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Sistemas de antígenos agranulocitóticos e plaquetários

Por:   •  19/5/2019  •  Resenha  •  1.364 Palavras (6 Páginas)  •  369 Visualizações

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Titulo do trabalho: Sistemas de antígenos granulocitários e plaquetários

  1. Nomenclatura do sistema HNA (Human Neutrophil Alloantigen)

Os aloantígenos de neutrófilos são correlacionados com diversas manifestações clínicas como as neutropenias imunes, insuficiência pulmonar relacionada à transfusão (TRALI), reações transfusionais febris e transfusão de granulócitos (BUX et al. 1995).

Lalezari, no ano de 1960 foi o primeiro a descrever o antígeno específico para granulócitos em um caso de neutropenia aloimune neonatal (NAN). Posteriormente, outros antígenos de granulócitos foram investigados e classificados ao nível molecular e bioquímico, possibilitando a elaboração de ensaios e técnicas relacionadas com a tipagem de antígenos (BUX, et al 1995). A Sociedade Internacional de Transfusão Sanguínea (ISBT) no ano de 1995 estabeleceu a nomenclatura para os aloantígenos de neutrófilos humanos (BUX, 1999).

A classificação se baseia na posição da glicoproteína dos antígenos. Devido à presença de diversos polimorfismos, para uma melhor classificação, foi sequenciado em ordem alfabética (HNA-1a, -1b, -1c). A nomenclatura dos alelos ocorreu em acordo com as Diretrizes do Workshop Internacional sobre Mapeamento Genético Humano. E como resultado, o sistema HNA é compreendido em sete antígenos e cinco glicoproteínas, estando inseridos em um sistema denominado de sistema antigênico.  Dentre os cincos HNA registrados, destacaremos apenas a HNA-1 e HNA-2.

De acordo com Lalezari et al (1960), o sistema HNA-1 possui três alelos (HNA-1a, -1b e -1c) e esta relacionada com as ocorrências de neutropenia alonimune neonatal. O antígeno do HNA-1 é codificado pelo gene FCGR3B situado no cromossomo 1 (HIBBS et al. 1994). Mulheres em período gestacional podem desencadear aloanticorpos específicos dos receptores FcγRIIIb, resultando na distúrbios neutropênicos (HUIZINGA et al., 1990b).

Em 1971, Lalezari e colaboradores identificaram o HNA-2ª na membrana plasmática, membrana de grânulos secundários e vesículas secretoras. Sendo este expresso especialmente nos neutrófilos (GOLDSCHMEDING et al, 1992). Estima-se que o HNA-2ª esteja diretamente relacionado com mulheres em idade mais avançada e que sofra interferência do estrogênio para a expressão do antígeno. (CARUCCIO et al, 2003). 

  1. Lesão Pulmonar Aguda Relacionada à Transfusão (TRALI).

As lesões pulmonares agudas são associadas à transfusão (TRALI), apresentando uma serie de complicações, que costumam aparecer ainda durante a transfusão de hemocomponentes que contenham o plasma ou em alguns casos os sintomas iniciam após até 6 horas. Caracterizada pelo aparecimento de edemas pulmonar. O paciente apresenta insuficiência respiratória aguda, hipóxia severa, edema pulmonar bilateral sem evidencias de complicações cardíacas (BUX J, 2005).

Dois mecanismos são questionando quanto à fisiopatologia da (TRALI). O primeiro mecanismo é relacionado com a resposta imunológica, acontecendo ligações dos anticorpos do doador com os antígenos do receptor. E o segundo mecanismo corresponde a uma resposta não imunológica, tendo implicações de moléculas de degradações lipídicas de células inflamatórias, levando a TRALI (GAJIC e MOORE 2005).

Gajic e Moore (2005) afirma que através da realização de recentes estudos recentes foi possível sugerir os mecanismos fisiopatológicos alternativos para TRALI. Sendo associados com a vida útil dos produtos sanguíneos celulares. Dos casos relatados, a maioria relata associação com transfusão de plasma fresco congelado, glóbulos vermelhos e plaquetas.

  1. Detecção de antígenos e anticorpos granulocíticos.

Os anticorpos possuem uma especificidade pelo antígeno. Na detecção de antígenos específicos é necessário que os anticorpos estejam ligados, geralmente de forma covalente, a compostos que permitam a separação ou a detecção (MELO, L, 2006)

O método de FISH é uma técnica que utiliza sondas especificas que permite uma análise rápida de grande número de células e a detecção de alterações estruturais, porém, é uma técnica cara, necessita de sondas específicas (HOCHHAUS,2000)

 

4. Nomenclatura do sistema HPA.

Nos complexos glicoproteicos plaquetários, encontramos os antígenos plaquetários humano (HPA), funcionando como receptores de membrana. A interação das plaquetas com as paredes vasculares lesionadas, assim como a comunicação entre as plaquetas se deve a estes receptores (NEI et al, 1983).

A transfusão plaquetária é utilizada com frequência nos tratamentos de doenças hemorrágicas relacionadas com trombocitopenias, aplicação nos métodos profiláticos em pacientes com alto risco de sangramento e pacientes oncológicos. Quando estes pacientes produzem uma reposta de incompatibilidade do sistema HLA ou HPA, reduz a eficácia nos resultados esperando, podendo levar o paciente a morte (BORGES, 2012).

5. Aloimunização plaquetária.

As células efetoras T e B, reconhecem os aloantígenos plaquetários e através das ligações das porções fc do macrófago com a porção fc da imunoglobulina e por fagocitose efetuam a retirada das plaquetas. Este processo é denominado de aloimunização plaquetária, acontecendo geralmente no baço e como decorrência, ocasionam casos de trombocitopenia (STRATTON et al., 1989).

Segundo Blanchette e Rand (1997), no período gestacional devido a incompatibilidade imunogenética entre a mãe e o feto, é frequente o aparecimento da púrpura trombocitopênica aloimune neonatal (PTAN) em 15-31% das gestantes. Podendo apresentar ainda púrpura pós-transfusional, trombocitopenia aloimune relacionada ao transplante e à refratariedade plaquetária transfusional (NEWMAN, VALENTIN, 1995; LOPES, 2006).

6. Técnicas de pesquisa de anticorpos antiplaquetários: citometria de fluxo e método MAIPA.

A citometria de fluxo é uma técnica que possibilita a quantificação e classificação de partículas em uma suspensão (FALDYNA et al., 2001). Utilizando anticorpos monoclonais específicos ligados a fluorocromos, as células contidas nas amostras são marcadas. Para que então seja possível realizar a contagem através do tamanho, granulosidade e a quantidade de fluorescência contida no material (ROITT et al., 1999).

A técnica pode ser aplicada sempre que seja necessária a quantificação e caracterização celular. Atualmente é utilizada em pesquisas hematológicas, oncológica, transplantes de órgãos, criação de vacinas, alterações plaquetária, entre outras (DU et al. 2015).

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