PIAGET E WALLON – TEORIAS EM DISCUSSÃO
Por: Eitor Silva Silva • 3/10/2018 • Trabalho acadêmico • 1.671 Palavras (7 Páginas) • 449 Visualizações
PIAGET E WALLON – TEORIAS EM DISCUSSÃO
Geane Silva de SOUZA1
Paula Patricia Gadelha da COSTA2
RESUMO
Este artigo traz um breve relatório das teorias de dois dos principais teóricos da psicologia, que tentam compreender o funcionamento psicológico e as relações entre fatores biológicos, sociais e entre aspectos cognitivos e afetivos da psicologia humana. A teoria de Piaget em relação ao desenvolvimento cognitivo é uma teoria que acontece em etapas e que considerava que os seres humanos passam por várias mudanças ordenadas e previsíveis, tendo como base o interacionismo, onde o meio interfere no desenvolvimento do individuo. Wallon foi o primeiro a levar o corpo e as emoções da criança para dentro da sala de aula e deixa claro que apesar da influencia de fatores extenos, o comportamento humano dispõem de alicerces que ajudará no desenvolvimento psicológico da criança.
Palavra – chave: interacionismo, afetividade, psicologia
Este trabalho apresenta uma síntese da teoria de Jean Piaget e Henri Wallon, e como essas teorias podem contribuir para o professor no desenvolver do trabalho pedagógico. Apresenta ideias piagetianas e wallonianas, que ajuda na compreensão de como ocorre à construção do conhecimento na interação entre sujeito, o meio e objeto.
As teorias dos autores defendem que as crianças no decorrer de seu desenvolvimento não são simples receptoras de conhecimento. A interação com outras pessoas ajuda no desenvolver de capacidades como afetivas, o raciocínio, entre outros.
Soares (2006) cita que Piaget refere-se ao meio como condição para o desenvolvimento cognitivo, mas centraliza sua explicação nos mecanismos de coordenação entre as ações da criança sobre o mundo, dando pouca importância à intervenção social. E para Wallon, é imenso o valor dado ao papel constitutivo da interação social.
Apesar de discordarem em alguns pontos, seus trabalhos se mostram de suma importância para a compreensão do desenvolvimento infantil, influenciando de maneira singular nas escolas.
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suiça no dia 9 de agosto de 1896 e faleceu em Genebra em 17 de setembro de 1980. Em 1918 formou-se em biologia, e interessando-se pela psicologia, mudou para Zurich onde trabalhou em uma clínica como psicólogo experimental. Pouco tempo depois, Piaget se mudou para a França e desenvolveu testes de inteligência em crianças. Baseado em suas informações e em observações minuciosas de seus três filhos, iniciou seus estudos sobre a mente humana e seus aspectos cognitivos.
Piaget recolheu dados e concluiu que crianças da mesma faixa etária cometiam os mesmos erros, definindo que uma criança não pensa da mesma forma que um adulto. Segundo Becker (2010) uma criança constrói seu conhecimento através de experiências com o meio em proporção do seu amadurecimento.
A teoria de Piaget explica o desenvolvimento cognitivo e os seus processos como a percepção, o pensamento, a linguagem e a inteligência. Balestra (2007) diz que Piaget conceituou a inteligência como uma adaptação, pois a função da inteligência é estruturar e organizar o universo do próprio sujeito. E como condição de sobrevivência, o ser vivo teria que se adaptar ao meio em que vive.
Sua teoria[a] possuem as seguintes fases de aprendizado:
1. Assimilação: É o momento do conhecimento do objeto. Momento em que a criança entra em contato com um novo objeto ou uma nova informação, e incorpora a uma estrutura mental já existente.
2. Esquemas de Ação (Equilibração): ponto em que ocorre um conflito no individuo ao encontrar-se com um objeto desconhecido, devendo ele se adaptar-se a esse novo objeto.
3. Acomodação: quando a criança consegue assimilar o objeto desconhecido, ela cria um novo esquema ou modifica em uma estrutura mental já existente.
Com intuito de compreender melhor as peculiaridades e a evolução que caracterizam a formação das estruturas intelectuais, os estágios de desenvolvimento do ser humano foram divididos, por Piaget, em quatro (Balestra 2007):
Estágio da inteligência sensório-motora (de 0 ano a 2 anos): período em que o recém-nascido limita as suas funções mentais em reflexos inatos. Fase caracterizada pelo o egocentrismo, e delimitado pela a ação. Exemplo: o ato de sucção.
Estagio da inteligência simbólica ou pré-operatoria (2 a 7-8 anos): a inteligência passa a ser por ação e representação. Não há função reversível do pensamento e a linguagem começa a aparecer neste período. O poder de imitar nesta fase indica que a criança já realiza a evocação mental. Exemplo: fase em que a criança busca explicação para tudo (fase dos “por quês”).
Estágio da inteligência operatória concreta (de 7-8 anos a 11-12 anos): a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Surgimento do pensamento operatório infralógico com o domínio de operações. A ação do pensamento é reversível.
Estágio da inteligência formal (de 12 a 14-15 anos): as estruturas cognitivas da criança alcançam níveis elevados de desenvolvimento. A criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade, tornando-se aptas a aplicar o raciocínio lógico aos problemas.
A teoria de Piaget mostra que a compreensão do desenvolvimento humano equivale à compreensão de como se dá o processo de constituição do pensamento lógico-formal, matemático. Tal processo explica que existem relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer, envolve mecanismos complexos que englobam aspectos que se entrelaçam e se complementam, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio.
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