e Waissmann (2006), a maioria das DTA pode ser evitada, desde que tomadas às devidas ações preventivas na cadeia produtiva de alimentos.

PRINCIPAIS MICROORGANISMOS CAUSADORES DE DTA

Os mais importantes microorganismos envolvidos nos surtos de DTA, segundo o MS são: as bactérias com 90,5%; vírus 7,1% e agentes químicos 1,7%. No grupo das bactérias a salmonela é a principal causadora, dentre os vírus o Eschericia coli e nos agentes químicos o S. aureus.

Reforça o MS que além dos agentes determinantes como as bactérias, vírus e produtos químicos, também aparecem como causa de DTA os parasitas, toxinas, prions, agrotóxicos e metais pesados. Os sinais vão desde um leve desconforto intestinal até quadros graves e em casos gravíssimos a morte.

A todo o momento  nos deparamos com os agentes causadores de DTA, por isso é importante conhecermos os principais alimentos que estão relacionados com o contágio dessas doenças.  

        Na óptica do MS os alimentos incriminados foram: não identificados 66,8%; alimentos mistos 9,0%; água 6,0%; ovos e produtos à base de ovos 3,6%; leite e derivados 2,6%; doces e sobremesa 2,1; carne bovina in natura, processados e miúdos 2,1%; cereais farináceos e produtos à base de cereais in natura, processados e miúdos 1,4%; entre outros.

SINTOMAS

Para uma melhor prevenção de DTA é necessário que além do conhecimento prévio de possíveis contaminações decorrentes dos alimentos, conheçamos também seus sintomas que em muitos casos não são reconhecidos devido seu tempo de manifestação, uma vez que nem sempre se dará imediatamente após o contágio, podendo até mesmo levar dias para surgir.

Conforme o MS os sintomas mais comuns são principalmente a diarréia 29,6%; dor abdominal 19,6%; vômitos 16,4; náuseas 15,7%; cefaléia 7,8: febre 7,2; outros 3,5% e neurológicos 0,3%. Vale ressaltar que esses sinais são muito comuns no nosso dia a dia e por esse motivo torna-se ainda mais difícil um diagnostico efetivo, por isso é de extrema importância procurar atendimento médico ao surgimento de qualquer sintoma.