Resenha: Ergonomia cognitiva mediante as necessidades organizacionais
Por: Bruno Kleizer • 2/8/2018 • Resenha • 325 Palavras (2 Páginas) • 408 Visualizações
A ergonomia pode ser classificada em física, cognitiva e organizacional, sendo a cognitiva referente aos processos mentais do trabalhador, linhas de raciocínio, respostas motoras. Diante disso, Lents e Santos (2012) discutem sobre a conscientização das organizações quanto aos danos causados à vida pessoal do trabalhador causados pelo excesso de esforços cognitivos.
A carga mental de trabalho tem causado grandes impactos, tanto para o trabalhador quanto para a empresa, segundo o estudo realizado pela Universidade de Brasília (UnB), citado pelas autoras, 48,8% dos trabalhadores que se afastam por mais de 15 dias apresentam algum tipo de doença mental. As autoras enfatizam o fato de que os impactos se refletem na sociedade, atingindo os cofres públicos da previdência social no caso de afastamento por mais de 15 dias.
Segundo estudo recente do Laboratório de Saúde do Trabalhador da Universidade de Brasília, também citado pelas autoras, ocorreu um aumento de 1324% no impacto das doenças mentais, se comparado ao ano de 2007, com tendência de aumentar ainda mais caso não sejam tomadas medidas para aliviar esse problema.
As autoras apresentam a falta de clareza na descrição do fator cognitivo na NR 17, que trata de ergonomia, fazendo com que a organização fique ainda mais distante de atentar-se a esse ponto, ressaltando a necessidade de elaborar uma lei direta e objetiva.
Nas palavras de Lents e Santos (2012):
O grande obstáculo para o trabalhador, no campo cognitivo, é seu aspecto fortemente abstrato, a medida que não se vê o pensamento em si, mas apenas indícios através de seus atos no ambiente em que está inserido. Por essa razão, é um campo sensível, sujeito a desgastes mentais e difícil de ser mensurado. (p. 10)
Concluindo, a mente é a principal ferramenta de trabalho, enquanto as organizações implementarem o mínimo exigido por lei só para não ter problemas de fiscalização, o número de afastamentos por doenças mentais só irá crescer. A saúde e bem-estar do trabalhador andam junto com boa produtividade e menor número de acidentes.
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