Educação Física e necessidades especiais
Por: Priscila7288 • 7/5/2015 • Artigo • 4.506 Palavras (19 Páginas) • 351 Visualizações
QUAIS AS DIFICULDADES DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA TRABALHAR COM ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DURANTE SUAS AULAS?
Priscila Kern Melek[1]
Magda Bellini[2]
Vanessa Lyra[3]
RESUMO: A inclusão escolar vem sendo defendida desde a década de 90 a partir da Declaração de Salamanca. Várias foram às modificações feitas nas leis educacionais, para que esta propiciasse aos alunos com necessidades educacionais especiais os mesmos direito de educação que os demais alunos. Apesar de estar a tanto tempo em ênfase a inclusão ainda pode ser vista como uma novidade que ainda causa dúvidas e angústias, medos e incertezas. Diante disto esta revisão bibliográfica, busca constatar quais são as principais dificuldades encontradas pelos profissionais de Educação Física no município de Vacaria para trabalhar com este educandos em suas aulas.
Palavras-Chave: Inclusão; Dificuldades; Educação Física
INTRODUÇÃO
As leis educacionais estão sofrendo constantes modificações, buscando incluir a todos os alunos sem restrições na rede regular de ensino. Mudanças estas que buscam garantir o acesso à educação dos alunos com necessidades educacionais especiais, já que estes antigamente recebiam um atendimento segregado e clínico.
A tão debatida Educação Inclusiva começou a se potencializar a partir da década de 90 com a Declaração de Salamanca que propõe que “as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar [...]”, pois tais escolas “constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos” (UNESCO, 1994, p. 8-9).
Diante da Declaração de Salamanca a qual assegura a todos os alunos com necessidades educacionais especiais a rede regular de ensino a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 2001) esclarecem que a escola deve atentar-se que na construção de seu projeto político pedagógico, na avaliação, metodologia, currículo deve haver ações que favoreçam a inclusão social e práticas educativas diferenciadas que atendam a todos os alunos, visto que, numa escola inclusiva, a diversidade do alunado não só é acolhida, como valorizada.
Buscando ampliar este processo de inclusão de alunos com necessidades especiais, a nova Legislação Brasileira garante a educação como direito de todos, instituindo no Inciso III, do Art. 208, do Capítulo III que, o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência deve ser, preferencialmente, na rede regular de ensino.
Parte-se do pressuposto de que é necessário legitimar a qualidade da escola no atendimento aos Portadores de Necessidades Educacionais Especiais, adaptando a mesma a nova política e postura educacional através da reestruturação das propostas pedagógicas que estimulem e possibilitem aos estudantes o desenvolvimento e a realização de suas potencialidades e talento.
Sabe-se que apesar de todo o amparo da legislação, a inclusão ainda está caminhando a passos lentos. Pois mais que se adaptar a nova realidade, precisa haver uma mudança de paradigmas, um maior aperfeiçoamento, preparo emocional para aceitar as frustações deste trabalho que muitas vezes é difícil, a falta de materiais próprios para se trabalhar com estes educandos, e ainda a escola deve estar preparada para não somente recebê-los, mas também mantê-los na rede regular de ensino.
Rossetto (2005) considera a inclusão um programa a ser instalado nas escolas em longo prazo. Não deve ser uma simples transferência de alunos de uma classe especial para a rede regular. É por meio da inclusão que a escola irá se reorganizar, para que possa maximizar as oportunidades de aprendizado para o aluno com necessidades educacionais especiais.
Para desenvolver um trabalho sério, o professor deve possuir conhecimento teórico e prático sobre a inclusão, e, sem sombra de dúvidas o conhecimento permitirá uma atuação benéfica desse profissional no que se refere ao desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos. Aprendizagem de um sujeito constituído pelas dimensões: afetiva, cognitiva, física, que deve ser desenvolvido em sua totalidade.
A inclusão ainda é vista como um desafio a ser superado pelas escolas, desafio este que não se restringe apenas em sua estrutura física, mas também na estrutura docente, profissionais especializados para trabalhar, materiais próprios para a realização de atividades. Para que isso ocorra primeiramente deve-se ter em mente que incluir não é somente proporcionar ao aluno incluso a convivência com outras crianças, mas também desenvolvê-lo de forma integral, respeitando sempre suas limitações e incentivando sempre que possível suas capacidades de aprender.
DECISÕES METODOLÓGICAS
A presente pesquisa teve como objetivo principal analisar quais eram as dificuldades encontradas pelos profissionais da área de Educação Física do município de Vacaria – RS, durante as aulas, para trabalharem com educandos com necessidades educacionais especiais.
Para que todos os objetivos traçados fossem alcançados com êxito, a pesquisa teve um cunho qualitativo buscando muito mais que somente coletar dados, mas também entender como acontece o fenômeno que está em estudo. Sendo assim destacaram-se as ideias de Minayo (1995, p.21-22) quando corrobora que:
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos aspectos e dos fenômenos, que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
Durante a realização da presente pesquisa foram realizadas análises documentais. Para Cellard (2008, p.295)
[...] o documento escrito constitui uma fonte extremamente preciosa para todo o pesquisador nas ciências sociais. Ele é, evidentemente, insubstituível em qualquer reconstituição referente a um passado relativamente distante, pois não é raro que ele represente a quase totalidade dos vestígios da atividade humana em determinadas épocas. Além disso, muito frequentemente, ele permanece como único testemunho de atividades particulares ocorridas num passado recente.
A partir do exposto constatou-se que a pesquisa documental é de suma importância para a compreensão social, favorecendo também para que haja a observação da evolução do objeto em estudo.
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