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CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE FRUTAS E HORTALIÇAS POR MEIO DE REFRIGERAÇÃO ASSOCIADA A EMBALAGENS PLÁSTICAS

Por:   •  1/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.180 Palavras (17 Páginas)  •  260 Visualizações

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CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE FRUTAS E HORTALIÇAS POR MEIO DE REFRIGERAÇÃO ASSOCIADA A EMBALAGENS PLÁSTICAS

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE FRUTAS E HORTALIÇAS POR MEIO DE REFRIGERAÇÃO ASSOCIADA A EMBALAGENS PLÁSTICAS

  1. INTRODUÇÃO

        O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, no qual ocupa uma área de 2,03 milhões de hectares plantados e corresponde a uma produção de 42 milhões de frutas frescas ao ano, sendo que cerca de 70% se destina ao mercado interno para o consumo in natura ou processada (Anuário Brasileiro de Fruticultura, 2016).

        Santos (2015) afirma que o setor de frutas e hortaliças constitui um dos mais promissores, e isso se deve ao estímulo ao seu consumo em diversos países diante das suas propriedades nutricionais que promovem o suprimento a deficiências de vitaminas e sais minerais e na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e obesidade.

No entanto, as perdas ocasionadas ao longo da cadeia produtiva até a chegada ao consumidor configuram uma das fontes de impacto para a economia Brasileira (Costa et al., 2015). De acordo com a FAO (2011), cerca de 40% das perdas de alimento correspondem à pós-colheita e ao processamento, evidenciando a necessidade da implementação de medidas de controle nesta etapa de produção.

Diante dessa premissa, vários trabalhos tem objetivado otimizar a cadeia produtiva visando a redução de perdas por quantidade e por qualidade, garantindo que um maior percentual da produção de frutas e hortaliças chegue à mesa do consumidor final.

As frutas e hortaliças in natura são vegetais de alta perecibilidade, apresentando problemas em sua conservação que se manifestam desde a colheita, onde se inicia uma série de processos que influenciam na qualidade do produto e suas conseqüentes perdas, até o consumidor (Santo e Albuquerque, 2015). Os autores ainda afirmam que o principal objetivo dos fisiologistas na pós-colheita, é aumentar a vida útil desses produtos, para tanto, faz-se necessário o estudo dos componentes e processos envolvidos no sistema, suas influencias e interrelações.

Hong et al. (2007) enfatizam a importância da utilização de processos tecnológicos para prolongar a vida útil de frutos, através da conservação pelo calor, pelo frio e pela umidade.

Dentre os métodos utilizados no prolongamento da vida de prateleira de vegetais, estão inclusos o uso de atmosfera controlada, coberturas, filmes plásticos, armazenamento em ambiente refrigerado, controle por aplicação de cloreto de cálcio, entre outros (Santo e Albuquerque, 2015).

A fim de uma melhor resposta aos tratamentos de conservação dos produtos de natureza ‘hortifruti’, os métodos supracitados podem ser combinados, garantindo melhor qualidade e maior vida útil para comercialização. Assim, o presente trabalho tem como objetivo descrever a aplicabilidade e efetividade do uso de filmes plásticos associados ao uso de refrigeração na conservação pós-colheita de frutos e hortaliças.

  1. REVISÃO DE LITERATURA

  1. Fisiologia do crescimento, amadurecimento e senescência

Os frutos compreendem três estádios de desenvolvimento, sendo eles: crescimento, maturação e senescência.

Logo após a polinização inicia-se uma série de divisões celulares, e posteriormente essas células passam a se expandir até o fruto atingir o tamanho final, no qual se inicia o amadurecimento (Gillaspy et al., 1993; Joubé et al, 1999). No momento de expansão das células, dois fatores contribuem diretamente para o crescimento dos frutos, sendo eles, a absorção de água, promovendo o aumento da matéria fresca, e a translocação de fotoassimilados de outras partes da planta para os frutos, aumentando a massa seca (Neto e Reinhardt, 2003).

O amadurecimento é definido como a fase final da maturação, onde os frutos são transformados em produtos atrativos e aptos ao consumo, no qual constitui um processo normal e irreversível (Ryall & Lipton, 1979). Prasanna et al. (2007) relatam que a maturação dos frutos é constituida por um fenômeno altamente coordenado, geneticamente programado e irreversível, que ocorre uma série de mudanças fisiológicas, bioquímicas e organolépticas o que leva ao desenvolvimento de um fruto maduro, comestível, com atributos de qualidade desejáveis.

O padrão de maturação, no entanto, varia de acordo com o tipo de fruto, nesse sentido, Giehl et al. (2008) ressaltam a necessidade da avaliação do seu padrão de crescimento e de desenvolvimento a partir do florescimento, a fim de estabelecer índices de maturidade. O padrão de desenvolvimento e maturação de frutos e hortícolas têm sido alvo do estudo de diversos autores (Coelho, 2008; Mendes, 2013; Esemann-Quadros et al., 2008; Giehl et al., 2008; Esposti et al., 2008).

No momento da maturação, ocorrem mudanças químicas e físicas, que refletem em aspectos sensoriais que estão relacionados à aparência, textura e sabor. Tais características podem ser averiguadas por meio de análises químicas, físicas, bioquímicas e sensoriais (Cavalini, 2008).  

As alterações de textura que conduzem ao amolecimento dos frutos são acompanhadas pela perda de açúcares neutros, solubilização e despolimerização dos polissacarídeos da parede celular, e rearranjos das suas associações, como resultado da ação combinada de várias enzimas modificadoras da parede celular, atuando tanto nas frações pécticas como hemicelulósicas. O amolecimento excessivo durante a maturação promove efeitos adversos durante o armazenamento como a sua deterioração (Goulao e Oliveira, 2008; Prasanna et al. 2007).

Os carboidratos desempenham um papel importante no processo de amadurecimento, por meio da despolimerização, levando a uma diminuição do tamanho molecular, com o concomitante aumento dos níveis de amadurecimento induzindo enzimas específicas, cujo alvo difere de fruta para fruta. As principais classes de polissacarídeos de parede celular que sofrem modificações durante o amadurecimento são amido, pectinas, celulose e hemiceluloses. As pectinas são os componentes comuns e principais da parede celular primária e da lamela média, contribuindo para a textura e qualidade dos frutos. A sua degradação durante a maturação parece ser responsável pelo amaciamento dos tecidos de uma série de frutos (Prasanna et al., 2007).

Como em supramencionado, a aparência é outra alteração que demarca o processo de amadurecimento dos frutos. Cavalini (2008) destaca que a aparência em pós-colheita é o principal fator de qualidade do ponto de vista comercial, podendo ser avaliado por diferentes atributos como, tamanho, forma, cor, brilho e defeitos.

Em goiabas (Mercado-Silva et al., 1998), banana (Carvalho et al., 2011), Caqui (Krammes, 2005) e camu-camu (Pinto et al., 2013), por exemplo, a maturação é fortemente indicada pela coloração da casca oriunda da progressiva degradação da clorofila e aparecimento, principalmente, de pigmentos carotenóides e antocianinas (Tucker, 1993).

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